24 de abr. de 2009

Sangue Negro



Dirigido por Paul Thomas Anderson, o longa metragem “Sangue Negro” revela, o processo tecnológico acelerado ocorrido no início do século XX, na Califórnia (EUA), através da descoberta de petróleo sob o solo desse Estado. Constituído de uma fotografia que chama a atenção, em que o ponto perceptivo encontra-se fora do centro da tela, o filme expõe belíssimas paisagens e a corrida das Companhias de petróleo por jazidas deste. Em paralelo com o enredo principal do filme surge outro fato importante; a fé manipulada pelo poder da retórica de um jovem rapaz, Eli Sunday, que diz ser profeta. Este domina as mentes de pessoas simples de um vilarejo, fazendo-as acreditar que ele tem o poder da cura e, é um enviado de Deus. Ainda, mostra-se interessado pelos lucros financeiros oriundo dos poços de petróleo, ali furados, entrando em conflito por diversas vezes com Daniel, um mineiro de minas de prata, fracassado, que enriquece através extração do petróleo.
Wellerson

Mandela - Luta pela Liberdade



Baseado nas memórias do guarda prisional de Nelson Mandela, o militar James Gregory, o filme “Mandela – luta pela liberdade”, dirigido por Bille August, faz um excelente relato sobre a vida do líder negro e o sistema do Apartheid, que assolou a África do Sul em quase cinco décadas.

Após o infame ato de partilha da África, por nobres europeus em 1884, o continente é mais uma vez afligido: um regime político que incentivou a segregação entre brancos e negros, negou o direito ao voto e o direito de ir e vir da população negra. Esta deveria ter um passe, como um passaporte, para caminhar pelas ruas de seu país. Caso contrário, os negros eram presos em cadeias úmidas, em condições subumanas. O Apartheid foi oficializado no ano de 1948. Em1968, na África do Sul, 20 milhões de negros eram governados pela minoria de quatro milhões de brancos que atribuíram sobre os negros conceitos racistas, os julgando de terroristas e seres não-pensantes, além de preconizar, às crianças brancas, a ideologia de que a segregação era a vontade divina. Esse regime político chegou ao fim em 1994, com a libertação de Nelson Mandela e sua conquista ao cargo de presidente do país.

Sinopse:

O carcereiro racista Gregory é transferido para a Ilha Robben, local onde os negros ficavam presos, e fica responsável pela censura das correspondências e sobre um dos prisioneiros mais importante da história; Nelson Mandela. A Ilha Robben abrigava os negros que, tinham de alguma forma, influências sobre a população negra ainda em liberdade e, estes fomentavam a luta pela restauração do país. Gregory passou a maior parte de sua infância brincando com seu melhor amigo, um garoto negro que lhe ensinou a cultura de seu povo, como o idioma local. O militar cerca Mandela de todos os lados, informando aos líderes políticos sobre seu comportamento na prisão e suas visitas. Gregory era os olhos dos políticos brancos na Ilha. Entretanto, através do convívio com Mandela em 20 anos de cárcere, o militar muda completamente seus conceitos sobre negros e brancos.
Wellerson

16 de abr. de 2009

Utilitarismo X Denuncismo

Observamos que a sociedade é bombardeada por milhares de informações, a todo instante; fenômeno este iniciado com advento do processo tecnológico do início do século XX. Mal conseguimos digerir uma informação, e lá surgem outras. Todavia, muitas dessas notícias não apresentam conteúdos claros e concretos. Não há um aprofundamento dos fatos publicados pela mídia, apesar do excesso de tecnologia disponível. Parece que, tanto profissionais da comunicação como a sociedade, não buscam por informações mais completas. Não há uma preocupação quanto à veracidade dos fatos e, com esse turbilhão de informações aliado a superficialidade das notícias, surgi o chamado denuncismo. Este tem como objetivo principal o lucro pelo lucro, ou o furo pelo furo da matéria. Presenciamos a Ética se esvaindo do nosso cotidiano, pouco a pouco, nesse processo capitalista de se fazer da notícia, o dinheiro.

Alguns destes profissionais praticam o denuncismo, enquadrado equivocadamente, dentro da Ética Utilitarista. Essa preconiza que os fins justificam os meios. Seria o prejuízo de poucos em benefício de uma coletividade. Algo só é ético quando é pelo bem comum e não quando interessa somente a uma pessoa. Notamos que alguns desses comunicadores estão voltados para os interesses dos donos das empresas midiáticas, ou para a busca de sua própria glória e alimento de seu ego, o que pode ser perigoso. Publicar por publicar, denunciar por simples ato, sem uma apuração rigorosa, pode causar o fim de uma carreira ou atribuir valores errôneos às pessoas ou aos acontecimentos.

Observamos que o mercado jornalístico anseia por notícias espetaculares de grande impacto social, fomentando, desse modo, a “corrida pelo ouro” entre os jornalistas. Estes precisam dizer que não irão publicar um fato, ao perceber que certa notícia está mal apurada ou confusa. Assim, podemos analisar dois fatos que ocuparam as primeiras páginas dos jornais brasileiros, como o caso da Escola Base, em São Paulo e, recentemente, o desfecho da história da menina Isabella. Notamos a falta de comprometimento pela boa informação. Em nosso primeiro caso, vimos uma família sólida, proprietária de uma Instituição Educacional séria, ser fortemente abalada e destruída por equívocos grosseiros da imprensa, resultado de uma informação mal apurada. No segundo caso, temos a fúria da imprensa sobre um casal, que antes mesmo do início da investigação e, sua conclusão, pelo poder judiciário, a mídia o julgou como culpados. Em ambos os casos, culpados ou não, a imprensa atribuiu causa de valor precipitadamente pela sede de justiça e egoísmo.

Com certeza, a Ética Utilitarista é de real importância para um profissional da imprensa. É através desse conceito ético que pessoas corruptas podem ser reveladas e punidas. Contudo, esse utilitarismo precisa ser pensado e muito bem aplicado, para não causar falhas nos atos sociais – lamentáveis – como o da Escola Base.
Os fins justificam os meios. Contudo, quais serão os meios para se atingir o objetivo? Serão estes meios éticos? O nosso objetivo também será ético, visando o bem da sociedade, ou será só por nosso ego?
Wellerson

6 de abr. de 2009

Meio-dia em Southampton






A execução do projeto:

No próximo dia 12 de abril, o Titanic completará 97 anos de sua única partida do porto de Southampton, ao sul da Inglaterra, ocorrida às 12h do dia 12 de abril de 1912. Projetado pelo engenheiro Thomas Andrew, o imenso palácio flutuante começou a ser construído em 31 de março de 1909, sendo concluído em 1911. Os estaleiros foram reformados, aumentando sua estrutura, para dar conta da execução do projeto; a construção do seria a maior embarcação que a Europa ainda não havia visto. Além de muito luxo, no qual foi decorado e chamava a atenção, o Titanic tinha 269 metros de comprimento e uma altura de um prédio de 11 andares, segmentado em três classes. A comoção da época era tamanha que foi imposto sobre ele uma célebre frase, antes mesmo do término de sua construção: “Nem Deus afunda esse navio”. Seu casco era constituído por um sistema de comportas estanques, espalhadas uniformemente por sua dimensão, que funcionariam mesmo com a falta de eletricidade.

Ostentação:

O Titanic era equipado com bibliotecas, banho turco, bares, barbearia, cadeiras de vime que ficavam nos terraços privativos dos camarotes, café em estilo parisiense, salão de jogos e de fumo e, uma piscina interna o que era um luxo para a época. Mas o que realmente chamava mais a atenção dos passageiros, demonstrado em quase todos os filmes sobre a história do navio, era a imensa escadaria que surgia de ambos os lados dos decks e levava ao salão principal da primeira classe.

A Segregação:

Não somente o Titanic, mas outros navios da época também possuíam decks segregados, limitando o acesso dos passageiros da segunda e terceira classe aos decks da primeira classe.

O Naufrágio:

Na noite de 14 de abril de 1912, após três dias navegando, o navio se chocou com um iceberg. Registros revelam que o telegrafista a bordo, que pertencia à empresa de telégrafos inglesa, recebera inúmeras mensagens alertando quanto à presença de imensos blocos de gelos flutuando nas das rotas de navegação. Contudo, tais mensagens foram ignoradas. Desse modo, aproximadamente às 23h45min, o Titanic colidiu com um bloco de gelo, rasgando seu casco, abaixo da linha d’água, cerca de 90 metros de comprimento. Observou-se de imediato que os botes salva-vidas não dariam para todos os passageiros e tripulantes. O curioso é que o número de botes estava de acordo com as Normas Marítimas. Os oficiais deram à ordem de acomodar, primeiramente, nos botes, as mulheres e crianças da primeira classe. Apesar do seu tamanho, a água se espalhou rápido pelos compartimentos, as comportas estanques não funcionaram como deveriam e 1.522 pessoas permaneceram a bordo afundando com o navio irlandês.

Progresso Tecnológico:

Nota-se que no início do século XX, a Europa assistia a um acelerado desenvolvimento tecnológico e científico – A Revolução Industrial. Logo nos primeiros anos desse século, a Revolução espalhou-se pela Bélgica, França e Ale¬manha, alcançando o continente americano e asiático. Além da expansão das estradas de ferro em todo o território europeu, havia um forte clima de concorrência e a indústria de bens de produção se desenvolvia. Outro marco desse período foi o surgimento de novas formas de energia derivada do petróleo e a hidrelétrica. O ferro era a principal matéria-prima na produção. Esse clima de competição acontecia também na indústria naval. Cada companhia preocupava-se em construir navios maiores do que a concorrência, estimuladas por esse rápido desenvolvimento. Tudo era muito novo e diferente. Não havia qualquer preocupação com as normas de segurança, notado também em outras embarcações da Cunard Ship Company, empresa concorrente da White Star Line, proprietária do Titanic. Em todos os segmentos industriais o importante era ser o primeiro. O primeiro a conquistar, o primeiro a inventar e modificar. Wellerson