30 de out. de 2010

Juiz de Fora - Avenida Francisco Bernardino


Avenida Francisco Bernardino - Região Central - Juiz de Fora.

23 de out. de 2010

Ein' feste Burg ist unser Gott - Martinho Lutero

O primeiro hino de um novo tempo

Em 1517, precisamente, em 31 de outubro, nascia a igreja protestante, fundada pelo então padre agostiniano e professor de teologia alemão Martinho Lutero (Martin Luther). Seus questionamentos quanto à postura da igreja católica, bispos e padres culminou nas 95 teses, pregadas às portas da igreja do castelo de Wittenberg, resultando na Reforma Protestante. Desde cedo, Lutero voltou as suas atenções para a música da nova igreja que surgia. As músicas desde período eram polifônicas. Ou seja, possuíam mais de uma melodia, cantadas e executadas ao mesmo tempo, característica esta das músicas renascentistas do século XVI.

Lutero achou que as pessoas deveríam cantar algo mais simples e de fácil acesso e, canções menos complexas. Desse modo, instituiu o estilo canto coral, constituído de uma melodia, harmonizada para quatro vozes (baixo, tenor, contralto e soprano). As letras dos hinos foram traduzidas para o alemão, até então cantados em latim.

Sua história

Poeta e Músico, Martinho Lutero compôs diversos hinos. Entre eles está a obra “Ein' Feste Burg” (Castelo Forte é o nosso Deus) considerada a Marcha da Reforma. Alguns afirmam que seria incabível uma celebração em comemoração à Reforma Protestante sem ao menos entoar esta peça. Ao longo da história da música erudita, inúmeros compositores deram um tratamento especial à melodia de Lutero. Destacam-se o virtuose organista alemão, do período barroco, Johann Sebastian Bach, com a cantata BWV 80 (Ein' feste Burg ist unser Gott); e, o pianista alemão, do período romântico, Felix Mendelsshon-Bartholdy, com a Sinfonia da Reforma. O hino “Castelo Forte é o nosso Deus”, de Martinho Lutero, possui uma música de ritmo forte, como uma marcha. É baseado no livro de Salmos, capítulo 46, versículo sete; e , está incluído em diversos hinários das igrejas protestantes brasileiras. Wellerson Cassimiro.

22 de out. de 2010

15 de out. de 2010

Incêndio em Juiz de Fora na manhã de ontem



A região Central de Juiz de Fora parou na manhã de ontem,14, quinta-feira, devido a um incêndio que destruiu uma loja de materiais elétricos, situada na Rua Santa Rita. Segundo testemunhas, o incêndio começou por voltas das 6h. O fornecimento de energia elétrica, nas mediações à via, foi suspenso, e cento e cinquenta mil litros de água foram gastos para combater o fogo, segundo informações do Corpo de Bombeiros. O laudo deve ser divulgado em até 30 dias. Eu estive no local e registrei algumas imagens. Acompanhe!





14 de out. de 2010

Fortuna, Imperatrix Mundi

UMA ANÁLISE DOS POEMAS MUSICADOS POR CARL ORFF


Considerada uma das obras-mestres do século XX, a Cantata Carmina Burana, do alemão Carl Orff, em seu primeiro movimento, faz uma alusão ao sistema sócio-econômico mundial. O capitalismo que esconde a sua dupla face. Ora, como sacro e bençoado. Ora, como um monstro usurpador de bens. Ele dá e tira. Emerge na forma de uma roda volúvel que, está em eterno movimento.

Escrita por monges e eruditos errantes, a Carmina Burana é uma coleção de 200 poemas encontrados em um pergaminho, no ano de 1803, na biblioteca de um antigo mosteiro, na Baviera Superior, sendo simbolizada por um elemento da antiguidade: a roda da Fortuna. Os poemas relatam as bênçãos e as maldições provindas da Fortuna; a imperatriz do mundo. Nos primeiros versos, os monges escrevem: “Ó Fortuna és como a Lua mutável, sempre aumentas e diminuis; a detestável vida, ora escurece e ora clareia por brincadeira a mente; miséria, poder, ela os funde como gelo”. Ainda em tempos remotos, estes eruditos pareciam revelar a futura estrutura econômica das sociedades ocidentais do terceiro milênio.

Em nossos dias, o dinheiro é líquido e instável. Ora, se ganha. Ora, se perde. Por vezes, parece abstrato e invisível. Ao mesmo tempo, que equilibra, se torna irregular. Aqueles que, hoje, exaltam sua felicidade sobre seus bens capitais, amanhã podem chorar ao ver sua virtude econômica esmorecer, atingida por uma forte mudança no mercado financeiro. O capitalismo se mostra como um grande carrasco, escravizando até mesmo os mais fortes.

Nos momentos de bem-aventuranças, a prosperidade reina absoluta. Sorte e virtudes estão sobre a sociedade que, se senta no trono da Fortuna. E, muitos investimentos são feitos, negócios empresariais são fechados e contratos são assinados. O consumo exacerbado é inevitável. Compram-se grandes casas, os carros populares dão lugar aos luxuosos automóveis importados e se testemunha uma corrida veloz aos templos do consumo. Adquire-se um pouco de tudo. Até mesmo, algo que será de irrelevância utilidade. Os produtos importados multiplicam-se nas prateleiras exterminando os produtos nacionais e, as viagens ao exterior tornam-se rotineiras.

Contudo, a roda da Fortuna está em movimento. E gira, impiedosamente. Despreparada, a sociedade desce desolada, chorando as chagas deixadas pela Fortuna. Os empréstimos e as dívidas se alastram no meio do empresariado. A fantasia dos longos prazos e crediários ilude os mais fracos. Em casos extremos, as pesadas portas das empresas são fechadas. Outrora, o trabalho é açoitado, restando ao homem um último sopro de vida do seu seguro desemprego. O consumo excessivo sai de cena e a palavra de ordem é economizar, preocupando-se em comprar somente o básico. Os números registrados pelas modernas máquinas do caixa parecem saltar aos olhos do mais simples ser humano. E, assim, a cruel roda do capitalismo, da Fortuna, da Imperatriz do mundo; continua girando, sem interromper o seu movimento, o seu ciclo vicioso e extasiante, proporcionando sorte e azar. Wellerson Cassimiro

13 de out. de 2010

Juiz de Fora - Bairro Costa Carvalho


Avenida Brasil; parte da Avenida Sete de Setembro e Rio Paraibuna.

9 de out. de 2010

Economia - Por Wellerson Cassimiro


COSTURANDO OS BOLSOS

Como fazer a aposentadoria render em tempos de pouco dinheiro

Após anos de dedicação ao trabalho e horas, marcadas pelo relógio, enfim, chega a sonhada e merecida aposentadoria. Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, até o ano de 2025, 14% da população brasileira terá mais de 60 anos de idade. Ao todo, serão 32 milhões de idosos no país. Com o aumento da população idosa, aumenta também o número de aposentados. Algumas pessoas traçam metas e fazem projetos. Mais tempo para viagens, lazer e cultura, reformar da casa, passar mais horas com os netos e desfrutar de descanso. Contudo, surge a frustação ao receberem o primeiro valor da aposentadoria. Nem sempre aquele sonho se torna realidade.

Natural da cidade de Tabuleiro, Zona da Mata Mineira, o aposentado José de Oliveira, 66 anos, trabalhou como pedreiro durante os exatos 33 anos. No início da década de 60, aos 19 anos de idade, mudou-se com toda a sua família para a cidade de Juiz de Fora, quando ingressou na construção civil, como auxiliar de pedreiro. Nos primeiros 15 anos desta profissão, José Alves trabalhou com a carteira de trabalho assinada pelas empresas do segmento. Contudo, em meados da década de 80, começou a atuar como pedreiro autonômo se desvinculando destas companhias. A partir desta data, adquiriu os carnês, Guias da Previdência Social (GPS), e começou a pagar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por conta própria.

Segundo ele, os GPS foram pagos, regularmente, com base em dois salários mínimos. Ao aposentar, no entanto, o valor recebido todos os meses não chega aos dois salários. “Eles fizeram uma contagem diferente, que diminuiu o valor da minha aposentaria. Eu aposentei dois anos antes do tempo previsto”. Assim, para ele, cumprir com todos os compromissos financeiros não tem sido fácil. Viúvo, José de Oliveira casou-se novamente e reside em casa própria. Ele já não tem mais o compromisso de cuidar financeiramente dos filhos. Todavia, precisa sustentar a nova esposa, dona de casa, e as suas contas de luz, água, manutenção e combústivel para o seu automóvel, além de alimentação e medicamentos para o controle da pressão arterial. Ele revelou que alguns de seus medicamentos são adquiridos na Unidade Básica de Saúde (UBS) de seu bairro. Outros, porém, não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo necessário comprá-los nas farmácias convencionais.

Para o aposentado, os remédios Anlodipina, Hidroclorotiazida e o Maleato de Enalapril são tornaram indispensáveis para os exercícios de suas atividades diárias. Ele acrescentou que o composto Anlodipina de cinco miligramas, por vezes, falta no posto de saúde e o recurso é a manipulação em farmácias especializadas ocasionando, desse modo, mais despesas em seu orçamento. “Calcular muito bem todos os gastos” é de fundamental importância.

Já a aposentada e dona de casa, Edina Fernandes, 67, recebe dois benefícios. Natural da cidade de Conselheiro Lafaiete, também na Zona da Mata Mineira, ela nunca trabalhou fora de casa. Porém, também pagava o GPS de forma autonôma. Ela tem direito a sua aposentadoria como contribuinte do INSS e o benefício do seu marido falecido que serviu ao Comando da Polícia Militar de Minas Gerais. Para ela, “esses valores ainda são poucos”. A aposentada também reside em casa própria, agora em Juiz de Fora. Todavia, apresenta algumas despesas que, segundo ela, ultrapassam ao seu controle. Além das despesas diárias, e com a manipulação de medicamentos que não são encontrados no SUS, como alguns anti-alérgicos e anti-hipertensivos, ela precisa sustentar um filho que, no momento, enfrenta dificuldades econômicas. “Eu até tendo economizar, mas sempre aparece alguma conta pra pagar”. Edina revela que há dois anos o seu maior gasto era com o serviço de telefonia, pois sua filha residia na capital mineira, Belo Horizonte, com quem mantinha frequente contato. Contudo, mudou-se para Juiz de Fora o que resultou na “redução das contas de telefone”.

REDUZINDO AS DESPESAS FAMILIARES

Segundo a economista Carmem Spaniol, a família que tem uma renda um pouco arrochada, ou seja, que não consegue cumprir com as contas do mês e, ainda, não sobrar um pouco para o lazer, precisa sentar e ver em quais aspectos pode economizar. “Vale lembrar que gastos básicos com luz, água, gás de cozinha, telefone, etc devem ser bem estudados para reduzir ao máximo. A família pode fazer um investimento em energia solar, evitar torneira aberta, cozinhar os alimentos em panela de pressão, pois esta o faz mais rápido, e utilizar o telefone em último caso”, explica. Ela ainda esclarece que as pessoas devem procurar comprar os alimentos durante as promoções, estocando conforme a necessidade.

AUMENTANDO A APOSENTADORIA

A partir de 2003, os aposentados ganharam o apoio do Poder Legislativo para auxiliar no rendimento da aposentadoria. A lei 10.741/03, mais conhecida como o Estatuto do Idoso, garante às pessoas com mais de 60 anos de idade direitos em diversos setores: transporte, saúde, moradia, lazer e cultura. Para chegar ao final do mês com dinheiro e, ainda, poupar para eventuais emergências, o aposentado José Alves de Oliveira evita gastos extras, como comer frequentemente em lanchonetes e restaurantes no Centro da cidade e o uso excessivo do automóvel. Sempre que pode, ele troca o veículo pela caminhada ou pelo transporte coletivo. Em casa, preocupa-se em apagar as luzes quando sai dos cômodos e evita permanecer com as lâmpadas acesas durante o dia, sendo este o “meio mais simples e fácil para economizar”. A aposentada Edina Fernandes, no entanto, faz o jogo da substituição. Ela deixa de adquirir alguns produtos para comprar os bens de primeira necessidade, como roupas, calçados, alimentos e remédios. No momento das compras, procura pelos produtos mais baratos, do mesmo gênero. “Só assim para fazer o dinheiro render”.

Com relação aos gastos comuns dos aposentados, a economista Carmem Spaniol faz um alerta. Os aposentados devem tentar economizar. Ela sugere que, além das despesas domésticas, eles podem procurar, através de pesquisas, preços melhores para os seus remédios ou até mesmo fazer convênios com farmácias que dão descontos para aposentados e pensionistas. Ela enumera algumas situações para ajudá-los a economizar com a possibilidade de investimentos para a realização de seus sonhos. Primeiro é necessário realizar uma planilha com o total da renda familiar e o total dos gastos que fazem durante o mês.

Segundo Carmem Spaniol, neste cálculo “já é de suma importância entrar, como gasto, a reserva de 10% do salário. Vale lembrar que esta porcentagem é a indicada como mínimo para qualquer rendimento familiar”. Ela explica que se os gastos forem maior que a receita, ou seja, maior do que o valor recebido na aposentadoria, é necessário fazer um balanço e rever esses gastos e tentar reduzi-los. Caso seja possível a reserva de 10% do salário, o aposentado pode, a partir daí, começar a fazer planos com o que fazer com o dinheiro. A economista ainda propõe que o aposentado pode depositar o seu dinheiro em uma conta poupança porque, mesmo rendendo pouco, o dinheiro não pode ficar parado, “guardado debaixo do colchão”. Ela garante que a poupança é a mais segura para os cidadãos, pois o dinheiro fica disponível a qualquer momento.

Carmem Spaniol aponta outras possibilidades de aplicação bancária, mas que devem ser estudadas com cautela e cuidado. “Um investimento, por exemplo, em títulos do governo, ações, deve ser utilizado por pessoas que entendem um pouco do assunto e principalmente com um dinheiro que não vai ser utilizado em curto prazo”. Ela ressalta que, em uma compra, o melhor negócio é sempre o pagamento a vista. “A pechincha faz parte da vida, então devemos usar e abusar delas. Cartões de crédito devem ser usados com juízo e controle. Empréstimos só devem ser feitos em último caso”.

6 de out. de 2010

Originalidade. Onde?

A patologia da falta de criatividade

O pior aconteceu. O ser humano perdeu a capacidade de ser criativo e original: entramos na Era das Cópias. Tudo é copiado de forma explícita. Detalhe por detalhe. Marcas, logotipos, formas e cores, textos, comerciais de tevê, propagandas, músicas, filmes, reportagens, roupas e livros. O mais cruel dessa realidade é que a sociedade tem aceitado, passivamente, as cópias e, mal feitas.

Diversos segmentos já foram infectados por essa patologia da falta de originalidade. Copiam-se tudo. Se uma marca, música, loja ou determinada propaganda deram certo, o negócio é ir na aba dos outros - como parasitas - sugando o sucesso alheio. São incapazes de criar.

Claro que não vou generalizar. Ainda, há pessoas com criatividade de sobra e bem originais, mesmo que sejam a minoria. E coloca minoria nisto. O que impressiona, ao copiarem, é que nem mesmo mudam-se cor ou forma. Nada mais escapa aos olhos dos clonadores. Na televisão, por exemplo, não precisa nem de comentários. O mesmo formato de programa de entretenimento é produzido por várias emissoras. Só mudam o nome. E, desse modo, vamos vivendo no meio da artificialidade artistíca, econômica, política, musical, publicitária, dentre outros; onde tudo parece ser original e novo. Cuide-se! Talvez, você já tenha sido clonado. Wellerson Cassimiro