30 de mar. de 2009

Cine-Teatro Central - 80 anos



Há exatamente 80 anos, o Cine-teatro Central, localizado na cidade de Juiz de Fora, era inaugurado. Situado entre a rua São João e a rua da Califórnia, denominada hoje de rua Halfeld; contudo, mais conhecida como Calçadão, O Central foi muito esperado pela população que ansiava por um teatro moderno que fosse capaz de abrigar os melhores eventos e artistas da época. Suas portas foram abertas em 30 de Março de 1929. O projeto e construção ficaram sob a responsabilidade do arquiteto Raphael Arcuri, da Companhia Pantaleone Arcuri. Em registros históricos na Biblioteca Murilo Mendes, na cidade mineira, revelam que Raphael Arcuri não poupou na elaboração e execução do projeto do Cine-teatro, como o uso de materiais oriundos da Inglaterra, o que gerou ainda mais comoção entre os populares. O Central chama a atenção pela sua suntuosidade e elegância, vista somente em teatros nos grandes centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo. Em seu interior, apresentam-se pinturas de Ângelo Bigi, artista italiano que residia no Brasil. Bigi morreu em 1953. Após sua inauguração, os eventos se tornaram ainda mais constantes na cidade, recebendo companhias de danças, concertos sinfônicos, óperas, peças teatrais e exibição de filmes, marcando sua história no cinema-mudo e, colocando Juiz de Fora frente aos eventos culturais mais importantes do país.
Wellerson

Fontes: Acervos da Biblioteca Murilo Mendes e Funalfa

27 de mar. de 2009

Evelyn, Uma História Verdadeira

(cena do filme)

Dirigido por Bruce Beresford, o longa metragem “Evelyn Uma História Verdadeira” retrata a luta verídica de um pai - Desmond Doyle - para criar, sozinho, seus filhos na Irlanda, no de 1953. Evelyn, uma menina de 9 anos, juntamente com seus irmãos mais novos, são abandonados pela mãe, que vai para a Austrália. Com o vício da bebida e desempregado, Desmond Doyle fica sem condições para sustentar seus filhos. Assim, sua sogra o denuncia às autoridades que, o proibe de viver com as crianças. Ele fica arrasado pela perda da guarda de seus filhos, que são enviados aos internatos católicos. No orfanato, Evelyn sofre agressões físicas de uma freira rancorosa. Esta agressão é encoberta pelas autoridades religiosas e jurídicas. Desse modo, observando tal injustiça, Desmond começa uma longa briga com a justiça irlandesa envolta em uma excessiva religiosidade hipócrita. Ele pede ajuda aos seus amigos, como a garçonete Bernadette Beattie, além de dois advogados. De imediato seus amigos revelam que seu caso é único no país: ninguém ousou desafiar desse modo os tribunais irlandeses. Este é um excelente filme de dramaturgia. Wellerson

23 de mar. de 2009

Órgão de Tubos - sua origem

Preguntaram-me um vez sobre a origem dos Órgãos de Tubos, um dos instrumentos musicais mais antigo da humanidade. Este foi o primeiro instrumento de teclas. Bom.... Ctesíbio de Alexandria, um engenheiro grego, apresentou instrumento hidráulico que funcionava dentro de uma caixa de água onde havia duas bombas de ar. Este órgão hidráulico possuía um grande teclado e, de 8 a 10 tubos. Isso ocorreu no século III a.C. Contudo, algumas literaturas registram o nome de Jubal, inventor da harpa e da flauta, filho caçula de Lameque e Ada, como também sendo um dos precursores da invenção do Órgão. Ainda há que citar os hebreus que, talvez, fizessem uso de algum instrumento semelhante ao principio mecânico do Órgão. Outro nome que contribuiu para essa história foi Arquimedes, que teria inventado o primeiro Órgão de tubos, cerca de 229 anos antes de Cristo. Todavia, em vários registros históricos o nome mais citado é o de Ctesíbio.

O Órgão é um aerofone de teclas, que produz sons através da passagem de ar comprimido em tubos de diferentes tamanhos. Assim, dizer “órgão de tubos” refere-se a um pleonasmo, o mesmo que dizer “piano de cordas”. Usa-se essa terminologia para o distinguir dos demais Órgãos Eletrônicos provenientes da evolução tecnológica. Considerado o Órgão um dos instrumentos mais complexos e completos. Tal instrumento destaca-se na litúrgia cristã, tanto na Igreja Católica como nas Igrejas Protestantes. Johann Sebastian Bach foi um grande compositor clássico que muito utilizou esse intrumento, considerado um “virtuose” organista e um dos maiores nomes da música sacra barroca; oriundo de uma família de músicos, na cidade de Vienna.

Wellerson

Fontes: Dicionários de Instrumentos Musicais, Wikipédia, Meloteca (Organoteca)

20 de mar. de 2009

Quanto Vale ou é Por Quilo?


(cena do filme)

A exploração do marketing Social

O filme brasileiro, direção de Sergio Bianchi, "Quanto Vale ou É Por Quilo?" faz uma excelente analogia entre o comércio de escravos, ocorrido no século XVII, e a atual exploração da miséria pelo marketing social. Não existe uma verdadeira assistência social às comunidades carentes. Observa-se que algumas empresas atuam nas obras sociais como pretexto para permanecerem na mídia como uma Instituição que se preocupa com os menos favorecidos. Estas realizam solidariedade de fachada. Usam da caridade como uma escada para conseguirem prêmios e status na sociedade. Outras empresas escolhem áreas para atuação social que em nada se relacionam com as suas atividades desenvolvidas. É preciso um apadrinhamento verdadeiro nas obras assistenciais. Se uma empresa doa computadores a uma comunidade, é preciso colocar instrutores e zelar pela manutenção daquele espaço.
Dar somente o peixe, não basta. Faz-se necessário ensinar a pescar.
Wellerson

19 de mar. de 2009

Harlem Gospel Choir em Juiz de Fora






Um dos maiores representantes da música gospel internacional, o Harlem Gospel Choir, esteve presente, na noite de ontem, 18, na cidade de Juiz de Fora, em belíssima apresentação. O show foi realizado no Cine- teatro Central que ficou lotado. O coral foi fundado na região do Harlem, New York (EUA), em 1986 por Allen Bailey que teve a idéia de criar o grupo enquanto participava de uma cerimônia em homenagem ao líder negro Martin Luther King Jr.O coral está em turnê pelo Brasil arrecadando fundos para obras sociais.

O espetáculo foi de muita animação e interação com o público. Crianças, adolescentes e adultos subiram no palco e arriscaram cantar em inglês duas músicas, junto com o grupo. Em outro momento, integrantes do Harlem desceram até a platéia, caminhando entre as poltronas. As músicas ritmadas contagiaram os juizforanos que acompanharam com palmas as coreografias. Quase ao final do show, o coral entoou a tão famosa e esperada música “Oh Happy Day”, o que foi o ponto alto da festa. Com certeza, a passagem de Harlem, ficará marcada na memória da cidade.

17 de mar. de 2009

A Jangada do Medusa - Loucura e Canibalismo


Théodore Géricault, 1820

O Medusa era uma fragata real que conduzia franceses para as colônias da França em Senegal, na África. Esta afundou na costa oeste do continente africano por um erro de navegação. O comandante Hugues du Roy de Chaumareys não fazia nenhuma viagem marítima há vinte e cinco anos. Além desse equívoco, a fragata transportava mais passageiros do que realmente comportava, resultando no total de 400 passageiros.

O naufrágio:

O capitão e a tripulação foram os primeiros a abandonar o Medusa e tomaram, a força, os barcos salva-vidas. Sem botes para se salvarem, os demais passageiros construíram uma jangada com as sobras do navio. A pequena jangada, então, abrigou 149 passageiros. Permaneceram à deriva por treze dias, sem comida e sem água. Só 15 sobreviveram. Muitos enlouquecerem sob o sol escaldante e, para não perecerem, os sobreviventes iniciaram um processo de canibalismo, comendo pedaços dos corpos dos passageiros mortos. Após treze dias, foram resgatados pelo navio Argus.

A imprensa:

Consequentemente, a imprensa publicou, durante meses, fortes críticas sobre o desastre, nas primeiras páginas dos jornais.

A pintura:

A pintura, de 1820, acima é de Théodore Géricault, pintor francês (1791-1824) do estilo romântico, que apurou a história do naufrágio, entrevistando minuciosamente os sobreviventes. O curioso é que Théodore estudou os corpos em decomposição e cabeças decapitadas em busca de maior autenticidade. Este era um admirador das formas de Michelângelo. Em seu ateliê mandou construiu uma jangada como modelo e inspiração. Observa-se na pintura duas pirâmides: a da morte e da vida. Na parte superior direita vê-se um homem negro acenando, com lenços de várias cores, para o horizonte na esperança de resgate eminente. Na parte inferior esquerda, nota-se o pai lamentando a morte de seu filho segurando-o em seus braços. Também percebe-se o simbolismo do canibalismo, na parte inferior há a presença de um machado. Contudo, percebe-se um erro no realismo, pois depois de treze dias ao mar, sem alimentação, tanto os corpos como os sobreviventes não estariam bem nutridos e corados, além de apresentarem cabelos e barbas longas. Ainda assim, esta imagem repercutiu de forma avassaladora na sociedade francesa.
Wellerson