25 de fev. de 2011

Coleção Best Vivaldi 100

As obras do Prete Russo reunidas em seis CD's

Gloria (RV589), Moteto In Furore (RV626) e o Concerto para dois trompetes (RV537) são algumas das magníficas obras barrocas que estão na coleção “Best Vivaldi 100, lançado pela gravadora EMI. O box, com seis CD's, apresenta um seleto repertório do violinista Antonio Lucio Vivaldi, mais conhecido em seu tempo como “prete russo”.

Nascido em Veneza, 4 de março de 1678, o padre de cabelos vermelhos foi o primogênito dos sete filhos do casal Gionanni Battista Vivaldi, também violinista, e Camila Calicchio. Ordenado padre em 1703, ficou impedido de celebrar a missa em decorrência de uma doença crônica. Foi nomeado mestre de violino do "Ospedalle della Pietà", uma instituição veneziana que acolhia crianças órfãs, famosa por seu conservatório musical.

Grandes nomes do canto lírico participaram das gravações. Entre eles, os contratenores David Daniels e Derek Lee Ragin, a mezzo-soprano Vivica Genaux e a soprano Patrizia Ciofi. O conjunto orquestral é excelente. Sob a regência de Christopher Warren-Green, os cantores foram acompanhados pela London Orchestra. O dilema desta coleção é a dificuldade em escolher qual é o melhor CD. É impossível ouvir somente um.Wellerson Cassimiro

24 de fev. de 2011

Juiz de Fora - Bairro Manoel Honório


Avenida Barão do Rio Branco - Ponte do Bairro Manoel Honório.

Documentário Lixo Extraordinário

E tem produção brasileira sob os holofotes de Hollywood

Lixo, arte, pessoas e esperança. Estas são as palavras-chaves do documentário Lixo Extraordinário, dirigido pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley em parceria com a documentarista inglesa Lucy Walker.


O filme mostra o trabalho do premiado artista plástico Vik Muniz com catadores de materiais reciclavéis do Jardim Gramacho, na cidade de Rio de Janeiro, considerado um dos maiores aterros sanitários do mundo. “Extraordinário Lixo” é um dos 15 filmes pré-selecionados para concorrer ao Oscar, no próximo domingo, 27, na categoria Melhor Documentário.

23 de fev. de 2011

Juiz de Fora - Avenida Rio Branco


Cruzamento da Avenida Barão do Rio Branco e Avenida Benjamin Constant. Centro.

Além dos muros e portões

As diferenças entre Responsabilidade e Marketing Social e Investimento Social

Considerando o conceito descrito pelo Instituto Ethos de que, “Responsabilidade Social é a capacidade desenvolvida pela organização de ouvir, compreender e satisfazer expectativas e interesses legítimos de seus diversos públicos”; deve-se pensar esta Responsabilidade Social como um bem coletivo e não só para dentro dos altos muros das empresas. Entretanto, o que se tem observado é uma atitude social voltado somente para os funcionários. Algumas delas permanecem inertes ao ambiente na qual estão inseridas. Não atentam para o cenário à sua volta. Se notam, fingem não enxergar. Contudo, desenvolvem projetos sociais junto aos seus colaboradores. Todavia, a Responsabiliade Social é muito mais abrangente. Suas ações ocorrem dentro e fora dos portões privados. Os empresários devem manter uma preocupação com os efeitos sociais e ambientais das atividades de suas empresas, bem como com os valores éticos e morais, resultando em um bem comum e para a melhoria da qualidade de vida das comunidades.

Desse modo, surge o investimento social que é, hoje, uma das ramificações da chamada Responsabilidade Social. As empresas privadas como, Petrobrás, Natura e Pepsi têm, cada vez mais, mergulhado em projetos de ações sociais que gerem um retorno menos abstrato e mais realista. São ações que visem uma real atuação no ambiente externo no qual a empresa está inserida. A empresa tem como objetivo intervir para melhorar o cenário dessa comunidade.

O que deve ter em mente é o objetivo em gerar um retorno positivo para a sociedade. As ações desenvolvidas nestas duas comunidades irão, de forma indireita, atingir toda a cidade, pois como já mencionou a professora Izabel Portela, do Instituo Iris, em seu texto, a melhoria do nível da escolaridade, o nível de produtividade econômica cresce consideravelmente. Entretanto, acreditamos que deve-se fazer um alertar para evitar uma confusão de conceitos. O investimento social privado não deve ser confundido com o assistencialismo momentâneo, afim de lucrar algum espaço midiático. Wellerson Cassimiro

17 de fev. de 2011

Juiz de Fora - Centro Cultural Bernardo Mascarenhas


Antiga fábrica téxtil Bernardo Mascarenhas - Avenida Getúlio Vargas. Centro.

16 de fev. de 2011

Dia do Repórter

Exatos sete dias após o triste episódio do jornalista Aguirre Peixoto

Hoje, em comemoração ao dia do repórter, disponiblizo as minhas seguintes análises: Tanques de guerra nas ruas. Escolas primárias sitiadas. Censores dentros das redações e primeira página dos jornais com receitas de bolo de laranja. Seria cômico, se não fosse tão trágico. Esse relato parece cenas de um longa-metragem hollywdiano. Mas, não é. Para aqueles que não testemunharam os dias sômbrios da ditadura militar, está ae uma leve descrição da década de 1970. Para a maioria dos brasileiros, esse regime acabou. Vivemos em um país democraticamente livre. E você, realmente acredita nisso? A censura, infelizmente, ainda reina, absoluta (sem exageros). Porém, de forma velada.

O recente caso do repórter Aguirre Peixoto, do Jornal A Tarde, demitido na última quarta-feira, 09, após publicar uma série de denúncias contra crimes ambientais, nos leva a pensar sobre uma censura, ainda viva. No entanto, silenciosa. Os atuais censores da imprensa não são oficiais militares fortemente armados, estáticos no canto mais úmidos das redações. O discreto “cala boca” jornalístico está na forma de capital, patrocínio e pressão, através do quem paga o jornal dita as ordens. Peixoto foi dispensado de seu serviço por pressão de empreiteiras, que teriam se sentido prejudicadas com as matérias. Todavia, a direção do jornal negou sofrer pressão das construtoras. E retorno a pergunta. E você, realmente, acredita nisso?

As mídias cederam espaço para grandes anunciantes que, de uma forma ou de outra, como gatekeeper, escolhem o que é ou não publicável (em favor de seus interesses). Peixoto, somente cumpriu o seu dever. Contudo, recebeu um cala boca de empresários influentes no então jornal, como no antigo regime de coronéis.

Mas, para a felicidade da imprensa, Aguirre Peixoto recebeu a proposta de retornar ao períodico. A união (mais uma vez) fez, e faz, a força. Os demais jornalistas do impresso organizaram uma greve. O editor-chefe do veículo, Florisvaldo Mattos, pediu demissão. Contudo, afirmou que sua saída não foi motivada pelo caso de Peixoto, mas devido a um acúmulo de outras situações. Wellerson Cassimiro.

14 de fev. de 2011

Juiz de Fora - Viaduto Ramirez Gonzalez


Região Norte - Bairro Industrial, Bairro Cerâmica e Bairro Francisco Bernardino. Viaduto Ramirez Gonzalez.

10 de fev. de 2011

A tecnologia que gera controle

Os últimos dez anos nos proporcionaram uma acelerada evolução científica e tecnológica. A exemplo, o recurso 3G que parecia tão abstrato, hoje é uma realidade bem presente em nossas vidas. A internet banda larga, privilégio de uma restrita minoria, atualmente é o feijão com arroz de muitos lares. Sem falar, é claro, da televisão de alta definição (ou como alguns preferem chamar de high definition television – HDTV) que, já está se tornando uma febre em solo tupiniquin. Como resultado, conseguimos informação diversa ao nosso alcance. Nunca tivemos tantos conhecimentos acessíveis. Quem diria aqueles que por buscar conhecimento e saber foram exilados ou mortos pela mão pesada da ditatura, a qual me atrevo chamar de Idade das Trevas Brasileira.

Entretanto, um fenônemo “raro”acontece. Mesmo com tanta informação de fácil acesso, a apatia social parece cada vez aumentar mais. Já dizia Theodor Adorno (que também me atrevo a chamar de meu amigo): “informar para alienar”. As informações são as milhares. Na tevê, no rádio, na internet... Ops! Não posso esquecer... até no celular. Todo o conhecimento da rede mundial de computadores cabe na palma de nossas mãos.

Contudo, acredito que pagamos um preço alto por tanto conhecimento. A nossa alienação e nosso conformismo, gerando um controle velado sobre a sociedade. Para complicar ainda mais toda essa expressão númerica de raízes quadradas informacionais, colchetes sociais e parênteses culturais, tudo parece fluído e solúvel, que escapa por entre nossos dedos, como já caracterizou Bauman. Mantemos relações rápidas e superficiais. Temos medo da alteridade e do novo. Medo esse oriundo do advento da excessiva tecnologia.

Esse tempo pós-moderno, que outros denominam de contemporâneo, transformou a sociedade em um terreno, constantemente, sitiado. Somos prisioneiros em nossos lares. Instalamos câmeras de vigilância, cercas elétricas e portões automáticos. Somos vigilantes de nós mesmos. Em outras palavras, parece vivermos em um reality show; sem é claro, um apresentador nos chamando de herois, bravos guerreiros ou algo do gênero. Basta digitar seu CPF ou, num display exibir as ranhuras particulares de seus dedos que, em poucos segundos o histórico de toda a sua vida aparecerá, como num passe de mágica. Tecnologia, meu caro! Tecnologia...

Para aqueles que conseguem tomar posse de todo esse conhecimento, a ascensão social é inevitável. Que nos diga o rapaz do facebook. Ter acesso ao saber está fácil. Decodificá-lo e dominá-lo, já não é tão simples assim. Tanto faz a classificação; pós-moderno ou contemporâneo. Caso nossa postura não mude diante de todo esse conhecimento acessível e infinito, agora, seremos dragados por nossos chips e softwares e, continuaremos controlados como marionetes, fazendo aquilo que os detentores do saber nos ditam. Ou, você acha que seus pensamentos e atitudes são livres? Wellerson Cassimiro.

Juiz de Fora - Região Norte


Bairro Jóquei Clube e Barbosa Lage.

9 de fev. de 2011

Concerto Allegro IX no Palácio das Artes

Obras de Strauss, Debussy e Maurice Ravel estão no repertório da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais que apresentará o concerto Allegro IX, amanhã, quinta-feira, 20, às 20h30, no Palácio das Artes, na capital mineira. A regência será do maestro Fábio Mechetti, com participação especial do clarinetista Ovanir Buosi. O músico será o solista do "Concerto para Clarinete e Orquestra", do compositor norte-americano John Corigliano. Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e custam: Platéia I, R$ 30,00. Platéia II, R$ 20,00.Platéia Superior, R$ 10,00. Estudantes e maiores de 60 anos pagam meia entrada.

Graduado pela Unesp na classe do professor Sérgio Burgani, Ovanir Buosi continuou sua formação em cursos e masterclasses. Estudou em Londres, onde se aperfeiçoou no Royal College of Music. Através da Southbank Sinfonia, viajou pela França e Itália.Entre outras, atuou como solistas frente às orquestras Southbank Sinfonia de Londres, Filarmônica de Belo Horizonte, Sinfônica de Ribeirão Preto e Sinfônica de Campinas. Integrou o Quinteto de Sopros de Curitiba, o Quarteto Sacconi, em Londres, e o Quarteto Portinari. Em seu currículo, há importantes premiações nos concursos Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), além do I Prêmio Weril para Instrumentistas de Sopro, do Solistas da Rádio MEC e do X Prêmio Eldorado de Música.

8 de fev. de 2011

Beethoven: uma sinfonia, um contralto e... um hino

As expressões de intensidade que fazem toda a diferença

“Astros, anjos, céus entoam hino eterno a Ti, Senhor”. É o que propõe Henry Van Dyke (1907) na primeira estrofe do hino Coroação (Hymn to Joy), baseado no livro de Salmos 32:11. Nesta versão, constituída por três estrofes, sem refrão, adaptada por Isaac Nicolau Salum (1940), a peça revela a supremacia de Deus e as maravilhas de suas criações. E a música que acompanha esse texto faz parte do arranjo do quarto movimento – Andante - da Nona Sinfonia do compositor alemão Ludwig Van Beethoven.

Uma das principais características desta peça coral (se não for a principal) são as expressões de intensidade mezzo-forte e forte que são sustentados durante toda a interpretação. Os arranjos vocais são executados pelo tenor e soprano. Entretanto, na adaptação de Olivier Toussant, estes mesmos arranjos ficam a cargo somente do contralto e do soprano. Vale ressaltar, sem exagero, que o pedal sincopado é imprescindível.

Um Mito

Trechos desta fantástica peça são popularmente conhecidos. Creio que por dois motivos. Primeiro, pela história quase mítica que ronda a obra. Alguns relatos mencionam que, Beethoven compôs e regeu a Nona Sinfonia totalmente surdo. Ele não notou os aplausos ao final da peça, pois atrasado ainda regia a orquestra que já finalizara a música. Foi preciso então, uma contralto - Caroline Unger - ter ido a ele e o virado em direção ao público, para notar os aplausos.

Segundo, pela sua repetida execução em diversos festivais de música e a sua inserção em produções hollywoodianas. Como exemplo, no longa-metragem “Mudança de Hábito 2 - De Volta ao Convento” ( Sister Act 2: Back in the Habit), com Whoopi Gooldberg, no qual esse arranjo é cantado duas vezes em um concurso de corais. Esta foi a última sinfonia composta pelo alemão, compositor do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX). Beethoven morreu três anos depois da estreia da Nona Sinfonia, aos 57 anos. Wellerson Cassimiro.

7 de fev. de 2011

Juiz de Fora - Região Leste



Avenida Brasil e ponte Nélson Silva. Região Leste de Juiz de Fora.

2 de fev. de 2011

Um clima evoluído do espírito renascentista

Composta para cinco vozes a ópera Arianna, do compositor italiano Benedetto Marcello, se revela surpreendente ao parecer ostentar um clima evoluído do espírito renascentista, escrita para um soprano, um contralto, um tenor e dois baixos. O libreto é do também italiano Vincenzo Cassani. A obra teve sua estreia em 1726, tendo como personagens: Arianna (soprano), Fedra (contralto), Teseo (tenor), Bacco (baixo) e Sileno (baixo).

Comum às orquestras barrocas, o órgão e o cravo executam a parte do baixo contínuo. Em Arianna, o órgão acompanha as árias e os recitativos de Bacco e Sileno. O primeiro registro desse instrumento surge na terceira cena, durante o recitativo de Bacco (“A Terra, A Terra”). Em seguida, em um clima festivo, emana um coro (“Ebbre bessaridi” - sátiros e faunos). No entanto, o que me desperta a atenção é a peça sinfônica que abre a ópera, sequenciada nos movimentos: presto, largo e presto. Os violinos parecem duelar entre si, enquanto os naipes dos sopros iniciam, em um segundo tempo, um diálogo com esse duelo de semicolcheias e fusas.

Outro trabalho do italiano que merece destaque é a obra vocal "Estro poetico-armonico - Cantus Cölln", baseada no livro de Salmos, capítulos nº03, 10, 40, 44 e 47. Benedetto Marcello nasceu em Veneza, em 31 de julho de 1686. E, além de compositor, exercia as atividades de escritor e advogado. Entre seu legado estão cantatas, madrigais, oratórios e sonatas. Faleceu na cidade de Bréscia (Itália), em 24 de julho de 1739. Wellerson Cassimiro.