15 de dez. de 2008

Música Adeste Fidelis


               

                Não se realiza uma celebração natalina ou a passagem desta data sem a presença da música Adeste Fidelis (Ó Vinde Fiéis). Traduzida para a língua portuguesa pelas mãos do Reverendo James Theodore Houston, esta música vem sendo executada desde 1881, em terras brasileiras. O texto original está em latim e já foi atribuído a São Boaventura (1221 – 1274), a um possível autor francês no século XVII ou XVIII. No texto original havia oito estrofes.
A música, também, tem sua origem confusa. No ano de 1785 o Duque de Leeds ouviu essa música na capela da Embaixada de Portugal e passou a anunciá-la como hino português. Ainda, houve rumores que tal melodia seria do Rei D. João IV (1604 – 1656) um dos maiores promotores da música de sua época.
              Existe, na Inglaterra, um manuscrito intitulado “Cantus Diversi pro Dominicis et Festis per Annum” copiado pelo padre John Francis Wade, em 1751. Este era copista profissional, que associou pela primeira vez o texto a essa melodia.
Independentemente de sua origem, a música anuncia, todos os anos, a chegada do Natal. Pode-se ouvi-la nos grandes centros comerciais, nos suntuosos teatros executada pelas orquestras e, também, por grupos vocais nas praças das cidades.
               Os acordes e arranjos são os mesmos. Porém, a cada nova execução nos traz a memória o quanto essa data é importante. No passado, era entoada ao som do piano ou ao som do órgão de tubos, conduzida por um imenso coral. Contudo, em dias atuais, tal melodia ganhou aspectos modernos com sons eletrônicos, através das guitarras, teclados e sintetizadores. Ainda assim, permanece toda o encanto que o Natal pode transmitir e seu verdadeiro sentido.

8 de dez. de 2008

Ocultos nas Cavernas Urbanas

Em um país onde a corrupção tinha tornado-se rotina e o jeito malandro era o modo principal de vida, havia uma cidade cercada por um mar de montanhas, onde transcorria um rio de águas pardas. Em suas terras deambulavam mentes insanas e confusas. Estes habitantes permaneciam trancados em sua ignorância, ocultos em suas cavernas particulares. A cidade havia escolhido a alienação como hábito. Seus moradores não queriam educação, apesar de abrigar várias faculdades.
Estavam no auge do século XXI, numa época em que, um simples celular possuía inúmeros recursos como, até assistir aos programas de televisão. Porém, temiam tudo o que era novo. Contraditório, não!? Estavam acostumados com o rudimentar. Até seus pensamentos eram óbvios e provincianos. O diferente era recusado. Por vezes, abandonado. Temiam o novo ou mesmo tempo em que eram amantes da tecnologia.
Mantinham relações hostis uns com os outros. Os anciãos não obtinham o respeito daqueles com menos experiência de vida. Estes cresciam de forma desvairada, sem receberem a educação de seus progenitores. Alguns habitantes não se preocupavam com seus resíduos e os desprezavam em qualquer lugar nas ruas e, às vezes, o lançavam pela janela do coletivo em andamento. Tais cidadãos vivam da auto-imagem, demonstrando ostentação e riqueza, que não possuíam. A moral e a ética já não existia. Cultuava-se a beleza e desprezava o bom caráter. Exaltava-se o fútil e o inútil. Os principais sentimentos eram a inveja e a cobiça. Apreciavam os plágios e, suas vestimentas eram réplicas umas das outras. Quase como um uniforme. Tudo era padronizado; roupas, atitudes e pensamentos.
Realizar uma simples caminhada pelo centro urbano era um jogo mortal. Os empurrões propositais eram inevitáveis. Talvez, estas pessoas não gostassem de estarem tão próximas. Muitas se viam, constantemente, dentro dos elevadores, nas portarias dos arranha-céus ou dentro dos coletivos. Todavia, não se cumprimentavam em momento algum. Nem um “Bom Dia!”, muito menos um “Tudo Bom?”. Em analogia ao Mito da Caverna, esta cidade era a própria caverna e, muitos não queriam sair da escuridão.
Riqueza e luxo conjugavam com a pobreza de atitudes. Atos de solidariedade? Somente em épocas natalinas. Como se os menos favorecidos só comessem nos meses finais do ano. Contudo, neste mesmo povoado, outras pessoas se destacavam por sua educação, desenvolvimento cognitivo e por atitudes originais. Estas poderiam ser reconhecidas nas ruas, pois brilhavam. Eram como estrelas. Ainda há esperança.

3 de dez. de 2008

Ópera Die Zauberflöte - Liberté, Egalité, Fraternité


 Ópera A Flauta Mágica - Mozart

Liberdade, igualdade e fraternidade. Estas foram palavras-temas da Revolução Francesa que despertou a França para um novo caminho influenciada pelo Iluminismo. Esse foi o maior movimento de massas até então conhecido que findou com o feudalismo. Uma corrente doutrinária, surgia com ideologias que iam ao encontro dos ideais revolucionários, a maçonaria. Essa ganhava adeptos dos mais variados, como intelectuais, pensadores e músicos, ao mesmo instante em que era questionada.
Nesse período, influenciado por tais doutrinas, Wofgang Amadeus Mozart escreveu, em 3 meses, a sua mais conhecida ópera – A Flauta Mágica – que estreou no dia 30 de setembro de 1791, em Viena. Possui dois atos e o libreto é de Emmanuel Schikaneder. Conseqüentemente, sua ópera recebeu tons da filosofia Iluminista e maçônica, revelando os dois poderes que regem as relações humanas: o bem e o mal.
A igualdade pregada pela Revolução emerge na ópera quando, o príncipe Tamino, corrompido pela sociedade (representada pela Rainha da Noite) é indagado se suportaria as árduas provas de fogo e água, para entrar nos templos da Sabedoria, da Razão e o da Natureza. Sarastro, pai da princesa Pamina e sacerdote de Ísis e Osíris, responde que Tamino é “mais que um príncipe, é uma pessoa”. Surge, desse modo, a alusão à maçonaria: é preciso passar por desafios para ser aceito na irmandade e, somente os puros de coração e os corajosos a conseguem. A liberdade, contudo, é representada quando, Pamina liberta-se da influência de sua mãe, a Rainha da Noite.A fraternidade surge ao final da Obra, revelando que todo ser humano deve demonstrar com os seus.