30 de jun. de 2011

As diversas faces de Aleluia de Handel

Os allegros arranjos eternizados pelos corais

Sem sombra de dúvidas, que a obra mais conhecida do alemão Georg Friedrich Handel, compositor barroco, é o oratório “O Messias” (HWV 56), que tem atravessado gerações por causa das várias interpretações da ária coral Hallelujah (Aleluia). Composto em 1741, o oratório narra a vida de Jesus Cristo desde sua anunciação profética, quando um anjo apareceu à Maria; o seu nascimento, sua vida, morte e a sua ascensão ao céu. A obra possui 51 movimentos, sendo a ária Aleluia o seu 42º movimento, na segunda parte da peça.

Seria impossível contabilizar o número de corais, orquestras, bandas e conjuntos musicais que já se lançaram sob os allegros arranjos desta obra. Entre eles, o “Vivace Coral” no 56º aniversário da Igreja Adventista Central de Florianópolis, sob a regência do Maestro Flávio Santos, e o coral da Igreja Presbiteriana de Iguapé (SP). Até mesmo o Ministério de Louvor Diante do Trono, da Igreja Batista da Lagoinha, recorreu aos graves e agudos líricos de ária, na gravação do seu décimo álbum, chamado “Princípe da Paz”.

Seja no órgão, piano, trio de violões, coral ou guitarra. Da mais erudita à mais popular. As muitas interpretações têm proporcionado à obra diversas faces que, com certeza, surpreenderiam seu compositor. E, algumas formações merecem destaque como, o coral norte-americano da Igreja Adventista, na cidade de Filadélfia, em uma apresentação em 2008, na qual executou com perfeição as expressões de intensidade, auxiliada apenas por um órgão e um trompete. O organista John Hong, em uma interpretação solo, na Southern Church NY, em 2009, revelando uma apurada técnica organística. Já em solo brasileiro, destacam-se o coral da Igreja Assembleia de Deus, Ministério do Belém, em comemoração ao 75º aniversário da igreja; o coral da Igreja Presbiteriana Unida de Suzano (SP), que entoou Aleluia acompanhado somente pelo piano, no culto de aniversário dos 34 anos de organização; e um quinteto de violões em apresentação na cidade mineira de Juiz de Fora, em 2009.

Outra ária coral

Outra ária deste oratório que, também, merece o devido valor é a parte coral “Surely he hath borne our griefs and carried our sorrows”, na qual há a dramatização emocionante do martírio de Cristo. O mais curioso é que, atualmente, assistimos às apresentações de “O Messias” com formações imensas, com grandes corais e orquestras com quase 200 músicos ou mais. Entretanto, no ano de sua estreia, Handel enfrentava sérias dificuldades financeiras, o que resultou na utilização de um pequeno grupo de músicos. Cerca de 16 cantores e uma orquestra quase ínfima. Todavia, esse pequeno obstáculo, não tirou o brilho desta fantástica obra vocal, eternizada em sua maioria pelas formações corais. Wellerson Cassimiro.

22 de jun. de 2011

Arte Urbana

As ideologias escondidas nos desenhos urbanos

Pichação, contravenção ou arte de vanguarda questionadora? Comum aos grandes centros urbanos após a década de 1970, os grafites, desenhos e frases inscritos em paredes e muros, se tornaram uma febre. Considerada por alguns como mera pichação, o grafite, no entanto, se revela na forma de manifestação artística em espaços públicos, demonstrando sua principal característica, a democratização.

Apesar de ser uma forte marca do crescente urbanismo e do movimento Hip Hop, nota-se vestígios do grafite durante o Império Romano. Seu aparecimento na idade contemporânea se deu na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, quando jovens e adolescentes começaram a deixar suas marcas, como assinaturas, nas paredes da cidade. Com o passar do tempo, novas técnicas e desenhos foram sendo incorporados ao grafite, se tornando no final do século XX, um canal de expressão social.

Grafiteiro desde 1991, Jair Gomes de Oliveira, 27 anos, tem o grafite como a sua forma de questionar o mundo, cobrar por mudanças, expressar as desigualdades sociais e dar voz aos menos favorecidos. “Sempre represento a realidade das ruas em meus desenhos” revela, diz. Contudo, a sociedade ainda não está acostumada a visualizar informações essenciais nos inscritos urbanos. Observa-se que, muitos desses desenhos escondem poderosas ideologias, que enxergadas podem mudar conceitos.

No entanto, a mentalidade coletiva é que grafite é coisa de pichadores. “Faço meus grafites com qualidade artística. Mas, em geral, as pessoas confundem com simples Hollow”, diz. Segundo o grafiteiro, Hollow é um termo usado por grafiteiros para indicar um grafite ilegal, também chamado de Bomb. Recentemente, diante do aumento da tarifa do transporte coletivo, Juiz de Fora amanheceu com alguns muros pintados com escrições de protestos à Astransp. Para Jair Gomes, esse tipo de atitude é vandalismo e não pode ser comparado com o grafite. “Esse que é o problema. Os pichadores só ajudam a promover a ideia de que grafite é vandalismo”, encerra. Wellerson Cassimiro.

Nascidos um para o outro

19 de jun. de 2011

Músicas da Reforma - Órgão e Coral

Recentemente, o blog Musikalische Opfer (Oferenda Musical) postou, para download, o álbum “Musik Der Reformation”, produzido pela “Berlin Classics” com melodias que marcaram a Reforma Protestante, de 1517, iniciada pelo então padre Martinho Lutero.

Além da famosa obra luterana “Ein' feste Burg ist unser Gott”, considerada a "Marcha da Reforma", a qual caracteriza este movimento, o álbum apresenta a melodia “Aurelia”, do compositor inglês Samuel Sebastian Wesley, e os arranjos em allegro do hino “Lass uns Erfreuen”, com aleluias, também conhecido como “Hino das Criaturas”. Este último, também, foi harmonizado em 1939, por Lawrence Curry e incluído em alguns hinários das igrejas brasileiras. Já a obra “Aurelia” foi composta para o hino “Jerusalém Excelsa”. No entanto, em 1868, foi associada ao hino de Samuel John Stone e, a partir desta edição no “Hymns Ancient and Modern”, letra e música se tornaram inseparáveis.

Poeta e músico, Martinho Lutero sempre esteve atento à vida musical da nova igreja que surgiu. Amiúde, as músicas para o serviço litúrgico, do início do século XVI, eram polifônicas. Possuíam mais de uma melodia, cantadas e executadas ao mesmo tempo. Ele achou que as pessoas deveriam cantar algo mais simples e de fácil acesso e, canções menos complexas. Instituiu, assim, o estilo canto coral, constituído de uma melodia, harmonizada para quatro vozes (baixo, tenor, contralto e soprano). Técnica também conhecida como canto congregacional. Além do coro, a perfeita execução dos tempos e andamentos bem marcados no órgão é algo impressionante. Vale a pena conferir. Wellerson Cassimiro.

18 de jun. de 2011

Johann Bernhard Bach - Um talento esquecido

Pouco lembrado em festivais de música barroca e tão pouco mencionado em livros de música erudita, no entanto, não menos importante e produtivo, Johann Bernhard Bach foi um exímio compositor alemão, e primo de segundo grau do virtuose organista Johann Sebastian Bach. A família Bach é conhecida por ser uma dinastia de talentosos músicos e compositores. Até mesmo, a ovelha negra da família, Wilhelm Friedemann Bach, tem o seu merecido reconhecimento, através das obras “Fantasia para cravo em C menor”, as “Danças alemãs para cravo em sol menor” e a peça “Cravo Suite em Sol menor”.

Bernhard nasceu em Erfurt, a 23 de maio de 1676, e recebeu as primeiras aulas de música de seu pai, Johann Aegidus Bach, violinista, organista e diretor da orquestra da Corte. Em 1695, aos 19 anos, o jovem assumiu o cargo de organista em Erfurt. Não obstante, em 1703, período de transição do barroco para o classicismo, Bernhard substituiu Johann Christoph Friedrich Bach como, organista em Eisenach, e também como cravista na orquestra da Corte. O início do século XVII marca a popularização do pianoforte, mais tarde conhecido como piano, e o desuso do cravo para os acompanhamentos da execução do baixo contínuo.

Quanto às suas composições, infelizmente, boa parte se perderam. Contudo, de suas peças mais célebres, sobreviveram as quatro suites orquestrais, que revelam todo o potencial de composição do primo do “Pai da Música”. Desta obra, destaco a surpreendente Suite nº2, que se apresenta menos densa e de leves contrastes, além de revelar uma espécie de afastamento da tradicional arte barroca do claro e o do escuro. Wellerson Cassimiro.

17 de jun. de 2011

O novo processo de extinção

Com o aumento excessivo dos espaços urbanos, devido ao crescimento populacional, muitas áreas de matas e florestas têm sido devastadas. Flora e fauna têm desaparecidos com uma rápidez de conexão de banda larga. Ao som da sinfonia desconcertante das serras elétricas e dos tratores, árvores centenárias vão ao chão em segundos. Macacos e tucanos são capturados e comercializados em alguma feira livre. A moral e a ética desaparecem por entre a vegetação verde e rasteira. Como?

Não. Você não leu errado. Este não é um artigo da National Geographic ou articulações em defesa do meio-ambiente. Atualmente, nessa sociedade do espetáculo e de relações superficiais, a moral e a ética tornaram-se tão extintas quanto os micos-leão-dourados. E, recorro aos pensamentos do sociólogo polonês, Zigmunt Bauman. Em seu livro “O Mal-Estar da Pós-Modernidade”, Bauman afirma que vivemos em um mundo abstrato visível, construído em tempo real, em paralelo ao mundo real invisível. Nessas abstrações sociais, a moral e a ética, ora se confudem; ora, desaparecem. Ninguém sabe mais esses conceitos e suas aplicações.

Há um tempo - creio que há muito tempo - moral e cívica eram conceitos ensinados ainda nas carteiras das escolas públicas, no extinto primário. Hoje, aprendem a acessar as redes sociais, pois uma escola altamente modernizada tem alunos “twiteiros”, sabem tudo sobre tecnologia 3G e conexões Wi-Fi. Contudo, não aprendem o básico para uma vida social com caráter: a ética. E assim, não me supreende as constantes brigas diante dos portões das escolas. Quando estes conflitos não ocorrem dentro de suas dependências.

Segundo o dicionário da Língua Portuguesa, outro elemento extinto, Ética refere-se ao conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano. Já a Moral indica um conjunto de regras de conduta ou hábitos julgados válidos, quer de modo absoluto, quer para grupo ou pessoa determinada. Para alguns, todos esses conceitos são complexos e chatos. Aplicar no cotidiano, então, nem pensar. Ratificando as reflexões Baunianas de uma sociedade abstrata e fragmentada, os valores éticos são, constantemente, banalizados.

Seguindo outra vertente, recorrendo aos estudos da Filosofia, a moral altera conforme o tempo e cultura de cada sociedade. O que é moralmente correto em solo brasileiro, pode não ser na Índia ou na China. No entanto, a Ética, o principal esteio da vida humana, é universal e imutável, a qual deveria ser lembrada a todo o momento. Será que o pouco que existe da Ética vai resistir à sua extinção? Wellerson Cassimiro.

16 de jun. de 2011

Juiz de Fora - Parque Halfeld

O prelúdio de Laufer

A música “Armentrout”, associada ao poema “Súplica pelo Culto”, composta pelo Rev. Calvin Weiss Laufer, é uma das melhores obras destinadas ao canto congregacional. No entanto, é facilmente adaptada para o uso prelúdio, e apresenta uma melodia simples. Contudo, rica em sentimentos se, corretamente, interpretada. Laufer foi um dos grandes pastores presbiterianos dos Estados Unidos, e conhecido pela sua capacidade intelectual e artística. Deixou-nos uma obra poética, musical, teológica e cultural de vasto alcance.

Nascido em Brodsheadville, Pennsylvania, em 1874, graduou-se pelo Union Theological Seminary, sendo ordenado em 1900. Foi editor de diversos hinários para a Igreja Presbiteriana e, de forma marcante, trabalhou com o Dr. Clarence Dickinson na edição do “The Presbyterian Hymnal”, em 1933. Não obstante, foi ainda co-editor de “Handbook to the Hymnal”, um trabalho hinológico sobre esse hinário publicado em 1936, dois anos antes de sua morte. Wellerson Cassimiro.

13 de jun. de 2011

Juiz de Fora - Avenida Presidente Juscelino Kubitschek


Avenida Presidente Juscelino Kubitschek. Acesso à Rodovia BR-040.

12 de jun. de 2011

Virtuosidade no Brasil Colônia

Nem Beethoven, Mozart, Chopin ou Ravel. O compositor que destaco, desta vez, é um dos maiores nomes da música erudita brasileira. Talento e virtuosidade não lhe faltaram. Nasido na cidade de Rio de Janeiro, a 22 de setembro de 1767, filho de uma escrava, o Pe. José Maurício Nunes Garcia elevou a condição musical brasileira ao mesmo posto ocupado pelas melodias europeias. Foi compositor de música sacra que viveu a transição entre o Brasil Colônia e o Brasil Império. Uma de suas melhores composições é o “Officium 1816”, em ré menor, composta para os funerais da rainha D. Maria I, que foi um momento histórico de extrema importância, pois resultou na proclamação de D. João VI no ano seguinte, em 1817.

Esse Réquiem teve sua primeira edição, numa versão para canto e órgão, realizada em 1898 em Leipzig, na Alemanha, pelo compositor Alberto Nepomuceno, pianista, organista e regente, considerado o "pai" do nacionalismo na música erudita brasileira. Sem sombra de dúvidas, a obra em seu todo é inquestionável. No entanto, destaco as melodias “Introitus” e “Agnus Dei”, que ao contrário das demais obras fúnebres, em especial europeias, são menos densas.

O período mais produtivo de Nunes Garcia foi entre os anos de 1808 e 1811, durante o qual ele compõe cerca de setenta obras. Não obstante, três anos após a primeira execução de seu Officium, Nunes Garcia dirige a estreia, em solo brasileiro, do famoso Réquiem K.626, do austríaco Wolgang Amadeus Mozart. E, os comentários fervorosos sobre a exímia interpretação e regência do padre chegaram à terra natal de Mozart. Em 1826, Nunes Garcia compôs sua última obra, a Missa de Santa Cecília. O virtuose sacerdote morreu em 18 de abril de 1830. Wellerson Cassimiro.

6 de jun. de 2011

Bullinger - A complexidade dos últimos versos

Outro grande nome da hinologia é o Rev. Ethelbert William Bullinger, que foi um clérigo anglicano e professor de estudos bíblicos. Nascido a 15 de dezembro de 1837, em Canterbury, graduou-se no King's College, em Londres. Desde os 29 anos de idade tornou-se secretário da Sociedade Bíblica Trinitariana, posição que ocupou até sua morte, em 6 de junho de 1913.

Seu legado musical

Ethelbert aprimorou seus estudos musicais com John Pyke Hullah, um compositor inglês e professor de música da tradicional “Royal Academy of Music”. Sua obra mais difundida é o hino que leva seu sobrenome “Bullinger”, escrita em 1864, que nos hinários brasileiros recebeu o título de “Precioso Sangue”.

Constituída por quatro estrofes, sem refrão, sua melodia pode ser interpretada antecedendo o momento litúrgico, como prelúdio, ou durante a ministração da Santa Ceia sem, entretanto, intervir na mensagem proposta pelo poema do hino. Apesar de uma estrutura melódica, aparentemente, fácil o canto congregacional não é tão simples, em especial, nos últimos versos de cada estrofe. A melodia fraseada, andante e ligada, além do tempo das notas, desses versos a torna um pouco complexa para o canto de grandes coros. Wellerson Cassimiro

"Não gosto da arquitetura nova, porque a arquitetura nova não faz casas velhas". Mário Quintana

3 de jun. de 2011

O TEATRO DO CONTRA-AGENDAMENTO

Relembrando os primeiros meses do curso de Jornalismo, quando as diversas Teorias do Comunicação são apresentadas aos recrutas, ávidos por entrar em uma guerra civil, munidos de blocos e canetas, microfones e câmeras nas mãos, a teoria do agendamento, também conhecida como agenda-setting contempla uma espécie de pauta de temas no sentido mídia-sociedade. Ou seja, sob a perspectiva que a mídia detém o monopólio de pautar os assuntos, interesses e conveniências da sociedade. Vestuário, alimentação, música, discussões e outros aspectos de nossa cultura seriam pré-agendados e pré-estabelecidos, pela grande mídia. Entretanto, diante do atual cenário de redes sociais, convergências de mídias, dispositivos movéis e tecnologia 3G, está surgindo um novo paradigma comunicacional e uma nova relação: o agendamento produzido a partir da sociedade para a mídia. Estamos frente a uma significativa metaformose midiática, quase que inimaginável pelos detentores das Olivettis da década de 1970.

A tradicional relação verticalizada, de mão única, agora se torna uma relação horizontal, de mão dupla, chamado de contra-agendamento. Se observarmos, contudo, esse contra-agendamento começou a ser praticado em larga escala pelo terceiro setor, como as ONG's e, posteriormente, por camadas menos favorecidas da população. Tratam de temas, muitas vezes polêmicos, que os meios de comunicação não têm interesse em divulgar como, educação e saúde pública e questões ambientais. Os temas que não conseguem a visibilidade, automaticamente, permanecem nas sombras sociais e caem no esquecimento, ou melhor, ficam na invisibilidade.

Algumas vezes, o que se percebe é que o agenda-setting contribui para fortalecer as ideologias elitistas, uma vez que a grande mídia pré-determina assuntos, voltados para as classes A e B, como prioritários. Nesse sentido, pode-se notar que muitos dos assuntos pautados por ela estão relacionados ao poder de consumir, fazendo com que a classe trabalhadora sinta o desejo de comprar impulsivamente. Fortalecem os cofres dos proprietários dos grandes estabelecimentos comerciais que, proporcionam crédito facilitado e compras a longo prazo, cegando a sociedade que mergulha em profundas dívidas. Esse despertamento para o consumismo desenfreado já foi estudado pelo sociólogo polônes Zygmunt Bauman. Em seu livro, O Mal-estar da Pós-Modernidade, o sociólogo trata desse assunto no capítulo “Turistas e Vagabundos”, no qual revela que aqueles que não consumem são caraterizados como vagabundos e ficam à margem social, contrapondo aos turistas, que seriam a parte da população que, frequentemente, consume. O contra-agendamento, todavia, surge como uma forma de mudar essa realidade, tendo como importante aliado a rede mundial de computadores.

O crescente acesso à internet deu voz aos chamados excluídos sociais que, constroem blogs, sites, espaços virtuais e redes sociais, que passam a discutir a sociedade e tudo que a circunda, dando subsídios para pautar a grande mídia. Questões raciais, étnicas, sexualidade e acessibilidade passam a integrar as páginas dos principais impressos e quadros dos noticiários televisivos.

Entretanto, levanto uma questão. Será que esse contra-agendamento, oriundo de populares está, efetivamente, pautando as grandes mídias a ponto de criar e motivar uma reflexão sobre as atitudes dessa sociedade líquida de autoespetacularização? Ou será que toda essa abertura, para os assuntos contra-agendados, é meramente teatralização dos gatekeeperes elitizados dos meios de comunicação? Wellerson Cassimiro