8 de jan. de 2009

Reality Show – A banalização da realidade

Mais uma vez, inicia-se um culto em massa aos personagens grotescos e a estereótipos criados para o entretenimento, apoiados sobre o voyeurismo incontrolável. Consagrado como um dos mais assistidos reality shows, os programas televisivos que mantêm pessoas, de diferentes valores ideológicos, confinadas em uma mesma casa, emergem para coroarem o niilismo.
A realidade não existe e, todos ali, representam uma personagem. Uma identidade falsa. Nada é verdadeiro. Tudo é encenado. Criam-se estereótipos e personagens que contradizem esse mundo real. Os participantes confinados transformam-se em fantoches. Formam-se as figuras do mocinho, do vilão e da donzela, manipulados por recursos técnicos que fragmentam as ações e falas desses. Logo na primeira semana, definem-se os seus devidos papéis, dentro da casa. As construções dessas figuras ratificam os estereótipos e os preconceitos sociais.
As cenas editadas são lançadas ao ar, como torpedos, moldando as mentes dos telespectadores que, imediatamente, compram a ideologia proposta pelo programa. Muitas alianças, brigas e conflitos permanecem ocultos por de trás das câmeras. É através dessa edição que alguns temas são mais explorados, conforme os índices de audiência, movidos pelo desejo de ver do ser humano. Observa-se que, tais programas ridicularizam a sexualidade, explorando-a exaustivamente, de forma apelativa, tendenciosa e vulgar. Desse modo, esses programas proporcionam, ao público, uma fuga de sua realidade através do envolvimento com temas banais e, conseqüentemente, a sua anulação cultural.
Wellerson