30 de set. de 2011

A Flauta Mágica

220 anos da ópera mais popular de Mozart



Hoje completam-se 220 anos da estreia da ópera “A Flauta Mágica” (K.620), escrita em dois atos pelo compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, e que já ganhou inúmeras montagens, das mais tradicionais às mais futurísticas. Até hoje, a sua música de abertura, com os três fortes acordes no primeiro compasso, é considerada por muitos musicólogos como a melhor abertura de óperas. No entanto, outras árias também chamam atenção como, a ária do dueto do caçador de pássaros Papageno e sua amada Papagena.

A primeira apresentação da ópera aconteceu na cidade de Viena, em 30 de setembro de 1791, no Theater Auf der Wieden. Infelizmente, precocemente, Mozart morreu três meses depois da estreia de sua obra. Acredito que a primeira ideia (como um rascunho) de “A Flauta Mágica” surgiu em 30 de agosto de 1773, quando o jovem pianista, aos 17 anos, foi apresentado ao amigo do poeta Von Gebler, que lhe mostra o libreto de um drama sob o nome de “Thamos, Rei do Egito”. As semelhanças entre ambas as obras são curiosas. Na história de Von Gebler, o Grão-Mestre dos iniciados se chama Sethos e venera o sol, expressão mais visível do poder criador. A sacerdotisa do astro do dia, sua filha, havia sido raptada. Apaixonado por ela, o príncipe Thamos deveria arrancá-la dos demônios das trevas, decididos a destruir os iniciados. Quando ocorresse o casamento do príncipe com a sacerdotisa, a Luz triunfaria. Observa-se as semelhanças entre Sethos, Sacerdotisa e Príncipe Thamos com os personagens de A Flauta Mágica: Sarastro, Pamina e Príncipe Tamino, respectivamente.

As Rainhas da Noite de Wolfgang

Entretanto, é impossível falar desta ópera sem ao menos citar a ária que a deixou popular. Vingativa e manipuladora a personagem Rainha da Noite se destaca pelo temperamento forte que marca presença em qualquer apresentação. Esta ária é conhecida por ser um trecho que exige um bom desempenho, tanto do soprano quanto da orquestra. Além do domínio da técnica vocal, as cantoras líricas precisam dominar, e com maestria, a interpretação. Desde 1791, a Rainha da Noite já foi interpretada por talentosos sopranos como, Jana Sibera, Erika Miklosa, Gruberova, Luciana Serra e Diana Damrau (Foto ao lado, montagem da obra em 27 de janeiro de 2003, na Ópera Real do Covent Garden. Coro e orquestra sob a regência de Sir Colin Davis).

Com o libreto alemão de Emanuel Schikaneder, “A Flauta Mágica” é a ópera maçônica de Mozart. A obra está repleta de simbologia, a começar pela música da abertura. Schikaneder era companheiro de loja maçônica de Mozart. À época, por influência da Revolução Francesa, a maçonaria adquiria simpatizantes ao mesmo tempo que era perseguida. Em um breve resumo, a ópera mostra a filosofia do Iluminismo. Os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa transparecem em vários momentos na obra, por exemplo, quando o caráter de Tamino é questionado por ser um príncipe, e que por tal motivo talvez não conseguisse suportar as duras provas exigidas para entrar no templo de Sarastro. Em sua defesa, Sarastro responde: "mais que um príncipe, é uma pessoa".

O jovem prodígio

Nascido em Salzburgo, na Áustria, em 27 de janeiro de 1756, Mozart recebeu o nome completo de Johannes Chrisostomus Wolfgang Theophilus Mozart. Contudo, posteriormente, ele trocou o prenome Theophilus por Amadeus, que significa “Amado de Deus”. Aos cinco anos de idade, Mozart aprendeu a tocar cravo antes mesmo de aprender a ler e escrever. E, muito novo, começou a compôr. Aos oitos anos, na cidade de Versalhes, deu o seu primeiro passo oficial de compositor com duas sonatas para cravo com acompanhamento de violino, dedicadas à princesa Vitória, filha de Luís XV. Não obstante, escreveu outras duas sonatas para a Condessa de Tessé. Sua relação com o compositor da corte de Viena, Antonio Salieri, um dos mais bem-sucedidos autores de ópera do final do século XVIII, na Europa, ainda é um mistério e muito discutido. Wellerson Cassimiro

26 de set. de 2011

Das quiálteras de Bach aos legatos de Ice MC

Década de 1990 e os famosos bailes de matinês estão lotados. A moda entre os adolescentes é fazer os “passinhos” eternizados pela House Music. De repente, uma pausa, um grito e um leve solo de piano. Em seguida, um potente som de órgão de tubos espalha pelo ar denso pela fumaça de efeitos e, dita o ritmo da batida. Ahn... como? Órgão?

É sim. Historicamente, associado aos serviços da igreja, a arte organística sempre ocupou lugar de destaque nas músicas sacras. Nos concertos, do período barroco, o órgão e cravo desempenhavam a função do baixo contínuo. Atualmente, suas versões mais modernas como, os órgãos positivos, eletrônicos e sampliados continuam como os preferidos no acompanhamento do momento litúrgico das igrejas mais tradicionais.

Saindo da igreja

Entretanto, no auge do Eurodance, três séculos após o fim do estilo barroco, o órgão saiu da igreja e invadiu as pistas de dança. Ou pelo menos o seu som. Foi o que fez o cantor britânico Ian Campbell (Ice MC), ao inserir notas em legato com som de órgão ao longo de toda a canção pop “É um dia chuvoso” (It's a Rainy Day). A melodia deste arranjo ainda vinha acompanhada de cinco acordes finais, crescentes, anunciando o vocal masculino.

Gravada e lançada no ano de 1994, “É um dia chuvoso” fez grande sucesso nas baladas jovens nos anos 90, alcançando o Top 10 na França e na Holanda, e foi o hit Top 15 na Áustria, Suíça e Alemanha. Nos vocais, o britânico contou com a participação da cantora Alexia. Também conhecido como Eurohouse ou Eurotechno, este gênero musical foi uma das ramificações da música eletrônica, que se originou no final dos anos 80 e se consolidou no início dos anos 90, especialmente, na Europa. A sua forte característica é a utilização de vocais melódicos, combinado com tecnologia de sintetizadores. Wellerson Cassimiro

21 de set. de 2011

Uma mulher ao piano

Amiúde, as tradicionais literaturas sobre música erudita apresentam poucas informações, ou quase nada, sobre a atuação das mulheres no universo musical erudito. Entretanto, os registros menos convencionais revelam excelentes compositoras que merecem o mesmo destaque, ao lado de Beethoven, Ernesto Nazaré ou Haydn.

Exímia compositora e virtuosa pianista do período romântico, Louise Farrenc nasceu em 31 de maio de 1804, e desfrutou de uma reputação considerável durante a sua vida, como compositora, intérprete e professora. Ela iniciou seus estudos de piano ainda na infância, com os mestres Ignaz Moscheles e Johann Nepomuk Hummel, período no qual deve seu talento de compositora revelado. Na década de 1840, a fama da pianista era tal que, foi nomeada para o cargo permanente de professora de piano no Conservatório de Paris, cargo que ocupou durante 30 anos. Apesar de Farrenc permanecer entre os mais prestigiados professores de música da Europa, ela recebia um salário menor do que seus colegas homens.

Virtuosidade nos saraus

Suas composições revelam estruturas melódicas e técnicas bem peculiares, as quais lembram algumas peças de Robert Schumann, além de possuírem uma leveza, parecidas com as músicas executadas nos salões de festas e saraus, do início do século XIX. Entre elas a “Valsa Brilhante Op.48 - Allegro Vivo”, “Air Russe Varie Op.17” e a peça “Etude Nº19 Presto em Si Menor”. Wellerson Cassimiro

Juiz de Fora - Mergulhão


Avenida Barão do Rio Branco

19 de set. de 2011

A métrica irregular de William Jackson

Texto atribuído ao bispo Nicetas de Remesiana, século IV, atual Bela Palanka no Distrito Pirot da moderna Sérvia, o hino “Glorificação à Trindade” (Te Deum Laudamus) é dividido em três partes: louvor, declaração e oração. Nicetas dedicou boa parte de seu sacerdócio à música sacra para uso durante a adoração eucarística e compôs uma série de hinos litúrgicos. A música de “Te Deum Laudamus” foi composta pelo inglês William Jackson (1730-1803). Além de possuir uma métrica irregular e uma estrutura melódica bastante diversificada, a obra é complexa tanto para quem canta, quanto para quem toca, o que resulta em um canto congregacional um tanto que delicado. A melodia alterna graves e agudos. Os acidentes e as modulações são constantes.

Vida e Obra

Ainda na infância, William Jackson revelou forte predileção pela área musical. Recebeu as primeiras aulas do organista da Catedral de Exeter, Reino Unido, com quem permaneceu cerca de dois anos. Em 1748, William foi para Londres, onde estudou com o organista da King's Capela, John Travers. Ao retornar para Exeter, ele se estabeleceu como professor e compositor.

Em 1755, o músico inglês publicou seu primeiro trabalho como compositor, cerca de 12 canções, que não tiveram êxito. Já sua terceira obra, um conjunto de cânticos para três vozes, precedido de uma invocação, com um acompanhamento, o colocou entre os primeiros compositores de seu tempo. William compôs uma série conjuntos de doze canções, alguns escassos e outros esquecidos. Em 1777, foi nomeado mestre do coro da catedral. E, entre suas obras estão uma Ode a Fantasia, hinos para o serviço litúrgico, canzonetas para duas vozes e sonatas para o cravo. Wellerson Cassimiro

16 de set. de 2011

O Bel Canto de Maria Callas

Trinta e quatro anos sem Callas

Hoje completam-se 34 anos da morte de um dos maiores nomes do universo erudito. Considerada uma celebridade da ópera, a cantora lírica norte-americana Maria Callas ainda é reconhecida como a maior soprano de todos os tempos. Callas começou a despontar como cantora lírica, em 1948, com uma interpretação surpreendente para a protagonista da ópera Norma, do italiano Vincenzo Bellini.

Sua carreira só alcançou o merecido sucesso, no entanto, em 1949, quando alternou na mesma semana récitas de “I Puritani”, também de Bellini, e “Die Walküre”, de Wagner; deixando a crítica e o público perplexos, pois ambas as obras revelam personagens de densas performances resultando em uma complexa interpretação vocal.

Uma Callas para Una Voce Poco Fa

Destaco, ainda, a sua interpretação calorosa, em Paris (1958), de “Una Voce Poco Fa”, da ária de Rosina, na ópera “O Barbeiro de Sevilha”, de Gioacchino Rossini. Era incrível a capacidade de Callas em alcançar as notas mais agudas, sustentando-as por um longos períodos e, mantendo uma suavidade vocal aveludada. Esta característica peculiar permitiu à ela assumir personagens desde o alcance do mezzo-soprano até o do soprano coloratura. Ainda, sob a peça “Una Voce Poco Fa”, somente a mezzo-soprano Cecilia Bartoli (1988) conseguiu se aproximar da face interpretativa de Callas.

A cantora de descendência grega nasceu em Nova Iorque, em 02 de dezembro de 1923 e foi a principal representante do chamado Bel Canto; uma tradição vocal, técnica e interpretativa das óperas italianas, a qual originou no fim do século XVII e alcançou seu auge no início do século XIX. Maria Callas morreu em Paris, em 16 de setembro de 1977, de um ataque cardíaco, antes de completar 54 anos. Wellerson Cassimiro

14 de set. de 2011

17º Festival Internacional de Coros (FESTCOROS)

Depois de 14 dias intensos de seminários, workshop e concertos de música colonial brasileira e música antiga, Juiz de Fora vai sediar mais um evento musical de qualidade. Serão cinco dias de obras corais. Começa na próxima segunda-feira (19), o 17º Festival Internacional de Coros (FESTCOROS), considerado o maior evento da música coral no Brasil.

Realizado anualmente no mês de setembro em Juiz de Fora, o FESTCOROS reúne corais internacionais da Itália, Portugal, Japão, Estados Unidos, Eslováquia, Lituânia, Egito, Chipre, Argentina e corais nacionais do Distrito Federal e dos demais Estados brasileiros.

As entradas para as apresentações são gratuitas e os concertos são abertos à participação de grupos corais de todos os gêneros, entre eles; corais religiosos, coros de empresas e de órgãos públicos. O concerto de abertura será às 20h, no Cine-Theatro Central, com a presença do Coro Municipal Juiz de Fora, Coral Angeli Coeli, Coral do Colégio Jesuítas, Meninas Cantoras do Colégio Santa Catarina, Coral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Coral Mater Verbi e o Coral Pró-Música.

O destaque é a participação do Coro Le Maestà (Itália) e o Coro del Terciário del Colégio Normal (Argentina). O evento vai até o dia 24 de setembro. Você pode conferir os locais e horários dos concertos no site – http://www.festcoros.com.br. Wellerson Cassimiro

7 de set. de 2011

Por nossa Pátria

Melodia forte e sempre crescente. Exalta a nação e clama por proteção para a pátria. Não estou falando do Hino Nacional Brasileiro. Estas são as principais características do hino “Oração pela Pátria” (no original Commonwealth) escrito, em 1887, para o canto congregacional, a quatro vozes, pelo inglês Josiah Booth.

A música deste hino é dividida em duas partes. A primeira, segue na tonalidade de Sol maior e de forma andante. De repente, ocorre uma modulação anunciando o início da segunda parte da obra, resultando em uma súbita mudança de clima. Os acordes parecem que explodem no ar. A tonalidade, agora, é Mi maior. O andamento, entretanto, continua o mesmo. Executada em órgão, a nota dó pressa, propositalmente, na pedaleira, ainda na primeira parte da peça, oferece um conceito de eternidade.

Conhecido por ser autoditada, Booth nasceu em Coventry, em 1852, e foi organista da Capela Wesleyan, em Banbury. Alguns anos depois, foi para a Royal Academy of Music, e tornou-se organista oficial da Park Chapel, em Londres, cargo que exerceu durante quarenta e um anos. Participou da edição dos hinários “Congregational Chant Hymnary”, em 1886, e “Congregational Hymnary”, em 1916. Dois anos após esta última edição de hinário, Booth se aposentou e faleceu 1930. Wellerson Cassimiro

Juiz de Fora

6 de set. de 2011

11 de setembro: A tipificação dos Santos e Profanos



Mais uma vez, o tão falado 11 de setembro volta a ser pauta nos diversos meios de comunicação. Do impresso à mídia digital. Só que dessa vez, com a desculpa de aniversário de 10 anos do atentado às torres gêmeas do World Trade Center (WTC). A grande mídia, elitizada, lança mão das reportagens - “novelísticas” - sustentadas sobre as lágrimas daqueles que perderam amigos ou parentes e, enraízadas nas memórias daqueles que sobreviveram ao suposto ataque terrorista. As mesmas incansáveis cenas dos aviões colidindo com os edifícios já povoam televisão, internet e jornais. Se o rádio tivesse o poder da imagem, ali também estariam as torres em chamas e pessoas chorando. A palavra de ordem é dramatizar para comover.

O que estas atuais reportagens, dignas de um Oscar de melhor drama, não mencionam é a série de informações descontradas, desmentidas e mentiras mal disfarçadas que até hoje envolvem o governo de George W. Bush, eleito de forma duvidosa sobre o candidato Al Gore, sem os votos dos 16 mil afro-americanos, do Condado de Durval; os acontecimentos pós-atentado ao edifício do World Trade Center e a guerra do Afeganistão e Iraque. Não questionam a forma pela qual pessoas de origem sauditas foram presas sem qualquer acusação. Bastasse ter semelhanças físicas árabes e já ganhava-se um passaporte para a prisão. Pareceu-me mais como um caça às bruxas, como na peça teatral “As Bruxas de Salém”, de Arthur Miller, escrita em 1953, contrapondo ao macartismo, período no qual o governo norte-americano passou a perseguir pessoas acusadas de comunistas, protagonizadas pelo senador Joseph McCarthy.

O que se percebeu, em 2001 e nos meses seguintes, foram imagens de luzes esverdeadas caindo sobre Bagdá. Jornalistas foram censurados, impedidos de acessos e confundidos. E, dez anos depois, ainda não se sabe o número exato de vítimas. Outro fato, talvez, esquecido pela imprensa e, no mínimo curioso, é a suposta morte de Osama Bin Laden, o qual teve seu corpo sepultado no mar segundo tradições religiosas. Atitude suspeita, não!?

Caçado desde o dia seguinte ao atentado, Bin Laden seria como um troféu para os norte-americanos. Sabe-se que os Estados Unidos nunca respeitaram a religiosidade do povo muçulmano. Na ignorante guerra de retaliação, soldados norte-americanos destruiram mesquitas sob a alegação de que, estes templos estariam servindo de abrigo para terroristas. Informação jamais confirmada. E, como em um passe de mágica, o comando militar dos EUA passa a compreender os rituais desta religião. Daí por diante, as contradições explodem no ar, como fogos de artifícios na noite de 4 de julho.

Em 19 de abril de 2002, aviões norte-americanos bombardearam tropas canadenses. Quatro soldados morreram e oito ficaram feridos. Os canadenses estavam fazendo exercícios militares em solo quando foram atacados, confundidos com talibãs. Um mês depois, o mesmo exército anunciou que um bombardeio realizado no dia 18 de maio havia matado dez terroristas islâmicos. No entanto, segundo informações de uma agência de notícias afegã, o ataque aconteceu sobre um grupo que participava de uma festa de casamento. Obviamente, informação desmentida pelo governo de Bush.

Em 2 de julho, os soldados do Tio Sam protagonizaram outro equívoco. Aviões e helicópteros bombardearam outra festa de casamento. Desta vez, na vila de Kakarak, trezentos quilômetros a sudoeste de Cabul. Testemunhas disseram que pelo menos 120 pessoas morreram, a maioria mulheres e crianças. E, mais uma vez, as informações foram negadas pelo alto comando do exército americano.

Creio que o mais surpreendente de toda esta história, transformada em novela, é o fato de que o comando militar dos Estados Unidos, com medo de pisar em solo afegão, ofereceu incentivos às forças militares locais para quem tomasse a dianteira e se empenhasse na tarefa de caçar Bin Laden nas cavernas das montanhas do Afeganistão. Os incentivos eram dinheiro, armas e roupas de inverno para que os afegãos lutassem em seu lugar. Que decepção, hein!? E, olha que o cinema norte-americano sempre exalta seu exército “beatificando” seus bravos soldados, destemidos, capazes de combater qualquer tipo de inimigo. Desde terroristas em trens e aviões até alienígenas, além de salvar o Planeta Terra, como se fosse um favor, do impacto com imensos asteróides.

Se no próximo domingo, 11 de setembro, vamos acender velas e fazer um minuto de silêncio, ou até dois, em memória dos mortos nas torres gêmeas, creio que devemos lembrar também dos civis afegãos mortos na guerra de retaliação. Mulheres, crianças e pais de famílias mortos em nome de uma ideologia de olho-por-olho e dente-por-dente. O que difere as pessoas mortas no atentado, das pessoas mortas em solo afegão? Ah... sim, claro. As vítimas do WTC não tinham em suas testas o rotúlo pejorativo, de origem ocidental e capitalista de: terroristas. As demais diferenças que pesaram na decisão de iniciar uma resposta militar foram, meramente, étnicos-religiosos. Nesta disputa pelo poder econômico mundial basta saber enxergar os santos e os profanos. Ah... já ia me esquecendo. Uma pesquisa revelou que o Afeganistão pode ter um campo com reservas de 1,8 bilhão de barris de petróleo no norte do país. Assim, qualquer relação do governo norte-americano e o petróleo saudita... é mera e a mais simples coincidência. Já até escrevi minha carta para o papai Noel.
Wellerson Cassimiro