19 de jun. de 2010

Avenida JK • • Zona Norte / Juiz de Fora


Foto: Wellerson Cassimiro

Uma Sinfonia televisiva

A construção do primeiro telejornal dos alunos do quinto período, diurno, do Curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, foi bastante produtiva. Acostumados com a linguagem jornalística para impresso e para o rádio, cada aluno precisou aprender e adaptar-se a uma nova linguagem: a televisão. Cada um apresentou um crescimento ao seu modo. Claro que, as dúvidas foram surgindo ao longo da produção. Algumas, sanadas em tempo hábil. Creio, contudo, que outras serão suprimidas após a conclusão e a visualização completa do telejornal.

Ficou evidente que o telejornalismo não se resume ao glamour dos holofotes, microfones empunhados, ternos ou gravatas. Ele é o resultado de muito trabalho por detrás das câmeras. Outro fato, relevante, que destaco e explícito durante a atividade foi o processo do trabalho em equipe. É impossível uma única pessoa organizar pautas, agendar fontes e entrevistas, capturar imagens, editar áudio e vídeo, gravar externas e apresentar o noticiário, à vista do deadline. Desse modo, posso comparar o telejornalismo a uma orquestra, com seus inúmeros músicos e solistas.

Destaco, ainda, o envolvimento de toda a turma que ficou ansiosa e, principalmente, unida para ver o meu primeiro filho nascer. Cada um preocupou-se com a matéria do outro e dispôs de tempo para gravar as matérias, editar imagens, capturar as notícias ou, apenas acompanhar o colega nas gravações. Horas foram gastas na ilha de edição que, em três dias, se transformou em um lar. Passei mais tempo na edição do que em casa ou na sala de aula. Em certas ocasiões, os sete alunos envolvidos estavam dentro da ilha, falando e opinando todos ao mesmo tempo. Parecia uma Bolsa de Valores. Uma máxima popular diz que “duas cabeças pensam melhor do que uma”. Que bom! Eram sete. Na verdade, estávamos no meio de um concerto. Éramos uma orquestra. Ora, solistas. Ora, músicos do conjunto. Cada um deu sugestão e auxiliou nas matérias e textos do outro. A batuta não podia parar. A cada compasso, textos e imagens foram sendo unidas e a sinfonia foi ganhando forma.

Realizando uma auto-análise do meu momento de solista, notei algumas falhas antes mesmo do espelho do telejornal ficar pronto. Percebi que o stand up, gravado na tradicional feira dominical da Avenida Brasil, poderia ter tido um outro ângulo. Todavia, fica a rica experiência e o suor de produzir um telejornal. Acredito estarmos encerrando um belo concerto, no qual interpretamos uma sinfonia de acertos e, por que não, erros. Afinal, foi a nossa primeira apresentação. Uma sinfonia com acordes de notícias bem definidos e reportagens em graves sustenidos. Lógico, que em alguns momentos surgiram fagotes e flashes desafinados. Mas, no final, os aplausos do teatro foram para todos aqueles que estiveram unidos para a realização deste concerto. No entanto, para o próximo semestre, os músicos e solistas serão outros. Wellerson Cassimiro