29 de nov. de 2010

Juiz de Fora em Fotos - A repercussão

(Página 11, do Jornal Laboratório da Faculdade Estácio de Sá) O video documentário, fotográfico, sobre a cidade de Juiz de Fora, que produzi em parceria com a Agência de Publicidade e Propaganda e Produtora Digital Camarim, foi um dos destaques da edição 5 do Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá.

O video é o resultado de um trabalho fotográfico que durou um ano. As imagens revelam a cidade mineira em suas diversas faces e está postado no You Tube. A entrevista concedida à graduanda Priscila Mendes foi publicada na página 11, edição de novembro. Entre as fotografias: a Escola Normal, Cine-Theatro Central, Avenida Barão do Rio Branco, Praça Antônio Carlos, Feira dominical na Avenida Brasil, pontes, estradas de Ferro e estações de trem. “Procurei ver a cidade como um turista, ávido por curisosidades”.

27 de nov. de 2010

LIXO PARA ALGUNS. ESPERANÇA PARA OUTROS

Os papéis que são descartados se transformam em alimento nas mãos dos catadores de materiais recicláveis

Um carrinho de latão, revelando algumas ferrugens e sobrecarregado de papelão, atravessa uma das avenidas mais movimentadas de Juiz de Fora. À frente desse carrinho, puxando-o, tem uma jovem senhora. Um cachorro preso a uma corrente a segue. Alguns automóveis param. Outros desviam. Próximo à calçada, ela encosta o seu veículo e começa a descarregar todo aquele papelão. É mais um dia de trabalho de Vilma de Lima Constant, de 48 anos, que tem na coleta de materiais recicláveis a esperança para uma vida melhor.

Os desafios

Vilma é catadora de papel há 20 anos e nunca teve a carteira de trabalho assinada. Aliás, ela nunca esse documento. Segundo ela, toda a sua renda vem dos materiais que recolhe pelas vias centrais da cidade. “Poucas vezes, trabalhei fazendo faxina. Ganho todo o meu dinheiro catando os papéis”. A catadora revela que um dos maiores desafios da sua profissão é recolher materiais o suficiente para um bom retorno finaceiro pois, recentemente, “o quilo do papel caiu de preço”. O pouco dinheiro que resulta da venda dos papéis “mal dá para a alimentação. Segundo um dos proprietários do posto de pesagem de materiais reaproveitáveis, Joaquim Faustino de Oliveira, o quilo de alumínio é comprado a R$ 3 e o de cobre, a R$ 6. Enquanto que o quilo do papel e do plástico vale R$ 0,08. Todavia, Vilma não desanima. “Dependendo do dia, até dá para tirar uns R$ 15”, revela.

Outro desafio que a catadora precisa enfrentar é o fantasma do preconceito. Ela afirma que sempre recebe olhares de discriminação por parte de algumas pessoas. “Parece que sou vista como um ladrão que tenta roubar as lojas. Já estou acostumada com isso. Deixo pra lá e continuo catando os meus papéis”, desabafa.
Contudo, nem só de lamentos Vilma é cercada. Sua maior conquista foi conhecer o seu atual marido, José Carvalho Pinto, 55, que também vive da coleta de materiais recicláveis. Cenário oposto ao da catadora, José Carvalho já teve uma carteira de trabalho assinada. Durante 11 anos, atuou no campo da construção cívil como pedreiro. “Mesmo quando trabalhava como pedreiro, minha renda não era das melhores”, revela.

Um sopro de esperança

Apesar das dificuldades que enfrenta, como sua residência em um pequeno barracão de madeira, Vilma não reclama da vida. Ela trabalha todos os dias, ao lado do marido, com a espernça de um dia comprar a sua casa própria. “Devagarinho a gente vai caminhando. É só trabalhar”, encerra.
Wellerson Cassimiro

21 de nov. de 2010

Juiz de Fora - Calçada sobre o Mergulhão


Calçada sobre o Mergulhão da Avenida Barão do Rio Branco

Uma surpreendente melodia Irregular

(Wellerson Cassimiro: órgão Gambitt)

Estruturada em três estrofes sem coro, a obra “Te Deum Laudamus” do compositor William Jackson (1730) é um hino latino atribuído ao bispo de Remesiana, Nicetas, no século IV. E a tradução de seu poema é de responsabilidade de João Gomes da Rocha (1888). A característica marcante dessa obra é a sua métrica irregular, resultando em uma surpreendente diversidade melódica. Os arranjos vocais aparecem logo na primeira estrofe.

Por três compassos consecutivos a melodia permanece sustentada pelos contraltos e sopranos. Enquanto, baixos e tenores executam pausas de quatro tempos. Nos compassos seguintes, o processo se inverte. A melodia é executada pelos baixos e tenores. Agora, as pausas ficam por conta dos contraltos e dos sopranos. O canto nas quatro vozes retorna ao final desta estrofe. Não é exagero dizer que, o pedal de sustentação conhecido como pedal sustain é essencial na interpretação desta obra.

Ao longo da peça surgem as fermatas (notas com tempo definido pelo músico), as expressões de intensidade piano, mezzopiano, forte e mezzoforte, e diversos acidentes. Cerca de 40. Sua interpretação em um órgão de tubos ou órgão eletrônico remete a uma atmosfera medieval e sacro.

Cada uma das três estrofes aborda um tema. A primeira revela versos de louvor e adoração, reconhecendo a grandeza de Deus como, Pai da eternidade, infinito dominador e de imenso amor. A segunda estrofe expõe uma declaração ao Divino. A última estrofe transforma-se em uma oração, a qual expõe petições e agradecimentos. William Jackson encerra a obra com um Amém executado em quatro tempos. Wellerson Cassimiro

As Rainhas da Noite de Wolfgang


(Foto: Diana Damrau na segunda ária da Rainha da Noite manipulando Pamina)

Desde a sua estreia, em setembro de 1791, a ópera A Flauta Mágica, composta em dois atos, pelo compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, ganhou inúmeras versões, além de ser o centro das discussões operísticas. Não é por menos. A música de abertura é, considerada por musicológos como, a melhor abertura de óperas. Mozart não poupou arpejos e solfejos. Contudo, é impossível falar desta obra sem citar uma das personagens mais lembradas e comentadas: a Rainha da Noite, vingativa, arrogante e manipuladora.

As Rainhas

Nestes 219 anos, a Rainha da Noite foi interpretada por vários sopranos como, Jana Sibera, Erika Miklosa, Gruberova e Luciana Serra. As árias da Rainha é conhecida por ser uma obra que exige um bom desempenho, tanto da soprano quanto da orquestra. Desse modo, nem todas as sopranos conseguiram capturar e transmitir a essência dessa personagem. Entre as que apresentaram maior êxito, com exímio realismo, foi a soprano Diana Damrau. Admirada e muito requisitada por interpretar, virtuosamente, peças de Mozart, Diana nasceu na Alemanha, e estudou na Escola Superior de Música de Würzburg Carmen Hanganu. Em seu repertório encontram-se obras italianas, francesas e alemãs. Além do domínio da técnica vocal e de uma interpretação impecável, Damrau possui uma das vozes mais raras do mundo lírico.
Wellerson Cassimiro.

18 de nov. de 2010

Juiz de Fora - Avenida Francisco Bernardino


Avenida Francisco Bernardino, região Central.

Calçadão da Rua Halfeld - Juiz de Fora

Wellerson Cassimiro



Grande palco a céu aberto, o Calçadão da Rua Halfeld, em Juiz de Fora, Minas Gerais, revela diversidade e democracia. Vários eventos são realizados sobre as pedras portuguesas do largo passeio como, concertos de música erudita e popular, manifestações políticas e religiosas, além de apresentações dos artistas de rua. Este cartão postal juizforano reúne as diferentes classes sociais, resultando em um imenso corredor de cores, etnias, ideologias, revelando ainda uma forte atividade comercial.

Comerciante ambulante, há cinco anos, Aparecida Soares de Melo, 54 anos, relata que o Calçadão é um dos melhores lugares, da região Central, para o comércio. “Aqui é movimentado e tenho mais chances de vender meus produtos”, explica. Mauro Cardoso, 43, ambulante há três anos, após ficar desempregado, monta a sua banca todos os dias, depois das 19h e, nos fins de semana, a partir das 14h. “Às vezes, tenho poucas vendas. Mas, em geral, nunca tenho prejuízos”, revela.

Para o artista de rua, Caio Mendonça, 33, o largo passeio é democrático. “Não é preciso pagar para estar aqui”. Gerente de uma loja de acessórios, João Peres Carvalho, 53, menciona que seu estabelecimento sempre obteve boas vendas. No entano, precisa arcar com o aluguel que é alto, devido ao ponto comercial favorável. Para a empresária e publicitária Zaine Chaves, 35, a via é um ponto de encontro perfeito para fazer novas amizades e encontrar vestuário de qualidade. “Aqui estão concentradas as grandes marcas, lojas de roupas, calçados, eletroeletrônicos e bancos. O Calçadão é um dos pontos comerciais mais tradicionais do município”.

Segundo a assessoria de imprensa da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), o comércio juizforano é analisado de forma ampla e não isoladamente, sem distinções de ruas. “Realmente há uma circulação maior de pessoas pela Rua Halfeld. Contudo, as vendas são estudadas em conjunto, incluindo todas as ruas centrais e o comércio dos bairros”, esclarece.


A GERAÇÃO CALÇADÃO

Dayana de Souza, 25, diz que a via é um dos melhores locais para ver e ser visto. Sempre que está no centro da cidade, a jovem arruma pretextos para transitar pelo Calçadão. Para ela o melhor dia para marcar presença é ao sábado. “Só tem gente bonita”. Opinião compartilhada por Amanda Fernandes, 19. “É um dos meus lugares preferidos, na cidade. Aqui tem movimento”, conclui.

CURIOSIDADES

O aposentado José Alves de Oliveira, 65, natural de Tabuleiro, Minas Gerais, passou a residir em Juiz de Fora, a partir de 1963. Nesta época, o Calçadão ainda não existia. O fluxo de carros prevalecia na via. Ora, em sentido único. Ora, em sentido duplo. Foi na gestão do então prefeito eleito em 1972, Saulo Pinto Moreira, que se deu a construção do imenso passeio. O aposentado revela uma das curiosidades que rondam sobre as obras. Inicialmente, os juizforanos não gostaram da ideia de ver uma rua central transformada em passeio. “Alguns ridicularizaram o prefeito, mencionando que as obras eram na verdade uma procura pelo canivete de seu pai, que fumava cigarro de fumo e que havia perdido por ali”, diz. Para a sua construção, “obras de escoamento de águas pluviais e instalação de rede elétrica tiveram que ser feitas, gerando os imensos buracos”. Por isso, a analogia feita à procura do canivete”, encerra.

7 de nov. de 2010

Juiz de Fora - Bairro Poço Rico


Praça da República no bairro Poço Rico.

Hinário em Pauta - Wolfgang Amadeus Mozart

Missa Breve em Ré maior, a obra K.194, Agnus Dei, do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, está incluída em diversos hinários, adotados pelas igrejas protestantes britânicas, norte-americanas e brasileiras.

Após compor o seu primeiro concerto, a obra K.191, para instrumento de sopro, um fagote, com uma orquestra reduzida à mais simples expressão; Mozart compôs, aos 18 anos de idade, a música “Agnus Dei”, em junho de 1774, por encomenda religiosa do príncipe-acerbispo da côrte de Salzburgo, Colloredo, que dava grande importância às missas breves e impunha severas restrições de composição aos seus músicos oficiais. Ao contrário de seu pai, Leopold Mozart, o jovem Wolgang não tinha e, nunca chegou a ter, a empatia de Colloredo que, o odiava.

Esta peça possui uma métrica irregular, pausas em semibreve, além dos acidentes na mesma nota sol, que surgem em ambas as claves (Sol e Fá). Na verdade, a igreja protestante britânica, no século XVIII, adotou a última parte desta missa breve, aliando a ela o texto adaptado por João Gomes da Rocha, para o “Salmos e Hinos”, sob o título de Doxologia. Wellerson Cassimiro

5 de nov. de 2010

Juiz de Fora - Salvaterra


Entrada Sul da cidade de Juiz de Fora, trevo do bairro Salvaterra.

As novas faces para o jornalismo empresarial

Com o advento da internet, o crescente número de acesso à rede virtual e a convergência de mídias, o campo da Comunicação Social vem revelando complexas faces. Ser um profissional multifacetado se tornou uma exigência do mercado e não mais um modismo. Neste novo cenário – virtual - o Jornalismo ganhou inúmeras vertentes. Novos desafios emergem diante da notícia. A tradicional e histórica figura do jornalista, assentado, junto a uma máquina de datilografia em uma grande sala de redação desapareceu. Surge a imagem do jornalista nas ruas, conectado - simultâneamente - à televisão, internet e rádio, através de um pequeno dispositivo digital de mão. A tecnologia acabou com as barreiras e com as fronteiras territoriais. A frase do momento é: integração virtual. Em seu artigo “O uso das tecnologias de acesso ao virtual”, o professor e jornalista Paulo Nassar faz uma exímia análise da internet, expondo os desafios na relação jornalismo empresarial e recursos virtuais.

AS EMPRESAS DIANTE DO FACEBOOK E DO TWITTER

Nesta Nova Era de informações virtuais, o velho “jornalzinho” da empresa não desperta mais o interesse do seu público alvo. Para Nassar, as empresas possuem o seu espaço social através da internet, por meio de sites e portais de informações, serviços e vendas, que revelam uma hídrida relação institucional e comercial. Desse modo, os assessores de imprensa e o relações públicas (RP) precisam se adequar ao novo mundo. As empresas estão aderindo, com grande velocidade, aos portais para disseminar as suas ideologias e incentivar o consumo. Algumas delas, por exemplo, realizam o primeiro passo do processo de seleção para a contratação de funcionários pelo meio virtual. A entrega de currículos é feita através do correio eletrônico (e-mail) da empresa. Neste espaço de arrobas, http e ponto com, não basta só informar. É preciso interagir.

O professor adverte quanto a um atento e minucioso planejamento comunicacional, pois a “sociedade ganhou com a internet o poder de responder, utilizando a força das correntes de e-mail's, blogs”, facebooks e o recente e febril twitter. Questionar as atividades de uma organização se tornou mais fácil. E a opinião pública leva tais questões com seriedade. Essa realidade, mais uma vez, só ratifica a mudança radical da velha estrutura da comunicação, onde tinhámos bem definidos a figura do emissor, mensagem e receptor. A sociedade; ora é emissora. Ora, receptora.

Nassar comenta sobre a importância da rede mundial de computadores para os funcionários destas empresas que adotam o virtual como meio de divulgação de suas atividades. Junto com a internet, nasce a chamada intranet, caracterizada por ser uma plataforma virtual restrita, com conteúdos institucionais. Os colaboradores dos diferentes setores da organização podem manter um relacionamento social, está sempre em contato, além de conhecer as diretrizes, missão e visão da empresa.

Vale ressaltar os e-mail's e a newsletter. Para Nassar, eles não devem conter mensagens institucionais digitalizadas enviadas, sem a permissão, dos destinatários. Os e-mail's devem ser, acima de tudo, personalizados, únicos para cada perfil da lista de contatos. Receber inúmeros e-mails frívolos, de publicidade institucional não é nada agradável, criando uma péssima imagem da empresa junto aos clientes. Com o passar do tempo, seus destinatários acabam excluindo os e-mails antes mesmo de abrí-los, ou bloqueiam o contato da empresa.

A COMUNICAÇÃO FACE A FACE

O professor enfatiza que, mesmo com todo esse recurso virtual, uma comunicação face a face é imprescindível e relevante. O comércio através da internet é hoje uma realidade. Grandes lojas de departamento e eletroeletrônicos fazem do virtual um espaço lucrativo, em nome da comodidade e do conforto. Observa-se que as ofertas apresentadas nos sites, nem sempre estão disponivéis nas lojas presenciais, o que seduz o consumidor para a compra online.

Quanto ao layout das informações virtuais, os profissionais responsavéis pela comunicação das empresas devem ter uma preocupação quanto ao design gráfico. A interação é o principal fator nesse relacionamento potencial cliente e empresa. Em resumo, os envolvidos na imagem de uma organização devem se cercar de inúmeras práticas para um planejamento cuidadoso. Uma empresa pode ter a sua imagem facilmente arranhada; o que chamamos de valor intangível, incapaz de ser recuperado dependendo do tamanho do arranhão. Consertar um desgaste imagético é mais difícil e moroso. O relações públicas e assessores devem visualizar o futuro cenário econômico. No entanto, não podem se descuidar do presente, do dia a dia, e ir avaliando as estratégias aplicadas. Wellerson Cassimiro.