28 de ago. de 2009

Bênção Inefável



Hino Oficial comemorativo aos
150 anos da Igreja Presbiteriana no Brasil


A Deus rendamos graças por Seu imenso amor,
Enviando ao Brasil os Seus servos de valor,
Irmãos experientes na obra do Senhor.
Vieram ao Brasil anunciar o Salvador.

Durante muitos anos de mais duro labor,
Foi grande o crescimento da Igreja do Senhor,
Milhares foram salvos do inferno e perdição.
Agora têm em Cristo a eterna Redenção.

São eles os exemplos de fiel dedicação
No anuncio do Evangelho de amor e de perdão.
Hoje o dever é nosso da obra continuar,
Até o dia em que nosso Senhor Jesus voltar.


Letra: Wilson do Amaral
Música: Celso Luiz de Oliveira
Vocalização: Loide do Amaral
Arranjo e orquestraçao: Edielson Aureliano

24 de ago. de 2009

"A Música pode expressar tudo" Franz Liszt

A Grande Comissão nº282 • • HNC – IPB

Composição de Horatio Richmond Palmer (1834 – 1907), o hino “A Grande Comissão”, nº282, adotado pela Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), em seu Hinário Novo Cântico (HNC), revela uma melodia marcante que, chama a atenção dos ouvintes. É muito cantado no mês de agosto, período em que a Igreja comemora as Ações Missionárias.

Sob a expressão de intensidade “forte e mezzo-forte” (termos usados em peças clássicas), a melodia segue em ritmo contínuo e crescente. Em diversos compassos observa-se a presença de quiálteras (conjunto de duas ou mais notas com tempo único), resultando em um total de dez conjuntos.

As pausas da colcheia (meio tempo em compasso quaternário) que finalizava cada verso do refrão, apresentadas na edição do hinário com música de 1991, foram retiradas na edição de 2003, após revisão deste. A melodia tem como base as notas em bemol si, mi, lá e ré. As vozes do tenor e baixo ora permanecem em uníssono e ora na tradicional divisão do canto congregacional. Mesmo em ritmo festivo, é relevante o uso do “rallentando” (termo em italiano para expressar uma lenta finalização do canto) ao final do coro.

O pedal “sustain” é, também, indicado. Quanto ao canto, é observável um destaque vocal ao final do oitavo verso de cada estrofe, nas palavras; buscai, estarei e favor, ratificando, desse modo, o tema do texto; unindo com perfeição a estrutura musical à mensagem escrita.

Baseado no livro de Marcos, capítulo 16 e versículo 15, o texto de Manuel Avelino de Sousa (1886 – 1962) convida todos aqueles que confessam Jesus como único Salvador a uma evangelização sistemática da Palavra de Deus. O hino, particularmente, é um ordenado. Evangelizar é necessário. Seu coro revela uma evangelização fraterna e, no seu último verso, uma confiança em Jesus é expressa demonstrando àqueles que participam desse ministério uma vitória em Cristo.
Wellerson Cassimiro

Antiga Estação • • Mariano Procópio



Bairro Mariano Procópio - Juiz de Fora

CARMINA BURANA • • 2ª PARTE



Situado ao sudoeste da Alemanha, na Bavária superior, a abadia do mosteiro de Benediktbeuern se tornou uma fonte de referência após ser encontrada, em suas dependências, uma coleção de 200 poemas, no ano de 1803; escritos por monges e eruditos errantes, chamados de Goliardos. Estes textos sob o título “Canções de (Benedikt) beuern”, em latim, derivou o nome Carmina Burana.
A História revela que, os Goliardos eram monges e eruditos itinerantes que entoavam cânticos juntos às portas das universidades. Estes monges possuíam vasto conhecimento e escreviam textos satíricos, amorosos e sensuais. Eles criticavam as autoridades eclesiásticas (padres e bispos) e seculares como, reis, duques e príncipes. A estrutura social também era alvo de fortes críticas. Desse modo, esses poemas eram considerados profanos pela Igreja dominante.
O doutor em dialetos, Johann Andreas Schmeller realizou a tradução destes poemas em 1847, transformados em Cantata.
A orquestração desses poemas se deve ao alemão Carl Orff, nascido em Munique a 19 de julho de 1895. Curiosamente, sem plagiar escalas musicais utilizadas na Idade Média, Orff atribuiu à Cantata Carmina Burana arranjos que os remetem a este período, equivocadamente, conhecido como Idade das Trevas. É necessário dar devido destaque ao seu trabalho, pois conseguiu unir o forte marco do piano à percussão, resultando em um perfeito diálogo musical.
Esta obra é muito apreciada por grandes nomes da música como, Seiji Ozawa, maestro da Saito Kinen Orchestra. A melodia mais difundida dessa obra é “O Fortuna” (somente seu primeiro movimento) que, aparece em diversos eventos musicais e produções para o cinema e televisão. Um exemplo desse fascínio pela melodia é o trabalho da Banda Highland, que realizou uma inusitada versão - eletrônica - dessa música, sobre o nome de “The Magic Fortuna”.
Wellerson Cassimiro

Violência contra a Mulher

A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM

Percebo que o tema violência contra a mulher, somente agora tem recebido atenção especial pela grande mídia. No entanto, até recentemente, a discussão cabia a uma minoria. Segundo Grossi, 1995; o termo violência contra a mulher foi emanado pelo movimento feminista, fazendo referência a todos os atos de constrangimentos físicos, morais, éticos, étnicos e psicológicos como, assédio sexual no trabalho e a mutilação do corpo, ato comum na cultura de algumas tribos no interior do continente africano.

Apesar da conquista feminina por independência profissional e o seu posterior destaque na sociedade pós-moderna, observo um número crescente de atos violentos contra as mulheres, rotuladas – preconceituosamente - como sexo frágil.

Os artigos “A violência contra mulheres: demandas espontâneas e busca ativa em unidade básica de saúde” e “Violência contra mulher: interfaces com a saúde”, de Elaine A. de Oliveira, expõem um excelente relato de estratégias para uma inclusão intensa desse tema e, consequentemente, programas de discussão na rede de saúde pública. Sua citação quanto à abordagem, ainda, em nível primário, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), foi de importância significativa, citando o papel do profissional enfermeiro frente ao dilema.

A autora menciona que, se faz necessário uma implantação mais eficaz de programas de atenção à mulher nas Unidades Básicas de Saúde envolvendo a Enfermagem (p.6), para um melhor enfrentamento da violência contra o sexo feminino. Estes projetos de assistência junto aos Programas de Saúde da Família (PSF), em parceria com os órgãos políticos, podem contribuir na redução do número de agressão. Este primeiro contato é fundamental para uma eficácia nas abordagens às mulheres agredidas que permanecem reprimidas, e por vezes, ameaçadas para não denunciarem os agressores que, na maioria dos casos, são seus parceiros (namorado e marido). As mulheres agredidas permanecem ocultas, à sombra, com medo de os denunciarem. Outro fato, também relatado que, reforça esta estatística é o uso excessivo de drogas e bebidas alcoólicas por estes parceiros.

Desse modo, a intervenção da enfermagem é essencial, pois suas atividades em assistência representam uma grande porta de entrada para que essas mulheres possam expor suas dificuldades e anseios. As usuárias das UBS se identificam com estes profissionais que as acompanham diariamente. Estes se tornam mais do que amigos para elas.

Atualmente, a violência contra as mulheres não é reconhecida, de fato, como um grande problema social pelos poderes políticos. Todavia, observo uma mobilização governamental, ainda pequena, frente a esta questão, criando esperanças de bons resultados para os próximos anos. O que não pode ocorrer são estes atos violentos permanecerem maquiados, apresentando um baixo número nas estatísticas oficiais, contrapondo à VERDADEIRA realidade brasileira.
Wellerson Cassimiro

13 de ago. de 2009

Música Diadem - HNC nº52


Composta por James Ellor, em 1838, “Diadem” é uma das três melodias para o poema de Edward Perronet (1779), “Glória e Coroação”, nº52, adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), no Hinário Novo Cântico (HNC). Ellor nasceu em 1819, na cidade de Droylsden, Inglaterra. Trabalhou em sua igreja ensinando hinos para a congregação.

Em compasso quaternário, a melodia desse hino tem como base as notas em bemol: si, lá, ré e mi. Seu primeiro compasso encontra-se em Anacruse (termo usado para identificar quando uma obra começa com tempo faltando, em seu primeiro compasso, sendo completado pelo compasso final).

Esta versão é constituída por quatro estrofes, sendo cada uma finalizada por um conjunto de “Glórias”, em colcheias e semínimas nas vozes soprano, contralto, tenor e baixo, e, um exultante clima festivo na palavra “coroai”, em fermata. O uso do pedal “sustain” é essencial, oferecendo um clima contínuo em “allegro”. Ao piano, o pedal sincopado é o melhor indicado.

Na primeira série de “Glórias”, as colcheias estão dispostas nas notas das vozes do soprano e do tenor. Para o contralto e baixo estão dispostas uma seqüência de três semínimas e uma pausa correspondente. Todavia, na segunda série de “Glórias” ocorre uma inversão de notas, restando aos contraltos e baixos a seqüências de colcheias. Esta também se revela como uma excelente peça para a formação coral. Contudo, mais uma vez, as expressões de intensidade não estão sinalizadas, nesta peça, no HNC.
Wellerson Cassimiro

Leopold Mozart e Peter Helfgott

(imagem: Peter e David Helfgott)

O longa metragem “Shine” (Brilhante), dirigido por Scott Hicks e roteiro de Jan Sardi, revela a história de uma criança-prodígio, David Helfgott, que possuía um excepcional talento musical. Nascido em Melbourne, na Austrália, a 19 de Maio de 1947, numa família hebraica, David era capaz de reproduzir no piano as melodias que rapidamente memorizava, após ouví-las em um toca-discos. Ao participar de um concurso de música, teve a habilidade de tocar uma peça de Chopin com o piano em movimento.

Ainda, muito jovem, David foi ingressou nos estudos musicais por seu pai, Peter Helfgott, homem rígido e de cultura rudimentar que mantinha sua família sob seu forte domínio. Peter era um homem frustrado, pois quando criança adquirira um violino através de muito suor que, posteriormente, veio a se quebrar. Seu pai negara o seu acesso aos estudos de música. Desse modo, Peter Helfgott transportou para o seu filho, David, o seu sonho de ser músico. Ele inscrevia David em vários festivais e concursos de música em busca de troféus, e consequentemente, ser reconhecido pela sociedade. O patriarca da família Helfgott não admitia falhas.

Não obstante, a história também, já nos apresentou uma história semelhante; uma criança-prodígio, nascido em Salzburgo, em 27 de janeiro de 1756, com um pai opressor, sedento por fama e glória: Wolgang Amadeus Mozart e seu pai Leopold Mozart.

Em seu livro “Mozart - O Grande Mago”, volume 1, Christian Jacq revela o lado opressor de Leopold Mozart que, submetia o pequeno Wolgang às longas jornadas de estudos ao piano. Ao jovem pianista, permitia somente breves distrações para não comprometer as novas composições (p.89). Wolgang, por vezes, queixava-se do pai que, não o concedia um momento de descanso (p.155). Leopold enfrentava cansativas viagens entre as cidades européias para exibir seu filho como, um mico adestrado, e conseguir prestígio nas cortes. Ele possuía o sonho de que Wolgang fosse indicado a um cargo fixo de músico, na cidade de Viena. Contudo, culturalmente, os vienenses eram extremamente rigorosos quanto aos seus músicos e estilos. Agradá-los não era uma tarefa tão fácil.

Ao final do ano de 1766, Wolgang, com apenas 10 anos de idade, se viu sobrecarregado de trabalho. O príncipe-arcebispo de Salzburgo quis conferir os reais talentos do jovem, encomendando-lhe uma peça. O resultado foi a obra “Licenza” para tenor, K.36, (p.82).

Ambos os pais, Leopold Mozart e Peter Helfgott, possuíam características semelhantes. Obras complexas eram impostas aos jovens Mozart e Helfgott. A diversão não fazia parte de suas vidas. Para Leopold e Peter a opressão era o melhor método de ensino musical. Buscavam, incessantemente, pela extrema perfeição das notas, além de cobiçarem por prestígio e altos cargos no posto de músico.
Wellerson Cassimiro

Escola Estadual Delfim Moreira


Centro de Juiz de Fora

3 de ago. de 2009

XX Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga



A VIENA MINEIRA

Tive a oportunidade de acompanhar os 14 dias em que, a cidade de Juiz de Fora se transformou na capital da música erudita. Uma Viena Mineira por se dizer. Por todos os lados se viam transitar estudantes, professores e mestres em música carregando pequenos, grandes e curiosos instrumentos. Na região central da cidade podiam se ouvir sons de violoncelos, violinos e violas barrocas, flautas doce e traversos, fagotes, oboés, piano e cravo.

Durante o dia, um corre-corre sem parar de estudantes indo para as aulas. Nas costas ou debaixo do braço, os seus instrumentos; um amigo fiel. E, à noite, uma série de concertos e apresentações ao ar livre. Um dos mais lindos cenários do município foi palco fundamental desses concertos: o Cine-Theatro Central, que permaneceu lotado em todos eles.

Toda essa euforia musical foi causada pelo XX Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, promovido pelo Centro Cultural Pró-Música de Juiz de Fora. O evento teve início no dia 19 de julho e encerrou no dia 1º de agosto. Além de composições brasileiras, inúmeras obras de compositores franceses foram executadas por grupos musicais e orquestras, em comemoração ao “Ano da França” no Brasil.

• • Orquestra Sinfônica de Minas Gerais

Sob a regência de Charles Roussin, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais abriu as atividades da programação, no dia 19 de julho. Daí por diante, somaram-se mais 32 concertos no Cine-Theatro Central, Teatro Pró-Música, nas Igrejas do Rosário, São Sebastião, São João Evangelista e Capela Senhor dos Passos; no palco montando no Calçadão da Rua Halfeld, nos saguões do Fórum Benjamim Colucci, Correios, Banco do Brasil, Banco Itaú, Mister Shopping, JF Informação e no Auditório Cláudio Santoro, na cidade de Campos do Jordão (SP).

• • Orquestra Barroca do XX Festival

Na noite de segunda-feira, 20, o Cine – Theatro Central foi palco para a apresentação da Orquestra Barroca do XX Festival. Com instrumentos de época a Orquestra executou peças de compositores franceses como, Jean Fery Rebel e Jean-Philippe Rameau. Integrando-se aos músicos estava o conceituado violinista Andre Cavazotti.

• • Pianista Eudóxia de Barros

A pianista Eudóxia de Barros abrilhantou o evento, juntamente, com a Orquestra Pró-Música, sob a regência de Nelson Nilo Hack, no dia 22. Na primeira parte do concerto, a pianista realizou um solo tocando obras de compositores europeus como, Wolgang Mozart (Rondó K485), Frédéric Chopin (Noturno op.72, nº1, em mi menor) e brasileiros; Zequinha de Abreu (Soluçar de um Coração) e Chiquinha Gonzaga (Gaúcho). A segunda parte da apresentação teve a presença da Orquestra que ao lado de Eudóxia de Barros interpretaram o “Concerto nº1 em Sol menor para piano e orquestra” de Felix Mendelsshon. O ponto alto do concerto foi no momento em que, Eudóxia executou a peça “Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro” de Gottschalk, arrancando suspiros de euforia de toda a plateia. O pedido de bis, ao final da apresentação, não poderia faltar, é claro.

• • Le Poème Harmonique

Outro destaque do evento foi o grupo francês Le Poème Harmonique, sob a direção de Vincent Dumestre. Em apresentação única, na cidade, no dia 24, o grupo ofereceu um belíssimo concerto na Igreja do Rosário, no bairro Granbery. As luzes da igreja permaneceram apagadas, e a apresentação ocorreu à luz de velas, remetendo o público, à atmosfera do século XVII. Próximo do final do concerto, as velas foram sendo apagadas uma a uma, intercalando com cada obra executada. O público aplaudiu de pé, aclamando por bis. Formado em 1997, Le Poème Harmonique é constituído por músicos solistas, especializados em músicas do século XVII e início do século XVIII. Sua formação integra-se vozes de soprano, contratenor, tenor e barítono. Os instrumentos usados são a viola de Gambá, teorba, órgão e cravo.
Wellerson Cassimiro

Hino Ressurgiu • • HNC nº274 – IPB

UMA EXCELENTE OBRA PARA
A FORMAÇÃO CORAL E ORQUESTRA


Escrito e musicado em 1874, por Robert Lowry, o hino “Ressurgiu” (HNC – nº274) apresenta uma melodia de forte contraste, sendo muito executado no período da Páscoa, nas igrejas protestantes brasileiras.

O poema do hino revela a morte de Cristo e, sua posterior ressurreição. Assim, Lowry fez uma brilhante associação do conteúdo textual com a estrutura melódica. Cada uma das estrofes que conta a morte, de Jesus, é cantada em registro grave, sem a presença de uma se quer nota aguda. Desse modo, uma atmosfera, levemente, sombria é observada. Os compassos quaternários são constituídos por mínimas e semínimas.

O contraste surge no coro que, de imediato, revela a ressurreição de Jesus, em seu primeiro verso. O refrão é cantado mais ritmado (semicolcheias e colcheias pontuadas) e de forma crescente para um clima que parece explodir.
As notas das vozes do soprano apresentam-se em registro agudo, sendo acompanhadas por um contracanto das vozes do tenor e baixo (na mesma nota si bemol), na palavra “Ressurgiu”; e, a sua posterior pausa, para o canto do soprano e contralto. A obra encerra-se em uma semibreve; podendo pontuá-la prolongando, desse modo, o seu tempo para uma finalização exultante. Esta é uma excelente peça para a formação coral e orquestra.

Robert Lowry, concluiu seu doutorado em Divindade pela Universidade de Bucknell, no ano de 1873. Conseguiu a admiração de autoridades musicais como, Diana Sanchez, responsável pelos comentários sobre os hinos na nova edição do “The United Methodist Hymnal”.
Wellerson Cassimiro

Hino Altos Louvores • • HNC nº46 IPB

Texto de Sarah Poulton Kalley (1873) e música de Charles Avison (1710 – 1770), o hino “Altos Louvores”, contido no Hinário Novo Cântico (HNC) da Igreja Presbiteriana do Brasil, mostra um

Sua tonalidade em bemol a obra revela os dois primeiros versos - de cada estrofe - como uma anunciação, um forte chamado ou uma aclamação. Nestes versos, as notas das vozes do soprano, contralto e tenor permanecem agudas, apenas com a exceção da voz do baixo. Este recurso, usado por Avison, tem a intenção de destacar um trecho da peça para valorizar o conteúdo da mensagem escrita, que está sendo entoada.

Nos versos que se seguem observa-se um suave diálogo entre os compassos, alternando notas, pouco, agudas. Há um contraste imediato estes quatros versos; como se depois da tempestade (do primeiro e segundo verso) viesse a calmaria (do terceiro e quarto verso), separados por uma pausa da semínima no compasso quaternário. Tal estrutura ocorre de modo seqüenciado em todas as estrofes.

O último verso de cada estrofe é cantado duas vezes. Cada vez que o verso é repetido, executam notas diferentes, terminando em um primordial “rallentando”.
O hinário não apresenta, nesta peça, as expressões de intensidade cabendo, assim, ao músico a sua auto-interpretação da mensagem, correspondendo corretamente, as expressões como, pianíssimo, mezzoforte e sforzando. O último compasso, de cada estrofe, é formado por uma mínima acompanhada de uma pausa da semínima.

A versão adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil contém quatros estrofes, sendo que a mensagem, das duas primeiras, destina-se para o homem. Surge um convite para que o homem louve seu criador, nas frases: “Altos louvores a quem triunfou” e, “Glória rendemos ao bom Salvador”. No entanto, a mensagem das demais estrofes tem o objetivo de adoração Divina, confessando que Deus é amparo constante e fiel protetor.
Wellerson Cassimiro