1 de dez. de 2009

A mídia e o papel da mulher • Part.2

A imagem feminina ideal construída pelas grandes mídias Part.II

(...) Essa deturpação da identidade feminina teve seu apogeu midiáticos, creio eu, com a personagem Tiazinha, em um programa de auditório destinado aos jovens. Tal personagem tinha o objetivo subliminar de despertar e estimular a sexualidade de jovens homens que, adestrados corretamente, seriam ou, talvez, já sejam supressores da voz feminina e consumidores do sexo oposto. Sim, consumidores.

Talvez, esse termo seja exageradamente forte. No entanto, tem sido esse o papel da mulher, preconizado pelos grandes meios de comunicação de entretenimento; a mulher como um produto. A partir dessa figura distorcida do feminino, a mídia só explorou cada vez mais a figura da mulher como, um ser sexual que desperta os desejos mais profanos e a considera como, um ser desprovido de raciocínio lógico. Tanto é que, as mulheres ainda registram salários mais baixos em relação aos homens, ocupando os mesmos cargos.

O surpreendente é que, várias mulheres aderem ao fanatismo da mídia e, querem entrar para um padrão de mulher ideal construído pela indústria do consumo. Desse modo, deu-se largada a uma corrida às clínicas de estéticas. Botox e silicones tornaram produtos de primeira necessidade e de cobiça, até mesmo, das classes C e D.

A sociedade obriga a mulher a encarnar uma tipificação social deturpada, caso queira interagir com os vários grupos sociais. Daí, as alterações no corpo. Atualmente, o que se presencia é a perda do valor humano das mulheres, reduzido a mero fantoche nas mãos do empresariado da indústria cultural crescente. A cada dia cria-se um novo rótulo feminino, disseminado pelo cinema, pelas novelas, músicas e revistas de comportamento, tudo fomentado pela massa conformadamente adestrada.
Wellerson Cassimiro

Trabalho em Equipe • União

A mídia e o papel da mulher • Part.1

A imagem feminina ideal construída pelas grandes mídias

Apesar das conquistas femininas como, o direito ao voto e a inclusão no mercado de trabalho em cargos, anteriormente, ocupados pelos homens como, motorista de ônibus e caminhões, operárias da construção civil, empreendedoras e supervisoras em grandes empresas, as mulheres ainda sofrem com o machismo velado de uma sociedade dita como evoluída. Machismo este instigado pela mídia do consumo e do entretenimento.

Culturalmente, as sociedades ocidentais e, em especial, a cultura brasileira atribuíram à mulher o rótulo de sexo frágil. Pensemos: Um sexo frágil sairia para trabalhar pela manhã, só retornando ao seu lar no final da tarde, e ainda sim, disponibilizaria tempo para cuidar dos filhos, do marido e da casa? Onde está o sexo frágil? Equivocado estava o criador de tal frase. Além desse título pejorativo, a sociedade cria outros rótulos distintos para elas como, um gênero de mulher é para casar e, outro é destinado a uma veneração promiscua.

Essas ideias nazi-machistas são reforçadas pela indústria cultural que, ganhou força no final da década de 90, no Brasil. Não é difícil perceber o fino trato – hostil - da mídia dado as mulheres. Elas são tratadas como um produto na prateleira de supermercado, ou melhor; produto sobre uma banca de frutas e legumes na feira; afinal, já se vê mulher melancia, mulher moranguinho, mulher jaca, dentre outras, leguminosas (...).
Wellerson Cassimiro

15 de nov. de 2009

Filme 2012

Sob a direção de Roland Emmerich, o filme 2012 estreiou nos cinemas brasileiros, no último dia 13, sexta-feira, com força total. Em Juiz de Fora, não foi diferente. As filas nas portas das salas de projeção que, permaneceram lotadas, se estendiam pelos corredores dos shoppings centers. No cinema do Santa Cruz Shopping, por exemplo, os ingressos acabaram minutos antes do início das sessões. Grande parte do público foi formado por jovens e adolescentes.

O longa-metragem, de ficção científica e hollywoodiano - como sempre - revela um olhar crítico sobre os Estados Unidos pouco antes das catástrofes. Terremotos e tsunamis destruíram os principais símbolos de poder econômico, militar e político da nação norte-americana como, os porta-aviões, a Casa Branca e o avião presidencial Força Área Um. Na contramão de outros filmes desse gênero, o presidente e o vice-presidente são entregues à morte. Os Estados Unidos sucumbiu às forças da natureza.

Logo nos primeiros minutos do longa, dá-se início a uma intensa luta pela sobrevivência da humanidade devida a grande devastação no planeta Terra: o apocalipse. O filme faz referência à profecia do calendário Maia que, prega que no dia 21 de dezembro do ano de 2012, o mundo iria desaparecer. Grandes naves foram construídas nas altas montanhas chinesas, para abrigar uma restrita parcela da população que podiam pagar pelo embarque, cerca de um milhão de euros. Uma arca de Noé para os mais afortunados. Wellerson Cassimiro

12 de nov. de 2009

O acúmulo de lixo nas ruas


E a saga do lixo continua. Observo que, a população ainda não se conscientizou quanto ao destino correto dos resíduos domiciliares. Alguns insistem em colocar o lixo sobre os passeios, fora dos horários de coleta ou, descartando-os em terrenos baldios ocasionando mau cheiro, além de atrair animais como, ratos, cobras e escorpiões. Nas ruas, o lixo, muitas vezes, acaba sendo revirado pelos cães, contribuindo para o aumento da poluição urbana. Os resíduos vão se acumulando durante todo o dia nas calçadas. Até mesmo nos feriados, dias em que, grande parte dos trabalhadores descansa inclusive os garis, os lixos são deixados nas portas das residências e ao lado dos postes da iluminação pública. Em outros casos, são colocados fora do próprio coletor, deixando-os vazios.

Um outro agravante surge, o período das chuvas que, começou mais cedo este ano. As águas torrenciais levam para as bocas-de-lobo todo o resíduo abandonado sobre as calçadas e às margens das vias, resultando em entupimento da rede de esgoto. Desse modo, as enchentes são inevitáveis, pois os locais destinados ao escoamento das águas estão obstruídos, por copos e sacolas de plástico, papéis, pedaços de tecidos, resíduos orgânicos, borrachas, latinhas de alumínio e garrafas pets. Logo surgem as reclamações que, são as mais diversas possíveis. Tenta-se achar um culpado na alteridade. Sempre olhamos para o outro.

Contudo, somos nós os agentes do acontecer. Jogar a culpa sobre o vizinho não basta. E, nem resolve. A questão é: o que nós estamos fazendo para consolidar essa realidade? O quanto estamos contribuindo para o acúmulo de lixo nas avenidas? Ignoramos a boa educação social para nos livrarmos dos resíduos de dentro de nossas casas, lançando-os em locais de direito coletivo. Pois assim, o culpado dificilmente será apontado, recebendo uma falsa absolvição da sua consciência.
Wellerson Cassimiro

10 de nov. de 2009

Exemplo de fé e confiança em Deus

Exemplo de fé, coragem e submissão à vontade Divina, Horatio Gates Spafford, passou por momentos dificíeis. Tempos de provação que, qualquer ser humano, de nossos dias, desistiria de viver frente à tragédia que o assolou.

Além de ter todos os seus bens destruídos por um incêndio, na cidade de Chicago, Spafford perdeu suas quatro filhas em um naufrágio, enquanto atravessava o oceano Atlântico, em 21 de novembro de 1873. A embarcação a vapor chamava-se “Ville du Havre”, nome dado ao único hino e poema, deixado por Horatio. O compositor Philip Paul Bliss (1838 – 1876), um dos maiores nomes da hinologia, inspirou-se neste poema para escrever a belíssima música “Aflição e Paz” (Sou feliz com Jesus), canção muito apreciada pelas igrejas protestantes brasileiras.

• • • FÉ

Mesmo afligido, Spafford não se revoltou contra Deus, demonstrando sua convicção de fé e confiança. O surpreendente é que, este poema foi escrito logo após o naufrágio. Com certeza, Horatio ainda lamentava tal perda. Transformado em música, composto em compasso quaternário, revela já na primeira estrofe sentimentos opostos como, dor e paz. O refrão, cantado com intervalos de sopranos, contraltos, baixos e tenores, ratifica a fé inabalável de Spafford e sua felicidade em servir a Deus. Executado duas vezes, o coro disse: “Sou feliz com Jesus, meu Senhor”. Nascido em 20 de outubro de 1828, em Nova Iorque, Gates exerceu funções de advogado, professor de Jurisprudência Médica na Universidade de Lind e diretor de um Seminário Presbiteriano. Faleceu em 1888, em Jerusalém.

• • • CINEMA:

Esta melodia aparece, de forma emocionante, no longa-metragem “Enchente, quem salvará nossos filhos”, sob a direção de Chris Thomson. O filme é baseado na trágica história de jovens evangélicos, da Igreja Batista, dos Estados Unidos que, estavam no acampamento "Raio de Luz". Wellerson Cassimiro

28 de out. de 2009

Centro de Juiz de Fora


Ao fundo o prédio da Prefeitura Municipal e a Estação Central

23 de out. de 2009

Fortuna, Imperatriz do Mundo • • 2ª PARTE

(...) Nos momentos de bem-aventuranças, a prosperidade reina absoluta. Sorte e virtudes estão sobre a sociedade que, se senta no trono da Fortuna. E, muitos investimentos são feitos, negócios empresariais são fechados e contratos são assinados. O consumo exacerbado é inevitável. Compram-se grandes casas, os carros populares dão lugar aos luxuosos automóveis e, se testemunha uma corrida veloz aos templos do consumo - os shoppings centers.

Adquire-se um pouco de tudo. Até mesmo, algo que será de irrelevância utilidade. Os produtos importados multiplicam-se nas prateleiras exterminando os produtos nacionais e, as viagens ao exterior tornam-se rotineiras. Contudo, a roda da Fortuna está em movimento. E gira, impiedosamente. Despreparada, a sociedade desce desolada, chorando as chagas deixadas pela Fortuna.

Os empréstimos e as dívidas se alastram no meio do empresariado. A fantasia dos longos prazos e crediários ilude os mais fracos. Em casos extremos, as pesadas portas das empresas são fechadas. Outrora, o trabalho é açoitado, restando ao homem um último sopro de vida do seu seguro desemprego. O consumo excessivo sai de cena e a palavra de ordem é economizar, preocupando-se em comprar somente o básico. Os números registrados pelas modernas máquinas do caixa parecem saltar aos olhos do mais simples ser humano. E, assim, a cruel roda do capitalismo, da Fortuna, da Imperatriz do mundo; continua girando, sem interromper o seu movimento, o seu ciclo vicioso e extasiante, proporcionando sorte e azar.
Wellerson Cassimiro

Avenida Getúlio Vargas


Ao fundo, o prédio do Museu do Banco do Crédito Real
Juiz de Fora - MG

22 de out. de 2009

Fortuna, Imperatriz do Mundo • • 1ª PARTE

Considerada uma das obras-mestres do século XX, a Cantata Carmina Burana, em seu primeiro movimento, faz uma alusão ao árduo sistema sócio-econômico mundial: o capitalismo que, esconde a sua dupla face. Ora como um algo sacro e, ora como um monstro usurpador. Ele dá e tira. Emerge na forma de uma roda volúvel que, está em eterno movimento.

Escrita por monges e eruditos errantes, a Cantata é uma coleção de 200 poemas encontrados em um pergaminho, no ano de 1803, na biblioteca de um antigo mosteiro, na Baviera Superior, sendo simbolizada por um elemento da antiguidade: a roda da Fortuna. Os poemas relatam as bênçãos e as maldições provindas da Fortuna; a imperatriz do mundo. Em seus primeiros versos, os monges escrevem: “Ó Fortuna és como a Lua mutável, sempre aumentas e diminuis; a detestável vida, ora escurece e ora clareia por brincadeira a mente; miséria, poder, ela os funde como gelo”. Ainda que em tempos remotos, estes eruditos pareciam revelar a futura estrutura econômica das sociedades do terceiro milênio.

Nestes atuais grupos sociais, o dinheiro é líquido e instável. Ora se ganha. Ora se perde. Por vezes, parece abstrato e invisível. Ao mesmo tempo, que equilibra, se torna irregular. Aqueles que, hoje, exaltam sua felicidade sobre seus capitais, amanhã podem chorar ao ver sua virtude econômica esmorecer, atingida por uma forte mudança no mercado financeiro. O capitalismo se mostra como um grande carrasco, escravizando até mesmo os mais fortes(...).
Wellerson Cassimiro

21 de out. de 2009

Orquestra dos Meninos


Um artista só se curva para agradecer ao público.”

Superação, esperança e fé são as palavras-chaves da emocionante história da “Orquestra Sinfônica do Agreste”, sob a regência do maestro Mozart Vieira. Acusado de cometer abusos sexuais e de sequestrar um dos adolescentes integrantes de sua orquestra, Mozart lutou, incessantemente, para manter vivo o seu sonho, a Fundação Música e Vida, adquirida através do esforço de 13 jovens do sertão e, para provar sua inocência. Invejado por políticos corruptos, o maestro Vieira se viu encurralado em um labirinto de interesses escusos. Contudo, Mozart não se curvou e a arte sobressaiu à politicagem, tendo seu talento reconhecido.

Dirigido por Paulo Thiago e produzido por Gláucia Camargo, o longa-metragem “Orquestra dos Meninos” revela os reais fatos que envolveram um grupo de adolescentes que, descobriram na música uma chance de mudar o destino de suas vidas, assoladas pelo sol e a terra árida do nordeste brasileiro. Os fatos ocorreram entre os anos de 1972 e 1995. Atualmente, estes jovens se tornaram bacharéis em música erudita e, realizam, frequentemente, concertos em território nacional e no exterior.
Wellerson Cassimiro

13 de out. de 2009

Praça João Penido • • • Praça da Estação


Região Central de Juiz de Fora

O Medo Institucionalizado • • 2ª PARTE

A MÍDIA DO MEDO

No texto anterior, observou-se a instalação do medo nas grandes cidades oriundo, principalmente, do inchaço desses centros urbanos. Contudo, percebe-se que a mídia contribui e, é um forte elemento, para uma realidade de incertezas sociais, mantendo os cidadãos sob um regime de medo constante, unindo a razão e o irracional; a história e a fábula. Descobriu-se que, o medo é lucrativo gerando capital tanto para, os grandes empresários como, para os políticos que, por sua vez, controlam os mais prestigiados meios de comunicação de massa. Surge “a mídia do medo”.

Os noticiários apresentam uma realidade urbana que se funde a ficção como, um seriado de TV. Há um forte discurso de extrema espetacularização do pânico. O medo se institucionalizou e virou o protagonista dessa novela, onde os cidadãos são os figurantes e a audiência é o alvo. A propagação do medo foi ratificada quando, recentemente, a Gripe A (H1N1), registrada inicialmente no México, fez com que inúmeras pessoas mudassem de hábitos diários, em vários países. O pânico foi instalado e, alimentado pela imprensa internacional e brasileira, fez com que o álcool gel, produto utilizado para assepsia, sumisse das prateleiras dos supermercados, no caso do Brasil.

Quanto aos hábitos, o tradicional cumprimento, utilizando o aperto de mãos, foi abolido. Grandes eventos sociais, onde houvesse concentração de pessoas, foram cancelados. As janelas dos transportes coletivos permaneceram abertas, lenços e máscaras descartáveis tornaram acessórios imprescindíveis nas bolsas e nas mochilas dos estudantes, além do adiamento do retorno às aulas, no início do segundo semestre de 2009. A cultura metropolitana foi alterada pelo medo. Novos costumes foram inseridos para que evitasse uma possível pandemia. Contudo, quase dois meses depois da coroação do pânico, parece que o medo acabou. Será que a doença cessou? Havia os cientistas encontrados a cura? A resposta está na mídia.

Observa-se que, a imprensa desviou o seu foco e a população esqueceu o assunto, retornando à sua rotina habitual, o que comprova, mais uma vez, o poder que a mídia tem sobre a massa, controlada pelo discurso da indústria cultural. Forma-se, desse modo, uma grande teia que une o medo como instituição, a mídia e a indústria cultural, manipulando as pessoas, deixando-as sob um interminável estado de tensão coletivo, aprisionados e, de forma invisível, sendo controlados.
Wellerson Cassimiro

7 de out. de 2009

O Medo Institucionalizado • • 1ª PARTE

A MÍDIA DO MEDO

Atualmente, é possível observa que, as cidades estão cada vez mais populosas, concentrando um grande número de pessoas. A todo instante, erguem-se altos arranha-ceús, com inúmeros apartamentos, em locais onde havia casas para, no máximo, cinco pessoas. Modernos e luxuosos, ostentando vitrais e designers futurísticos, estes edifícios vão surgindo na paisagem, sem interação com ela. Logo na entrada, no alto, sobre o portão eletrônico está uma câmera de vigilância que, zela pela segurança. Será segurança?

Nos horários de pico, entorno das 18h, também chamado de a “Hora do Rush”, as ruas são invadidas por muitos veículos; as paradas dos transportes coletivos urbanos permanecem lotadas e a volta para casa, após um dia inteiro de trabalho, se transforma em um árduo flagelo. Tudo isso é consequência do inchaço dos centros urbanos, na contramão do que seria um crescimento geográfico.

Vale ressaltar que, as pessoas embarcam no mesmo ônibus, diariamente e, no entanto, não conversam entre si, nem mesmo um bom dia se é ouvido. Caso semelhante ocorre quando um grupo de pessoas está em um elevador. Não há cumprimentos ou saudações. O silêncio paira no ar. Ao mesmo tempo em que estão em grupo, as pessoas estão isoladas. Por que esse afastamento social? Talvez, o ser humano urbano tornou-se um solitário em meio à multidão.

O inchaço das cidades as transformou em um grande campo de batalha em que, todos os dias é preciso vencer os males urbanos como, os vários tipos de violência que já fazem parte de seu cotidiano. Viver na sociedade do terceiro milênio é estar na mira da violência física, moral, psicológica, ideológica e entre outras. Assim, as pessoas constroem as suas próprias celas, chamadas de casas. Elas passam a viver em cárcere privado. Equipam suas residências com câmeras de vigilância, cercas elétricas, interfones com câmeras, cães ferozes, investem em profissionais de segurança e guaritas com cancelas. E, surge a pergunta: quem são os verdadeiros prisioneiros nesta sociedade? Realmente, há liberdade? (...)
Wellerson Cassimiro

23 de set. de 2009

Bairro Costa Carvalho


Avenida Brasil, região leste de Juiz de Fora.

Hinário em Pauta - A Vida com Jesus"

A autora e compositora deste hino, Lelia Naylor Morris, nasceu em Pennsville, Ohio, em 1862. Seu talento para a composição aflorou em 1890, aos 28 anos. Contudo, em 1913começou a perder sua visão. Para que Naylor continuasse a escrever músicas, seu filho construiu-lhe um grande quadro com pautas largas. Infelizmente, a cegueira total veio no ano seguinte. No entanto, continuou a compor com o auxílio de amigos. Naylor faleceu em Auburn, Ohio, em 1929, aos 67 anos.

Leila Naylor Morris deixou inúmeras músicas e hinos evangelísticos. Uma dessas é esta: “A Vida com Jesus”, constituída por três estrofes e coro. Apresenta-se em compasso quaternário e tem como base as notas Si e Mi em bemol. Porém, revela acidentes no refrão, quanto às notas do contralto e soprano em sustenido. O arranjo esta obra ficou a cargo de Ralph Eugene Manuel, 1975.
Wellerson Cassimiro

22 de set. de 2009

18 de set. de 2009

"Mozart, O Grande Mago" • • Christian Jacq



"Todos os esforços que fizemos para conseguir expressar a profundidade das coisas se tornaram inúteis depois do aparecimento de Mozart". Goethe

Esta é uma das frases introdutórias do livro do escritor e egiptólogo francês Christian Jacq, que revela os primeiros passos da vida espiritual de um dos famosos compositores clássicos: Wolgang Amadeus Mozart.

Christian Jacq revela a ligação dos ideais da Revolução Francesa, à maçonaria, à Ópera A Flauta Mágica e o próprio Mozart. Jacq conta, ainda, que a humanidade quase ficou sem as belas composições do jovem prodígio quando uma epidemia, causada pela Varíola, acometeu a cidade de Viena no ano de 1767(capítulo 17).

Vienenses morriam a cada dia, aos muitos, incluindo a nobreza. A morte de Maria Josefa, noiva do rei de Nápoles, deixou a família Mozart, severa, preocupada. Anna Maria, mãe de Wolfgang, desejava ansiosa sair da cidade. Ainda assim, o pequeno prodígio musical não ficou livre de tal peste. Às vinte e duas horas do dia 28 de outubro daquele ano, na cidade de Olmütz, cidade onde refugiram da doença, Mozart queixou-se de uma forte dor de cabeça. Após exames foi constatado que havia sido afligido pela Varíola, apresentando febre alta, delírios, inchaço, dor nos olhos e palavras incompreensíveis.

Este é o primeiro volume da série Mozart, composta por quatro livros, publicados pela editora Bertrand Brasil.

Volumes:
Mozart: O Supremo Mago Vol.I
Mozart: O Filho da Luz Vol.II
Mozart: O Irmão do Fogo Vol.III
Mozart: O Amado de Ísis Vol.IV

Wellerson Cassimiro

15 de set. de 2009

Programas de auditório revelam-se como tediosos

Neste segundo semestre, as emissoras de TV têm apresentado mudanças em sua grade de programação como, novos quadros, novelas, programas de comportamento e humorísticos, além de filmes inéditos. O ritual de veneração propagado pelos Reality Shows já é um vício. Neste estilo de programa, personagens grotescos e estereotipados são criados. Brigas e discussões são estimuladas no intuito de fomentarem a audiência. Afinal, as pessoas apreciam um bom “barraco” televisivo. E, os ambientes são os mais variados possíveis: uma casa espelhada, um sítio ou uma praia que, dizem ser “deserta”. Assim, a anulação cultural tornou-se uma realidade.

Outro fato é fazer qualquer tipo de programa ao vivo. E, se orgulham disso. Alguns apresentadores não cansam de dizer durante a transmissão que, estão ao vivo. Ora; para uma rede de TV de qualidade o ato de fazer ao vivo deveria ser uma constante, uma rotina e, não como um acaso. Queria ver fazerem uma novela ao vivo. Isto sim seria um espetáculo.
Não obstante, os principais alvos, dessa mudança, são os programas de auditórios, aos finais de semana. Investe-se em modernos cenários, inúmeras cenas em externas (quando são feitas imagens fora dos estúdios da emissora), brincadeiras com convidados no palco, dentre outros.

No entanto, estes programas permanecem, cada vez, mais tediosos. As brincadeiras no palco revelam sem graça e, muitas vezes, constrangem os participantes; sejam estes artistas convidados ou pessoas do auditório. E, como já é de costume em nossa televisão: nada se cria. Na corrida pela audiência, algumas emissoras mostram-se sem criatividade lançando mão, portanto, do plágio. Como resultado desequilíbrio, observa-se os domingos transformados em longos flagelos.
Wellerson Cassimiro

Hinários em Pauta • • • • Sossegai

O forte movimento das águas nas notas musicais

Tempestades, tormentas e mar em fúria são alguns dos assuntos tratados no poema de Mary Ann Baker (1874), traduzido por William Edwin Entzminger (1903). O texto foi associado à melodia de Horatio Richmond Palmer (1874) que, conseguiu captar a essência dessa tempestade e transportá-la, com exatidão, para as notas musicais da obra “Peace, Be Still”.

Peace, Be Still é constituída por três estrofes e um coro. Já no primeiro compasso, a peça revela um ritmo forte e contínuo. Sua estrutura melódica está construída de forma que, realize um perfeito diálogo entre as notas, remetendo o ouvinte, a um movimento das águas, durante o canto.

Contudo, são as notas do refrão que, melhor ilustram este clima de tormenta proposto por Baker. O clímax da mensagem está nos compassos que se seguem após o quinto compasso. As notas apresentam em escala crescente, sem pausas e com a expressão de intensidade “fortíssimo”. A respiração é rápida durante o canto. Percebe-se que, esta se caracteriza como uma excelente obra para a formação orquestra – coral, cabendo aos violinos I e II o movimento impetuoso das ondas do mar.
Esta obra foi adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil, em seu Hinário Novo Cântico, número 254.
Wellerson Cassimiro

Rua Halfeld • • Calçadão



Região central de Juiz de Fora

11 de set. de 2009

Música Ein’ feste Burg ist unser Gott

“O maior hino do maior período da história da Alemanha”. James Moffat

Considerado um hino universal do evangelismo, a obra “Ein’ feste Burg ist unser Gott”, composta por Martinho Lutero (músico e poeta), tem sobrevivido aos séculos, mantendo a mesma força com que surgiu, resultado do movimento contestador: a Reforma Protestante. Uma nova igreja surgia e era preciso uma atenção especial quanto à sua música e canto. Até aquela data, as Escrituras e os cantos apresentavam-se em latim, idioma dominado, somente, pelo alto clero. Lutero e outros poetas logo se preocuparam em traduzi os textos para o alemão, possibilitando maior acessibilidade. O canto congregacional foi o principal alvo e, o estilo coral foi, rapidamente, adotado. Em destaque temos esta obra, considerada “Marselhesa da Reforma” que, recebeu influência de inúmeros compositores ao longo dos tempos como, Johann Sebastian Bach e Felix Mendelssohn-Bartholdy. Este hino é grandemente difundido nas igrejas protestantes brasileiras, de doutrinas ortodoxas. Sua música permanece em ritmo forte, sem pausas e sem notas de longa duração. A melhor tradução adotada na maioria dos nossos hinários provém de Von Haffe.
Wellerson Cassimiro

8 de set. de 2009

O Poderoso Chefão – The Godfather

A triologia


Duas gerações de poder da Família Corleone é revelada na épica triologia de Francis Ford Coppola. O patriarca dos Corleones, Don Vito Corleone, fugido de sua terra natal (Scilia) ainda menino, residi nos Estados Unidos e, ali, começa um próspero negócio de importações (Genco), em um bairro de imigrantes italianos.

Lançado em 1972, nos Estados Unidos e, remasterizados, os filmes apresentam excelente fotografia, além de ângulos inusitados, das câmeras; raros de serem encontrados nos longa metragens dos dias atuais. Coppola conseguiu sustentar o clima de poder, traição, amor e vingança durante toda a triologia, demonstrando uma interação, um diálogo entre os filmes, resultando desse modo, em uma perfeita contiguidade.
Wellerson Cassimiro

1 de set. de 2009

Melodia Francesa

Surgem Anjos Proclamando

Melodia tradicionalmente francesa, “Angels We have Heard On High”, em bom português “Surgem Anjos Proclamando”, é mundialmente conhecida e, muito executada por corais – em cantatas - orquestras e conjuntos musicais, em celebrações natalinas; em shopping centers, concertos em teatros e nas igrejas protestantes brasileiras. Todos já ouviram, por mais que simples, um acorde dessa obra. Sua música se fixa rápido na memória, devido a sua estrutura melódica fácil.

Constituída por quatro estrofes e um coro, a obra foi composta em Fá Maior, compasso quaternário e, seu andamento encontra-se em “allegretto”. Em algumas adaptações, essa pode apresentar-se em “allegro”. As vozes Baixo, Tenor, Contralto e Soprano permanecem bem definidas nas estrofes. No entanto, o coro revela uma diversidade.

No refrão, após a expressão “in excelsis Deo”, surge a pausa da semínima (um tempo em compasso quaternário) que, não considero relevante. O seu uso pode romper com o clima contínuo de glorificação proposto pela mensagem escrita. Esta obra foi incluída no Hinário “Seja Louvado”, de 1972, hino nº84. Seu texto foi extraído de “Cânticos de Natal”, de H.R. F. Braga.
Wellerson Cassimiro

28 de ago. de 2009

Bênção Inefável



Hino Oficial comemorativo aos
150 anos da Igreja Presbiteriana no Brasil


A Deus rendamos graças por Seu imenso amor,
Enviando ao Brasil os Seus servos de valor,
Irmãos experientes na obra do Senhor.
Vieram ao Brasil anunciar o Salvador.

Durante muitos anos de mais duro labor,
Foi grande o crescimento da Igreja do Senhor,
Milhares foram salvos do inferno e perdição.
Agora têm em Cristo a eterna Redenção.

São eles os exemplos de fiel dedicação
No anuncio do Evangelho de amor e de perdão.
Hoje o dever é nosso da obra continuar,
Até o dia em que nosso Senhor Jesus voltar.


Letra: Wilson do Amaral
Música: Celso Luiz de Oliveira
Vocalização: Loide do Amaral
Arranjo e orquestraçao: Edielson Aureliano

24 de ago. de 2009

"A Música pode expressar tudo" Franz Liszt

A Grande Comissão nº282 • • HNC – IPB

Composição de Horatio Richmond Palmer (1834 – 1907), o hino “A Grande Comissão”, nº282, adotado pela Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), em seu Hinário Novo Cântico (HNC), revela uma melodia marcante que, chama a atenção dos ouvintes. É muito cantado no mês de agosto, período em que a Igreja comemora as Ações Missionárias.

Sob a expressão de intensidade “forte e mezzo-forte” (termos usados em peças clássicas), a melodia segue em ritmo contínuo e crescente. Em diversos compassos observa-se a presença de quiálteras (conjunto de duas ou mais notas com tempo único), resultando em um total de dez conjuntos.

As pausas da colcheia (meio tempo em compasso quaternário) que finalizava cada verso do refrão, apresentadas na edição do hinário com música de 1991, foram retiradas na edição de 2003, após revisão deste. A melodia tem como base as notas em bemol si, mi, lá e ré. As vozes do tenor e baixo ora permanecem em uníssono e ora na tradicional divisão do canto congregacional. Mesmo em ritmo festivo, é relevante o uso do “rallentando” (termo em italiano para expressar uma lenta finalização do canto) ao final do coro.

O pedal “sustain” é, também, indicado. Quanto ao canto, é observável um destaque vocal ao final do oitavo verso de cada estrofe, nas palavras; buscai, estarei e favor, ratificando, desse modo, o tema do texto; unindo com perfeição a estrutura musical à mensagem escrita.

Baseado no livro de Marcos, capítulo 16 e versículo 15, o texto de Manuel Avelino de Sousa (1886 – 1962) convida todos aqueles que confessam Jesus como único Salvador a uma evangelização sistemática da Palavra de Deus. O hino, particularmente, é um ordenado. Evangelizar é necessário. Seu coro revela uma evangelização fraterna e, no seu último verso, uma confiança em Jesus é expressa demonstrando àqueles que participam desse ministério uma vitória em Cristo.
Wellerson Cassimiro

Antiga Estação • • Mariano Procópio



Bairro Mariano Procópio - Juiz de Fora

CARMINA BURANA • • 2ª PARTE



Situado ao sudoeste da Alemanha, na Bavária superior, a abadia do mosteiro de Benediktbeuern se tornou uma fonte de referência após ser encontrada, em suas dependências, uma coleção de 200 poemas, no ano de 1803; escritos por monges e eruditos errantes, chamados de Goliardos. Estes textos sob o título “Canções de (Benedikt) beuern”, em latim, derivou o nome Carmina Burana.
A História revela que, os Goliardos eram monges e eruditos itinerantes que entoavam cânticos juntos às portas das universidades. Estes monges possuíam vasto conhecimento e escreviam textos satíricos, amorosos e sensuais. Eles criticavam as autoridades eclesiásticas (padres e bispos) e seculares como, reis, duques e príncipes. A estrutura social também era alvo de fortes críticas. Desse modo, esses poemas eram considerados profanos pela Igreja dominante.
O doutor em dialetos, Johann Andreas Schmeller realizou a tradução destes poemas em 1847, transformados em Cantata.
A orquestração desses poemas se deve ao alemão Carl Orff, nascido em Munique a 19 de julho de 1895. Curiosamente, sem plagiar escalas musicais utilizadas na Idade Média, Orff atribuiu à Cantata Carmina Burana arranjos que os remetem a este período, equivocadamente, conhecido como Idade das Trevas. É necessário dar devido destaque ao seu trabalho, pois conseguiu unir o forte marco do piano à percussão, resultando em um perfeito diálogo musical.
Esta obra é muito apreciada por grandes nomes da música como, Seiji Ozawa, maestro da Saito Kinen Orchestra. A melodia mais difundida dessa obra é “O Fortuna” (somente seu primeiro movimento) que, aparece em diversos eventos musicais e produções para o cinema e televisão. Um exemplo desse fascínio pela melodia é o trabalho da Banda Highland, que realizou uma inusitada versão - eletrônica - dessa música, sobre o nome de “The Magic Fortuna”.
Wellerson Cassimiro

Violência contra a Mulher

A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM

Percebo que o tema violência contra a mulher, somente agora tem recebido atenção especial pela grande mídia. No entanto, até recentemente, a discussão cabia a uma minoria. Segundo Grossi, 1995; o termo violência contra a mulher foi emanado pelo movimento feminista, fazendo referência a todos os atos de constrangimentos físicos, morais, éticos, étnicos e psicológicos como, assédio sexual no trabalho e a mutilação do corpo, ato comum na cultura de algumas tribos no interior do continente africano.

Apesar da conquista feminina por independência profissional e o seu posterior destaque na sociedade pós-moderna, observo um número crescente de atos violentos contra as mulheres, rotuladas – preconceituosamente - como sexo frágil.

Os artigos “A violência contra mulheres: demandas espontâneas e busca ativa em unidade básica de saúde” e “Violência contra mulher: interfaces com a saúde”, de Elaine A. de Oliveira, expõem um excelente relato de estratégias para uma inclusão intensa desse tema e, consequentemente, programas de discussão na rede de saúde pública. Sua citação quanto à abordagem, ainda, em nível primário, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), foi de importância significativa, citando o papel do profissional enfermeiro frente ao dilema.

A autora menciona que, se faz necessário uma implantação mais eficaz de programas de atenção à mulher nas Unidades Básicas de Saúde envolvendo a Enfermagem (p.6), para um melhor enfrentamento da violência contra o sexo feminino. Estes projetos de assistência junto aos Programas de Saúde da Família (PSF), em parceria com os órgãos políticos, podem contribuir na redução do número de agressão. Este primeiro contato é fundamental para uma eficácia nas abordagens às mulheres agredidas que permanecem reprimidas, e por vezes, ameaçadas para não denunciarem os agressores que, na maioria dos casos, são seus parceiros (namorado e marido). As mulheres agredidas permanecem ocultas, à sombra, com medo de os denunciarem. Outro fato, também relatado que, reforça esta estatística é o uso excessivo de drogas e bebidas alcoólicas por estes parceiros.

Desse modo, a intervenção da enfermagem é essencial, pois suas atividades em assistência representam uma grande porta de entrada para que essas mulheres possam expor suas dificuldades e anseios. As usuárias das UBS se identificam com estes profissionais que as acompanham diariamente. Estes se tornam mais do que amigos para elas.

Atualmente, a violência contra as mulheres não é reconhecida, de fato, como um grande problema social pelos poderes políticos. Todavia, observo uma mobilização governamental, ainda pequena, frente a esta questão, criando esperanças de bons resultados para os próximos anos. O que não pode ocorrer são estes atos violentos permanecerem maquiados, apresentando um baixo número nas estatísticas oficiais, contrapondo à VERDADEIRA realidade brasileira.
Wellerson Cassimiro

13 de ago. de 2009

Música Diadem - HNC nº52


Composta por James Ellor, em 1838, “Diadem” é uma das três melodias para o poema de Edward Perronet (1779), “Glória e Coroação”, nº52, adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), no Hinário Novo Cântico (HNC). Ellor nasceu em 1819, na cidade de Droylsden, Inglaterra. Trabalhou em sua igreja ensinando hinos para a congregação.

Em compasso quaternário, a melodia desse hino tem como base as notas em bemol: si, lá, ré e mi. Seu primeiro compasso encontra-se em Anacruse (termo usado para identificar quando uma obra começa com tempo faltando, em seu primeiro compasso, sendo completado pelo compasso final).

Esta versão é constituída por quatro estrofes, sendo cada uma finalizada por um conjunto de “Glórias”, em colcheias e semínimas nas vozes soprano, contralto, tenor e baixo, e, um exultante clima festivo na palavra “coroai”, em fermata. O uso do pedal “sustain” é essencial, oferecendo um clima contínuo em “allegro”. Ao piano, o pedal sincopado é o melhor indicado.

Na primeira série de “Glórias”, as colcheias estão dispostas nas notas das vozes do soprano e do tenor. Para o contralto e baixo estão dispostas uma seqüência de três semínimas e uma pausa correspondente. Todavia, na segunda série de “Glórias” ocorre uma inversão de notas, restando aos contraltos e baixos a seqüências de colcheias. Esta também se revela como uma excelente peça para a formação coral. Contudo, mais uma vez, as expressões de intensidade não estão sinalizadas, nesta peça, no HNC.
Wellerson Cassimiro

Leopold Mozart e Peter Helfgott

(imagem: Peter e David Helfgott)

O longa metragem “Shine” (Brilhante), dirigido por Scott Hicks e roteiro de Jan Sardi, revela a história de uma criança-prodígio, David Helfgott, que possuía um excepcional talento musical. Nascido em Melbourne, na Austrália, a 19 de Maio de 1947, numa família hebraica, David era capaz de reproduzir no piano as melodias que rapidamente memorizava, após ouví-las em um toca-discos. Ao participar de um concurso de música, teve a habilidade de tocar uma peça de Chopin com o piano em movimento.

Ainda, muito jovem, David foi ingressou nos estudos musicais por seu pai, Peter Helfgott, homem rígido e de cultura rudimentar que mantinha sua família sob seu forte domínio. Peter era um homem frustrado, pois quando criança adquirira um violino através de muito suor que, posteriormente, veio a se quebrar. Seu pai negara o seu acesso aos estudos de música. Desse modo, Peter Helfgott transportou para o seu filho, David, o seu sonho de ser músico. Ele inscrevia David em vários festivais e concursos de música em busca de troféus, e consequentemente, ser reconhecido pela sociedade. O patriarca da família Helfgott não admitia falhas.

Não obstante, a história também, já nos apresentou uma história semelhante; uma criança-prodígio, nascido em Salzburgo, em 27 de janeiro de 1756, com um pai opressor, sedento por fama e glória: Wolgang Amadeus Mozart e seu pai Leopold Mozart.

Em seu livro “Mozart - O Grande Mago”, volume 1, Christian Jacq revela o lado opressor de Leopold Mozart que, submetia o pequeno Wolgang às longas jornadas de estudos ao piano. Ao jovem pianista, permitia somente breves distrações para não comprometer as novas composições (p.89). Wolgang, por vezes, queixava-se do pai que, não o concedia um momento de descanso (p.155). Leopold enfrentava cansativas viagens entre as cidades européias para exibir seu filho como, um mico adestrado, e conseguir prestígio nas cortes. Ele possuía o sonho de que Wolgang fosse indicado a um cargo fixo de músico, na cidade de Viena. Contudo, culturalmente, os vienenses eram extremamente rigorosos quanto aos seus músicos e estilos. Agradá-los não era uma tarefa tão fácil.

Ao final do ano de 1766, Wolgang, com apenas 10 anos de idade, se viu sobrecarregado de trabalho. O príncipe-arcebispo de Salzburgo quis conferir os reais talentos do jovem, encomendando-lhe uma peça. O resultado foi a obra “Licenza” para tenor, K.36, (p.82).

Ambos os pais, Leopold Mozart e Peter Helfgott, possuíam características semelhantes. Obras complexas eram impostas aos jovens Mozart e Helfgott. A diversão não fazia parte de suas vidas. Para Leopold e Peter a opressão era o melhor método de ensino musical. Buscavam, incessantemente, pela extrema perfeição das notas, além de cobiçarem por prestígio e altos cargos no posto de músico.
Wellerson Cassimiro

Escola Estadual Delfim Moreira


Centro de Juiz de Fora

3 de ago. de 2009

XX Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga



A VIENA MINEIRA

Tive a oportunidade de acompanhar os 14 dias em que, a cidade de Juiz de Fora se transformou na capital da música erudita. Uma Viena Mineira por se dizer. Por todos os lados se viam transitar estudantes, professores e mestres em música carregando pequenos, grandes e curiosos instrumentos. Na região central da cidade podiam se ouvir sons de violoncelos, violinos e violas barrocas, flautas doce e traversos, fagotes, oboés, piano e cravo.

Durante o dia, um corre-corre sem parar de estudantes indo para as aulas. Nas costas ou debaixo do braço, os seus instrumentos; um amigo fiel. E, à noite, uma série de concertos e apresentações ao ar livre. Um dos mais lindos cenários do município foi palco fundamental desses concertos: o Cine-Theatro Central, que permaneceu lotado em todos eles.

Toda essa euforia musical foi causada pelo XX Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, promovido pelo Centro Cultural Pró-Música de Juiz de Fora. O evento teve início no dia 19 de julho e encerrou no dia 1º de agosto. Além de composições brasileiras, inúmeras obras de compositores franceses foram executadas por grupos musicais e orquestras, em comemoração ao “Ano da França” no Brasil.

• • Orquestra Sinfônica de Minas Gerais

Sob a regência de Charles Roussin, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais abriu as atividades da programação, no dia 19 de julho. Daí por diante, somaram-se mais 32 concertos no Cine-Theatro Central, Teatro Pró-Música, nas Igrejas do Rosário, São Sebastião, São João Evangelista e Capela Senhor dos Passos; no palco montando no Calçadão da Rua Halfeld, nos saguões do Fórum Benjamim Colucci, Correios, Banco do Brasil, Banco Itaú, Mister Shopping, JF Informação e no Auditório Cláudio Santoro, na cidade de Campos do Jordão (SP).

• • Orquestra Barroca do XX Festival

Na noite de segunda-feira, 20, o Cine – Theatro Central foi palco para a apresentação da Orquestra Barroca do XX Festival. Com instrumentos de época a Orquestra executou peças de compositores franceses como, Jean Fery Rebel e Jean-Philippe Rameau. Integrando-se aos músicos estava o conceituado violinista Andre Cavazotti.

• • Pianista Eudóxia de Barros

A pianista Eudóxia de Barros abrilhantou o evento, juntamente, com a Orquestra Pró-Música, sob a regência de Nelson Nilo Hack, no dia 22. Na primeira parte do concerto, a pianista realizou um solo tocando obras de compositores europeus como, Wolgang Mozart (Rondó K485), Frédéric Chopin (Noturno op.72, nº1, em mi menor) e brasileiros; Zequinha de Abreu (Soluçar de um Coração) e Chiquinha Gonzaga (Gaúcho). A segunda parte da apresentação teve a presença da Orquestra que ao lado de Eudóxia de Barros interpretaram o “Concerto nº1 em Sol menor para piano e orquestra” de Felix Mendelsshon. O ponto alto do concerto foi no momento em que, Eudóxia executou a peça “Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro” de Gottschalk, arrancando suspiros de euforia de toda a plateia. O pedido de bis, ao final da apresentação, não poderia faltar, é claro.

• • Le Poème Harmonique

Outro destaque do evento foi o grupo francês Le Poème Harmonique, sob a direção de Vincent Dumestre. Em apresentação única, na cidade, no dia 24, o grupo ofereceu um belíssimo concerto na Igreja do Rosário, no bairro Granbery. As luzes da igreja permaneceram apagadas, e a apresentação ocorreu à luz de velas, remetendo o público, à atmosfera do século XVII. Próximo do final do concerto, as velas foram sendo apagadas uma a uma, intercalando com cada obra executada. O público aplaudiu de pé, aclamando por bis. Formado em 1997, Le Poème Harmonique é constituído por músicos solistas, especializados em músicas do século XVII e início do século XVIII. Sua formação integra-se vozes de soprano, contratenor, tenor e barítono. Os instrumentos usados são a viola de Gambá, teorba, órgão e cravo.
Wellerson Cassimiro

Hino Ressurgiu • • HNC nº274 – IPB

UMA EXCELENTE OBRA PARA
A FORMAÇÃO CORAL E ORQUESTRA


Escrito e musicado em 1874, por Robert Lowry, o hino “Ressurgiu” (HNC – nº274) apresenta uma melodia de forte contraste, sendo muito executado no período da Páscoa, nas igrejas protestantes brasileiras.

O poema do hino revela a morte de Cristo e, sua posterior ressurreição. Assim, Lowry fez uma brilhante associação do conteúdo textual com a estrutura melódica. Cada uma das estrofes que conta a morte, de Jesus, é cantada em registro grave, sem a presença de uma se quer nota aguda. Desse modo, uma atmosfera, levemente, sombria é observada. Os compassos quaternários são constituídos por mínimas e semínimas.

O contraste surge no coro que, de imediato, revela a ressurreição de Jesus, em seu primeiro verso. O refrão é cantado mais ritmado (semicolcheias e colcheias pontuadas) e de forma crescente para um clima que parece explodir.
As notas das vozes do soprano apresentam-se em registro agudo, sendo acompanhadas por um contracanto das vozes do tenor e baixo (na mesma nota si bemol), na palavra “Ressurgiu”; e, a sua posterior pausa, para o canto do soprano e contralto. A obra encerra-se em uma semibreve; podendo pontuá-la prolongando, desse modo, o seu tempo para uma finalização exultante. Esta é uma excelente peça para a formação coral e orquestra.

Robert Lowry, concluiu seu doutorado em Divindade pela Universidade de Bucknell, no ano de 1873. Conseguiu a admiração de autoridades musicais como, Diana Sanchez, responsável pelos comentários sobre os hinos na nova edição do “The United Methodist Hymnal”.
Wellerson Cassimiro

Hino Altos Louvores • • HNC nº46 IPB

Texto de Sarah Poulton Kalley (1873) e música de Charles Avison (1710 – 1770), o hino “Altos Louvores”, contido no Hinário Novo Cântico (HNC) da Igreja Presbiteriana do Brasil, mostra um

Sua tonalidade em bemol a obra revela os dois primeiros versos - de cada estrofe - como uma anunciação, um forte chamado ou uma aclamação. Nestes versos, as notas das vozes do soprano, contralto e tenor permanecem agudas, apenas com a exceção da voz do baixo. Este recurso, usado por Avison, tem a intenção de destacar um trecho da peça para valorizar o conteúdo da mensagem escrita, que está sendo entoada.

Nos versos que se seguem observa-se um suave diálogo entre os compassos, alternando notas, pouco, agudas. Há um contraste imediato estes quatros versos; como se depois da tempestade (do primeiro e segundo verso) viesse a calmaria (do terceiro e quarto verso), separados por uma pausa da semínima no compasso quaternário. Tal estrutura ocorre de modo seqüenciado em todas as estrofes.

O último verso de cada estrofe é cantado duas vezes. Cada vez que o verso é repetido, executam notas diferentes, terminando em um primordial “rallentando”.
O hinário não apresenta, nesta peça, as expressões de intensidade cabendo, assim, ao músico a sua auto-interpretação da mensagem, correspondendo corretamente, as expressões como, pianíssimo, mezzoforte e sforzando. O último compasso, de cada estrofe, é formado por uma mínima acompanhada de uma pausa da semínima.

A versão adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil contém quatros estrofes, sendo que a mensagem, das duas primeiras, destina-se para o homem. Surge um convite para que o homem louve seu criador, nas frases: “Altos louvores a quem triunfou” e, “Glória rendemos ao bom Salvador”. No entanto, a mensagem das demais estrofes tem o objetivo de adoração Divina, confessando que Deus é amparo constante e fiel protetor.
Wellerson Cassimiro

16 de jul. de 2009

Antonio Lucio Vivaldi - O Prete Rosso

As obras de Antonio Lucio Vivaldi são abordadas na 3ª edição da Coleção O Melhor da Música Sacra, da editora Planeta DeAgostini. Este DVD apresenta as obras Gloria RV 589, o Magnificat RV 610 e Longe Mala Umbrae Terrores RV 640.

Compositor do estilo barroco, Antonio Lucio Vivaldi, ou mais lembrado como Antonio Vivaldi, nasceu em Veneza, a 4 de março de 1678. Seu pai foi um barbeiro e, também, músico de exímio talento. Este tocava violino e deu as primeiras instruções musicais ao filho Vivaldi. Em 1703, Antonio Lucio tornou-se padre, conhecido em sua época, como prete rosso – padre vermelho – devido às cabeleiras vermelhas. Faleceu em Viena, 28 de julho de 1741 sem dinheiro algum.

Harry Potter teve pré-estreia à meia-noite em Juiz de Fora

A pré-estreia do filme Harry Potter e o Enigma do Príncipe, à meia-noite, movimentou o Independência Shopping, na última terça-feira, 14, em Juiz de Fora.

Apesar da hora já avançada, vários adolescentes e crianças, acompanhadas por seus pais, compareceram à pré-estreia do mais novo filme da série do bruxo Harry Potter, deixando lotadas as duas salas de projeção, destinadas à exibição do longa metragem. Esta produção é baseada no livro de número seis, da autora Joanne Kathleen Rowling.

Enquanto o filme não começava, em meio à euforia, os jovens trocavam críticas, elogios e suposições quanto às produções anteriores e possíveis contradições com os livros da série. Em certo momento uma chuva de pipocas surgiu do lado mais alto do cinema, além dos bombons “voadores”.

O filme começou às 00h17 e, diferentemente dos outros filmes da saga do jovem bruxo, este apresentou-se de forma mais cômica, despertando risadas de toda a platéia em várias cenas.

Além da magia e a luta pelo poder, o longa abordou as transformações, as conquistas e as decepções amorosas, comuns na adolescência. O filme terminou às 02h20 sem que os adolescentes apresentassem sinais de sono ou cansaço.
Wellerson Cassimiro

Um Inverno florido

14 de jul. de 2009

A Sexta Sinfonia de Beethoven em destaque

Royal Philharmonic Orchestra

A análise sistemática da Sexta Sinfonia, também chamada “A Pastoral”, de Ludwig Van Beethoven é o assunto principal do terceiro volume da coleção lançada pela Royal Philharmonic Orchestra (Orquestra Filarmônica Real).

A coleção é composta por um CD e por um pequeno livro biográfico que revela, com riquezas de detalhes, fatos que marcaram a vida dos maiores compositores clássicos. As edições, ainda, contêm fotografias como, por exemplo, a foto de 1925 da casa de Mozart, em Salzburgo; e reproduções de telas de pintores famosos como, a pintura a carvão de Beethoven, de Max Wurff; a imagem de Mozart e Constanza durante lua-de-mel, de Hugo Schubert e, o retrato de Chopin, de Eugéné Delacroix, de 1838. As edições anteriores são dos compositores Wolfgang Amadeus Mozart (Vol.I) e Frédéric Chopin (Vol. II).
Wellerson

Carmina Burana • • Carl Orff

"Perfeição de movimentos"

Conduzidos pelo maestro Seiji Ozawa, o Coral Shin-Yu Kai e a Saito Kinen Orchestra realizaram, na noite de 31 de dezembro de 1989, um belíssimo concerto na cidade de Berlim, Alemanha.

O coral misto, constituído por homens e mulheres, interpretou a cantata Carmina Burana, peça do compositor, maestro e professor alemão Carl Orff, nascido em Munique, a 10 de julho de 1895. Esta obra é considerada por alguns estudiosos da música erudita como sendo uma das obras-mestres do século XX. O concerto, ainda, contou com a presença da soprano Kathleen Battle, o tenor Frank Lopardo e do barítono Thomas Allen.

Além da regência impecável de Ozawa, que realizou movimentos, ora suaves, ora agressivos e, por vezes, expressões faciais e gestos curiosos; deu-se destaque a excelente interpretação de Kathleen Battle que pareceu, realmente, vivenciar cada verso cantado. Outro fato inusitado foi a utilização simultânea de dois pianos de cauda. A correta execução do tempo das pausas também chama a atenção como, por exemplo, as pausas semibreves e semínimas pontuadas.

Todo esse espetáculo pode ser conferido no DVD “Orff – Carmina Burana”, produzido pela Cami Video em parceria com a Universal Music Company.

Wellerson.

26 de jun. de 2009

Centro • • • JF


Visualização do prédio da Prefeitura de Juiz de Fora

La Resurrezione - Händel

2ª Edição de O Melhor da Música Sacra


Sob a batuta de Walter Attansi, a Orquestra de Roma e do Lácio e, o Schola Cantorum de Santa Maria dos Anjos executam uma das maiores obras sacras de Georg Friedrich Händel: a peça La Resurrezione, na segunda edição da coleção O Melhor da Música Sacra.

Esta edição apresenta as 29 melodias que compõem o oratório handeliano, datado do ano de 1708. A obra é interpretada pela soprano Elena Biavati, a meio-soprano Carla Lana, o tenor Marcello Nardis e pelo baixo Stefanos Koroneos. Dou destaque, aqui, a execução, perfeita, de dois alaúdes posicionados quase que na frente da orquestra. Estes instrumentos chamam a atenção por sua forma e pelo som único.

Dirigido por Enrico Castiglione, o vídeo revela riquezas de detalhes e excelente fotografia das belas imagens e ornamentos da Igreja de Gesú, em Roma. Assim, é impossível não se envolver no clima sacro proposto pelo compositor alemão Händel.
Wellerson

24 de jun. de 2009

Talento Nato

Não sou de acompanhar novelas e seriados. No entanto, é preciso tirar o chapéu para uma atriz que vem chamando a atenção dos telespectadores da telenovela Paraíso, exibida de segunda aos sábados, às 18h15. Cássia Kiss interpreta com, exímio talento, a beata Mariana, que ora desperta risos, ora raiva no público. A cada capítulo a atriz se supera, revelando o dom da interpretação. Sua personagem, religiosa fanática, é mãe de Maria Rita (Santinha) e esposa de Antero. Ela sonha em colocar Santinha em um convento, contra a vontade da filha. O padre, da pequena cidade de Paraíso, sempre tenta fugir das loucuras de Mariana. Porém, tal estratégia por vezes não dá certo, tendo que aturá-la durante horas. O primeiro trabalho da atriz foi em 1979, na telenovela Cara a Cara, produzida pela Rede Bandeirantes.
Wellerson Cassimiro.

Juiz de Fora • • Zona da Mata Mineira



Avenida Getúlio Vargas esquina
com Rua Espírito Santo - Centro

23 de jun. de 2009

Música no C.E.M - "Heitor Villa-Lobos"


“Villa Lobos” 50 anos de ausência

O Conservatório Estadual de Música Haidée França Americano, de Juiz de Fora, iniciou, na tarde de ontém, 22, uma série de homenagens ao compositor e músico brasileiro Heitor Villa-Lobos. O concerto realizado no auditório da instituição contou com a presença de professores, amigos, alunos e ex-alunos. Segundo uma das coordenadoras do evento, Valéria Assad, o projeto Música no Conservatório Estadual de Música (CEM) tem o objetivo de aproximar a escola junto à comunidade, assim, como a cultura musical.

O professor Leandro Miranda abriu o concerto executando, ao violão, o Prelúdio nº3. Segundo ele, Heitor Villa-Lobos compôs cinco prelúdios no total, cada um fazendo referência a alguma personalidade ou pessoa próxima de seu convívio. “O prelúdio nº3 faz uma homenagem à Johann Sebastian Bach”, disse o professor. Ele ainda tocou o Estudo nº8 e um conjunto de danças (Suítes de Choro).

O ex-aluno e pianista Thiago Bastos executou a peça “A Lenda do Caboclo”. Ele revelou que há três andamentos na melodia e uma nota destacada, que se repete, simbolizando o canto da Juriti, pássaro típico da fauna brasileira que habita florestas densas e cerrados.

O pianista Eduardo Tagliatti foi o terceiro músico a subir no palco, interpretando três obras do compositor. A primeira peça apresentada foi parte do movimento da Bachiana nº4, para coral. Em seguida foram executadas “Impressões Seresteiras” e um círculo prático criado a partir de canções populares para crianças.

A soprano Patrícia Guimarães encerrou as homenagens cantando uma série de canções nordestinas, acompanhada pelo pianista Eduardo Tagliatti.

Heitor Villa-Lobos nasceu na cidade do Rio de Janeiro, a 5 de março de 1887. Ficou conhecido por unir à música os sons da natureza. O compositor faleceu em 17 de novembro de 1959.

Wellerson

15 de jun. de 2009

Matias Barbosa - Minas Gerais



Iluminação: Cidade de Matias Barbosa,MG
Foto de 12/06/09

5 de jun. de 2009

Palestras na 7ª Igreja Presbiteriana JF


“Eu, um missionário? O jovem cristão levando a sério o seu chamado”. Este é o tema que será discutido por jovens e adolescentes, em dois dias de palestras, na 7ª Igreja Presbiteriana de Juiz de Fora, evento promovido pela União de Mocidade Presbiteriana (UMP) da Igreja.

O tema colocará em questão o jovem frente aos desafios da ação missionária em nosso tempo. As palestras serão ministradas pelos Seminaristas Marcus Vinícius e Marco Aurélio Policarpo Sant’Ana, alunos do Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas – SP, no dia 11 de junho, feriado, às 15h, na sede da Igreja, situada à Rua Nazira Mattar de Freitas, 394, no bairro Monte Castelo. O evento ainda contará com a presença dos produtores da Revista Impacto Word.

Já no dia 13 de junho, sábado, às 15h, jovens e adolescentes estarão exercitando na prática as teorias dessas palestras, no período da tarde, no município de Chácara, MG. O evento será encerrado a noite, com muita música, na Igreja Presbiteriana da cidade, localizada no centro.
Wellerson Cassimiro

As emoções expressas pela arte

A arte é o meio mais eficaz para expressar, transmitir, traduzir e idealizar os anseios de uma sociedade. De forma clássica, tradicional ou até mesmo debochada e sagaz, utilizamos a arte para reivindicar direitos, cobrar mudanças sociais e pregar novos ideais. Observamos as letras, estrategicamente, elaboradas, das músicas que revelam problemas sociais de nosso tempo, as pinturas rupestres que eternizam uma cultura; as charges que exprimem severas críticas ao sistema político, o suave ritmo melódico, agudo ou grave das músicas sacras que transmitem culto ao Divino; as esculturas que registram uma história e as pinturas em afrescos que expressam a fé. Notamos que cada período da vida humana é registrado de variadas formas, traduzindo, desse modo, suas emoções. Aqui, vou me deter às pinturas em telas do movimento Expressionista.
O Expressionismo surgiu com fortes traços, grandes manchas, imagens disformes e cores intensas que revelaram a angústia, o drama, o sofrimento humano e a inquietação de um tempo, marcado pelo acelerado desenvolvimento tecnológico e científico emanado da Revolução Industrial e, afligido pelos conflitos sociais, étnicos resultantes da busca pelo poder, ocorridos na Idade Contemporânea, em que a existência humana foi colocada em prova.
Em solo europeu, observou-se o derramamento de sangue e a falta de abastecimento ocasionado pelas grandes guerras mundiais e pelos conflitos civis. Os ânimos e a fé estavam, agora, abalados. As pessoas de poucas posses e de hábitos noturnos foram marginalizadas, procurando refúgio em lugares úmidos e escuros das grandes cidades. Surgiram os bairros cinzentos formados por operários, trabalhadores das indústrias. Estas impunham longas jornadas de trabalho de 12 a 18 horas/dia.
Podemos definir o Expressionismo como um período da arte, decorrido no fim do século XIX e início do século XX. Este movimento preconizava uma interiorização da criação, uma reflexão individual e subjetiva do artista. Propunha uma ruptura formal e ideológica com os padrões estéticos ditados pela Academia de Artes européia. A distorção das imagens era intencional devido à busca pela expressividade.
Todas estas características como, distorções e grandes manchas, podem ser observadas nas obras de Edvard Munch e Vincent Willem Van Gogh, os dois maiores nomes do expressionismo. No quadro “Auto-retrato de Dr. Gachet”, de Van Gogh, há um clima de melancolia, depressão e tristeza, na face do médico do pintor, expressas através das linhas disformes além da tonalidade escura. Uma das características de Van Gogh era o uso das cores para traduzir as emoções que, fazia com exímio talento. Em suas obras a solidão e a miséria humana são representadas com tanta vivacidade que podemos sentir tal sentimento. Não existe melhor forma para registrar um momento, uma era um fato do que pela arte.
Wellerson Cassimiro

2 de jun. de 2009

Juiz de Fora - Minas Gerais



Complexo da Praça Antônio Carlos - Centro
Centro Cultural Bernardo Mascarenhas e Biblioteca Murilo Mendes

26 de mai. de 2009

Filme Amadeus



“Amado e abençoado por Deus!” Esta é uma das palavras ditas por Antônio Salieri ao se referir ao jovem prodígio musical Wolgang Amadeus Mozart.

Também, compositor operístico italino, Oficial da Corte de José II, Arquiduque da Áustria, Salieri desejou arduamente os talentos musicais de Mozart e, por vezes, alimentava em sua mente a morte do jovem. Este impressionante filme “Amadeus”, ganhador de oito Oscares, dirigido por Milos Forman, revela, com exímio, a curiosa vida de um dos maiores compositores clássicos, expondo as dificuldades financeiras que o talentoso pianista enfrentou, além de sua vida festeira.Também mostra o ódio do compositor italino por Mozart.


Logo no início do longa metragem, Salieri, internado em uma instituição psquiátrica, confessa a um padre todo o seu ódio por Mozart e seus pensamentos em exterminá-lo. Para ilustrar sua insatisfação e raiva a Wolgang, Antônio executa várias de suas composições ao piano. Contudo, o jovem padre não reconhece nenhuma. Salieri, então, executa uma obra famosíssima. O padre logo reconhece a melodia e se arrisca a cantarolar junto. No entanto, esta peça não era de composição de Salieri, e sim de Mozart. Todos, até os mais jovens conheciam as obras de Mozart, mas ninguém conhecia as peças de Antônio Salieri. Esta era a sua revolta. Salieri viveu indignado em ver que Deus havia dotado um jovem, às vezes “mulherengo”, por um dos tons mais belos da terra.

O filme revela uma excelente fotografia, expressando um clima pouco nostálgico de época. Este torn-se um currículo para os amantes da música erudita.
Wellerson

25 de mai. de 2009

BMW Vermelho (Curta)



Sinopse:

Sob a direção de Reinaldo Pinheiro e Edú Ramos, o curta metragem brasileiro BMW Vermelho relata o caos que se tornou a vida de um simples operário, que ganhou um veículo de luxo, em uma promoção de um jornal. Desempregado e morador de uma favela, na cidade de São Paulo, Odilon (Otávio Augusto) ganha um BMW vermelho, zero quilômetro, em um concurso. No entanto, este grandioso presente transformar-se em um imenso empecilho em sua vida, que já não era tão fácil. Segundo regras do concurso, o premiado não poderia vender o carro antes de dois anos. Odilon não podia arcar com todas as despesas do automóvel como, seguro, manutenção e até mesmo, a gasolina. O carro foi entregue, ao operário, sem o combustível. Contudo, todos na favela querem ouvir o barulho do motor. Assim, Odilon faz uma “vaquinha” e, cada morador dispõe de cinqüenta centavos para a compra do combustível. Todavia, Odilon fica frustrado ao ligar o veículo, pois este espera ouvir um forte ronco do motor, característica esta que não pertence ao BMW. Com as despesas apertando seu bolso, o operário, pai de três filhos, resolve vender seu humilde lar e passa a morar no BMW. O mais curioso é que Odilon e, ninguém de sua família sabe dirigir.
Wellerson

18 de mai. de 2009

O Melhor da Música Sacra

Grandes concertos da Música Sacra

Com imagens belíssimas dos interiores adornados da Igreja de Santo Inácio e da Basílica Santa Maria dos Anjos e dos Mártires, ambas em Roma, emolduradas pelas obras sacras de Wolgang Amadeus Mozart e Johann Sebastian Bach, a editora Planeta DeAgostini, lança sua a primeira edição da coleção “O Melhor da Música Sacra”. Os primeiros DVD’s revelam todo o fascínio que o Réquiem de Mozart exerce sobre o público e, as peças eternizadas do virtuose organista Sebastian Bach. A editora está reunindo os grandes concertos da música sacra em fascículos e DVD’s, dispondo-os nas bancas de jornal e, assinatura Online.

Sob a regência de Tamás Pál, o Coral e a Orquestra Sinfônica do Festival de Páscoa executam, com exímio talento, o misterioso Réquiem K626, de um dos maiores compositores clássicos, considerado, ainda na infância, como um prodígio pianista. Infelizmente, Mozart não pode finalizar sua obra-prima. Contudo, todo o seu talento e identidade permaneceram imortais nos mais suaves movimentos e arpejos dessa peça. Além desse harmonioso exército vocal e instrumental, a obra foi interpretada pelos solistas soprano Cecília Gasdia, o tenor Mário Malagnini, o baixo Ernesto Morillo e a mezzo-soprano Manuela Custer.

Para transmitir toda a grandeza das composições de Bach um seleto time foi escolhido. Assim, temos o tenor José Carreras e o pianista Christopher Giorgilli e, em um suave solo ao violoncelo surge Mstilav Rostropovich. O time instrumental se completa com a Orquestra Sinfônica do Festival de Páscoa e a Orquestra Benedetto Marcello. Ainda marcam presença o Coral da Capella Giulia da Basílica de São Pedro e o Coral da Academia Filarmônica Romana. Todos esses esquadrões musicais foram regidos pelos maestros David Giménez, Pablo Colino e Vito Clemente. Entre as peças de Bach estão Ecce Panis Angelorum e Magnificat BWV 243. Johann Sebastian Bach nasceu a 21 de março de 1685, em uma família tradicional de músicos, na Alemanha e, ascendeu aos altos cargos musical, ainda, muito jovem. É um dos mais importantes compositores do período Barroco da música.

Em sua próxima edição está a obra “La Ressurrezione”, de Georg Friedrich Handel. Essa coleção, com certeza, será inesquecível para os amantes da música erudita.
Wellerson

12 de mai. de 2009

Dia do Enfermeiro



12 DE MAIO

Parabéns a estas pessoas que sempre estendem suas mãos aos necessitados;
E que dedicam horas na manutenção da vida.

"Enfermagem; a arte do cuidar"

11 de mai. de 2009

Igreja Presbiteriana do Brasil em Chácara

Inaugurada a primeira Igreja Presbiteriana do Brasil, no município de Chácara/MG, no último final de semana. Entre as programações desenvolvidas estava a distribuição de informativos religiosos, em caminhada, pelos logradouros da cidade, ocorrido às 17h e, um culto ao ar livre, à noite. O evento ainda contou com a presença do quarteto de vozes masculinas “Mensageiros da Paz”. A igreja chacarense ficará sob a administração da 7ª Igreja Presbiteriana, sediada em Juiz de Fora, no bairro Monte Castelo. Chácara situa-se na microrregião de Juiz de Fora, a uma altitude de 800m, tendo uma população aproximada de 2.613 habitantes (IBGE - censo de 2004).
Wellerson

4 de mai. de 2009

O Misterioso Rèquiem de Amadeus

Termo oriundo do latim “requiem aeternam dona eis”, que significa “dai-lhes o repouso eterno”, o Rèquiem de Amadeus Wolfgang Mozart é uma de suas obras mais surpreendentes, envolta em um mistério viciante.

Nascido em Salzburgo, na Áustria, a 27 de janeiro de 1756, Mozart foi considerado uma criança prodígio, compondo pequenos minuetos e sonatas desde os cinco anos de idade e, considerado Konzertmeister - mestre de concerto - em 1772. É o compositor clássico mais lembrado em dias atuais. Dentre sua vasta obra, as mais lembradas são as Óperas “Don Giovanni”, “A Flauta Mágica” (já mencionada neste blog), “A Clemência de Tito” e o “Rèquiem” .

Entende-se como Rèquiem uma missa composta, especialmente, para um funeral. É inserida, na música, passagens bíblicas e orações para uma entrada dos mortos no céu. Segundo a história, um misterioso rapaz, de identidade desconhecida, encomendou uma missa fúnebre a Mozart, entregando-lhe uma carta. Este jovem perguntou se Mozart estaria disposto a compor um Rèquiem, por que preço, e por quanto tempo levaria para concluir tal obra. Contudo, tal mistério foi revelado, posteriormente, pela História. O Rèquiem foi encomendado pelo Conde Walsegg–Stuppach, em memória de sua esposa. Foi o seu advogado, Dr. Johann Sortschan, que apareceu a Mozart encomendando a missa. Esse Rèquiem não consta registrado no catálogo de obras de Mozart, pois ele só inscrevia as peças, em sua lista, depois de acabadas, algo que o grande compositor clássico não o fez. Mozart faleceu no dia 05 de dezembro de 1791, em Viena, antes que pudesse concluir esta missa.

Em Ré Menor (K.626, o Rèquiem foi composto para quatro solistas (soprano, soprano alto, tenor e baixo) e para um coral com as mesmas vozes. Mozart deixou partes da orquestração e vozes para contraltos incompletas. Seu discípulo musical Franz Xaver Süssmayr completou grandes trechos da obra. No entanto, essa obra sofreu alterações ao longo do tempo, por demais maestros, como Richard Strauss e Bruno Walter, versão esta mais executada pelas orquestras da atualidade.

Sequência das Melodias do Rèquiem:

1.Introitus
1.1.Requiem
1.2.Kyrie

2.Sequentia
2.1.Dies irae
2.3.Tuba mirum
2.4.Rex tremendae
2.5.Recordare
2.6.Confutatis
2.7.Lacrimosa

3.Offertorium
3.1.Domine Jesu Christe
3.2.Hostias
3.3.Sanctus
3.4.Benedictus
3.5.Agnus Dei

4.Communio
4.1.Lux aeterna


Wellerson


Fonte: Acervo da Bibioteca Murilo Mendes (Juiz de Fora/MG), www.infonet.com.br/mozart; musicaclassica.folha.com.br, www.geocities.com/Vienna

A Arte da Interpretação

Emocionar o público necessita talento

Rimos e choramos, ficamos surpresos, assustados, apreensivos e, por vezes, inquietos, assentados na platéia, diante de uma peça teatral. Ora gritamos, ora silenciamos. Tudo faz parte do espetáculo. Ao passarmos pelas portas de um Teatro entramos em um outro mundo. Um mundo fascinante que encanta. Emocionar o público necessita talento.
Para aqueles que pensam que o teatro é algo simples e fácil de ser realizado, enganam-se. É preciso ter conhecimento, domínio da técnica e acima - acima de tudo - talento. Gostar de teatro não basta. É preciso viver o teatro. Senti-lo na alma. Senti-lo correr nas veias. Não é fácil incorporar um outro ser. Emocionar o público necessita talento.
O ator trabalha sempre com a imaginação pró-ativa, exteriorizada, dando vida à personagem. As circunstâncias são imaginadas com veracidade e conhecer os motivos das cenas é fundamental. Emocionar o público necessita talento.
O palco precisa ser o mais real possível, sem a contribuição de recursos tecnológicos como, os efeitos especiais, cortes e edições, usados pelo cinema, influenciando, desse modo, a interpretação do ator. Este se esvazia de si mesmo, deixando de lado suas ideologias e seus dogmas, para expressar uma personagem que se encontra longe de sua realidade. Emocionar o público necessita talento.
Alguns já nascem com o talento aflorando sobre a pele. Este é capaz de imitar, com exímio, o nascer de uma flor. Contudo, outros, necessitam de estudos profundos para uma inserção completa nesse mundo que, ao mesmo tempo, é tão real e surreal. Assim, emocionar o público necessita talento.
Horas, dias, meses, e até mesmo, anos são dispensados na dedicação de uma única obra teatral. O teatro torna-se uma família. Unida. Assim como na música, em que a harmonia precisa reinar entre os músicos de uma orquestra, essa harmonia precisa estar presente nos bastidores do teatro. Uma sinfonia entre os atores. Acordes na interpretação. Expressões como “pianíssimos e mezzofortes” no rosto de cada ator, em cada gesto e movimento. O ator estuda os textos e seus contextos como um músico estuda sua partitura, envolto em sustenidos e bemóis. Emocionar o público, definitivamente, necessita talento.
Wellerson

"A Música é a ciência que pode nos fazer rir, chorar e dançar" Guilhaume de Machaut"

24 de abr. de 2009

Sangue Negro



Dirigido por Paul Thomas Anderson, o longa metragem “Sangue Negro” revela, o processo tecnológico acelerado ocorrido no início do século XX, na Califórnia (EUA), através da descoberta de petróleo sob o solo desse Estado. Constituído de uma fotografia que chama a atenção, em que o ponto perceptivo encontra-se fora do centro da tela, o filme expõe belíssimas paisagens e a corrida das Companhias de petróleo por jazidas deste. Em paralelo com o enredo principal do filme surge outro fato importante; a fé manipulada pelo poder da retórica de um jovem rapaz, Eli Sunday, que diz ser profeta. Este domina as mentes de pessoas simples de um vilarejo, fazendo-as acreditar que ele tem o poder da cura e, é um enviado de Deus. Ainda, mostra-se interessado pelos lucros financeiros oriundo dos poços de petróleo, ali furados, entrando em conflito por diversas vezes com Daniel, um mineiro de minas de prata, fracassado, que enriquece através extração do petróleo.
Wellerson

Mandela - Luta pela Liberdade



Baseado nas memórias do guarda prisional de Nelson Mandela, o militar James Gregory, o filme “Mandela – luta pela liberdade”, dirigido por Bille August, faz um excelente relato sobre a vida do líder negro e o sistema do Apartheid, que assolou a África do Sul em quase cinco décadas.

Após o infame ato de partilha da África, por nobres europeus em 1884, o continente é mais uma vez afligido: um regime político que incentivou a segregação entre brancos e negros, negou o direito ao voto e o direito de ir e vir da população negra. Esta deveria ter um passe, como um passaporte, para caminhar pelas ruas de seu país. Caso contrário, os negros eram presos em cadeias úmidas, em condições subumanas. O Apartheid foi oficializado no ano de 1948. Em1968, na África do Sul, 20 milhões de negros eram governados pela minoria de quatro milhões de brancos que atribuíram sobre os negros conceitos racistas, os julgando de terroristas e seres não-pensantes, além de preconizar, às crianças brancas, a ideologia de que a segregação era a vontade divina. Esse regime político chegou ao fim em 1994, com a libertação de Nelson Mandela e sua conquista ao cargo de presidente do país.

Sinopse:

O carcereiro racista Gregory é transferido para a Ilha Robben, local onde os negros ficavam presos, e fica responsável pela censura das correspondências e sobre um dos prisioneiros mais importante da história; Nelson Mandela. A Ilha Robben abrigava os negros que, tinham de alguma forma, influências sobre a população negra ainda em liberdade e, estes fomentavam a luta pela restauração do país. Gregory passou a maior parte de sua infância brincando com seu melhor amigo, um garoto negro que lhe ensinou a cultura de seu povo, como o idioma local. O militar cerca Mandela de todos os lados, informando aos líderes políticos sobre seu comportamento na prisão e suas visitas. Gregory era os olhos dos políticos brancos na Ilha. Entretanto, através do convívio com Mandela em 20 anos de cárcere, o militar muda completamente seus conceitos sobre negros e brancos.
Wellerson

16 de abr. de 2009

Utilitarismo X Denuncismo

Observamos que a sociedade é bombardeada por milhares de informações, a todo instante; fenômeno este iniciado com advento do processo tecnológico do início do século XX. Mal conseguimos digerir uma informação, e lá surgem outras. Todavia, muitas dessas notícias não apresentam conteúdos claros e concretos. Não há um aprofundamento dos fatos publicados pela mídia, apesar do excesso de tecnologia disponível. Parece que, tanto profissionais da comunicação como a sociedade, não buscam por informações mais completas. Não há uma preocupação quanto à veracidade dos fatos e, com esse turbilhão de informações aliado a superficialidade das notícias, surgi o chamado denuncismo. Este tem como objetivo principal o lucro pelo lucro, ou o furo pelo furo da matéria. Presenciamos a Ética se esvaindo do nosso cotidiano, pouco a pouco, nesse processo capitalista de se fazer da notícia, o dinheiro.

Alguns destes profissionais praticam o denuncismo, enquadrado equivocadamente, dentro da Ética Utilitarista. Essa preconiza que os fins justificam os meios. Seria o prejuízo de poucos em benefício de uma coletividade. Algo só é ético quando é pelo bem comum e não quando interessa somente a uma pessoa. Notamos que alguns desses comunicadores estão voltados para os interesses dos donos das empresas midiáticas, ou para a busca de sua própria glória e alimento de seu ego, o que pode ser perigoso. Publicar por publicar, denunciar por simples ato, sem uma apuração rigorosa, pode causar o fim de uma carreira ou atribuir valores errôneos às pessoas ou aos acontecimentos.

Observamos que o mercado jornalístico anseia por notícias espetaculares de grande impacto social, fomentando, desse modo, a “corrida pelo ouro” entre os jornalistas. Estes precisam dizer que não irão publicar um fato, ao perceber que certa notícia está mal apurada ou confusa. Assim, podemos analisar dois fatos que ocuparam as primeiras páginas dos jornais brasileiros, como o caso da Escola Base, em São Paulo e, recentemente, o desfecho da história da menina Isabella. Notamos a falta de comprometimento pela boa informação. Em nosso primeiro caso, vimos uma família sólida, proprietária de uma Instituição Educacional séria, ser fortemente abalada e destruída por equívocos grosseiros da imprensa, resultado de uma informação mal apurada. No segundo caso, temos a fúria da imprensa sobre um casal, que antes mesmo do início da investigação e, sua conclusão, pelo poder judiciário, a mídia o julgou como culpados. Em ambos os casos, culpados ou não, a imprensa atribuiu causa de valor precipitadamente pela sede de justiça e egoísmo.

Com certeza, a Ética Utilitarista é de real importância para um profissional da imprensa. É através desse conceito ético que pessoas corruptas podem ser reveladas e punidas. Contudo, esse utilitarismo precisa ser pensado e muito bem aplicado, para não causar falhas nos atos sociais – lamentáveis – como o da Escola Base.
Os fins justificam os meios. Contudo, quais serão os meios para se atingir o objetivo? Serão estes meios éticos? O nosso objetivo também será ético, visando o bem da sociedade, ou será só por nosso ego?
Wellerson