31 de dez. de 2011

Um hino para o réveillon

Escrita pelo músico norte-americano, Henry Tucker, a música “Joy-Bells”, Ano Novo, apresenta uma estrutura melódica que, verdadeiramente, remete a uma explosão dos fogos de artifício após a contagem regressiva, anuncinando a chegada do novo ano. Composto para o canto congregacional, em meados do século XIX, sob o andamento allegro, a obra esta dividida em três estrofes e um refrão. Ideal para a sua execução nas celebrações de fim de ano, nas igrejas protestantes, o hino revela o seu clima festivo logo nos primeiros compassos, com acidentes, que se repetem duas vezes, antes de iniciar o coro.

E, o destaque vai para a linha melódica do refrão, no qual colcheias pontuadas, semicolcheias, seminimas e suas respectivas pausas se intercalam ligeiramente representando, desse modo, o estourar sequenciado dos fogos de artifício. Tucker fez parte do coro, no naipe dos baixos, da Capela de São João, em Varick Street (EUA), em 1861, e entre os anos de 1850 a 1882, escreveu cerca de 121 canções e uma cantata; a peça “José no Egito”, em 1870. Henry Tucker morreu em 1882, no Brooklyn (EUA). Wellerson Cassimiro

25 de dez. de 2011

Uma diversidade musical na cantata de Natal

Com músicas do compositor e maestro ucraniano Mykola Leontovich, a Cantata de Natal “Vinde... Adoremos”, do Grupo Renascença, traz à tona canções inglesas do século XVIII. E, apesar de usar alguns compassos de melodias tradicionais natalinas, a interpretação deste musical é um tanto complexa, devido às pausas breves, acidentes e, principalmente, à modulação constante.

Outra característica é a súbita alternância dos andamentos. A abertura composta para um duo de piano e órgão segue a forma clássica de composição, remetendo a uma sonata. Inicia-se com o movimento em allegro, passa por um adágio, evolui para um allegretto e termina em uma explosão de acentuados acordes anunciando, desse modo, a parte vocal. E o maior destaque é a linha melódica do naipe dos Baixos, que semelhante à técnica do claro e escuro, principal característica das músicas barrocas, emergem a todo instante nas canções. Wellerson Cassimiro

21 de dez. de 2011

Adeste Fideles - Uma origem oculta

Figurinha repetida e interpretada nas mais diversas formas, a música de “Adeste Fideles” marca presença nas celebrações natalinas de todos os anos. Sua melodia consagrada fundiu-se à esta data, em que milhões de cristãos lembram do nascimento de Jesus Cristo. Também conhecido como “Oh Vinde Fiéis” (ou “O Come All Ye Faithfull”), esta canção tem sido cantada em português desde 1881, quando o Rev. James Theodore Houston traduziu o seu texto. A identificação do verdadeiro autor e compositor ainda permeia em um mistério. O texto original é latino e já foi atribuído a São Boaventura, um possível autor francês do século XVII. Contudo, outra vertente afirma que o texto em si tem um início incerto, e pode ter sido escrito no século XIII pelo franciscano, teólogo e filósofo, John of Reading; apesar de ter sido atribuído ao hinista inglês John Francis Wade a autoria deste poema. A origem de sua música também permanece oculta. Em 1785, o Duque de Leeds ouviu a melodia na capela da Embaixada de Portugal e passou a divulgá-la como composição portuguesa.

E, com todo este mistério e conflitos de informações, Adeste Fideles fica ainda mais atrativa e, já ganhou inúmeros intérpretes. Surgem os nomes de Il Divo, Enya, os três tenores Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras; a ex-vocalista da Banda Nightwish, Tarja Turunen; os cantores líricos brasileiros Rinaldo e Líriel; o italiano, Andrea Bocelli, Celine Dion e Natalie Cole. Não obstante, assim como as orquestras, as formações corais também são infinitas. Destacam-se o Coral São João Batista, o Coral Maranata (IEAD), o Coral Francisco Gomes da Rocha, sob a regência de Márcio Miranda Pontes; e o Coral Banrisul, dirigida pelo maestro Gil de Roca Sales. E, em especial, nas igrejas protestantes brasileiras esta melodia tornou-se um dos hinos preferidos no culto de Natal. Wellerson Cassimiro

Sombras Noturnas - Juiz de Fora

Confira o video com fotos noturnas de Juiz de Fora, Minas Gerais.


Link - http://www.youtube.com/watch?v=St6MyR004Ak

9 de dez. de 2011

Pró-Música lança CD da Orquestra Barroca

O 12º álbum do grupo do 22º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga traz obras inéditas no Brasil

Diário Regional (www.diarioregionaljf.com.br): O Centro Cultural Pró-Música realiza hoje (09), às 20h, na Capela Santo Inácio do Colégio Jesuítas, o lançamento do CD da Orquestra Barroca do 22º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga que aconteceu em julho, em Juiz de Fora. O 12º álbum do grupo, formado por músicos de várias partes do mundo e dirigido por Luís Otávio Santos, registra composições ainda inéditas no Brasil. Mais uma vez, a Orquestra contempla a obra de Jean-Phillipe Rameau (1683-1764), maior expoente da música barroca francesa com “suítes” da ópera “Hypollite et Aricie” e do ballet “Pygmalion”. A música de Rameau é considerada única e especial, com grandes influências da dança da Corte de Versailles. Sua execução só é realmente possível com a utilização dos instrumentos de época e das técnicas de execução barrocas. É um valioso tesouro artístico que vem à tona através da interpretação da Orquestra Barroca.

8 de dez. de 2011

Clipping - Jornal Diário Regional

O Jornal Diário Regional, do Sistema Regional de Comunicação (SIRCOM), publicou nesta quinta-feira (08), a foto dos jornalistas Wellerson Cassimiro e Angelo Savastano, que escreveram um livro sobre a história do rádio juiz-forano e, em especial, sobre o radialista Paulo Emerich, como Trabalho de Conclusão de Curso. A fotografia foi publicada na Coluna de Eduardo Gomes. O livro "Paulo Emerich - A trajetória de um vencedor" faz um breve giro pelo do universo radiofônico mundial, nacional, estadual e local. Em quase quatro meses intensos de pesquisas, revirando bibliotecas e acervos, além de visitas constantes ao radialista aposentado, os jornalistas revelam o depoimento emocionado de Paulo Emerich, repleto de participações ímpares na história do rádio no Brasil. Emerich relata, ainda, a sua presença em um dos momentos mais marcantes do país, quando o general Mourão deflagrou a Revolução de 1964. Também recorda o furo de reportagem quando noticiou, em primeira mão, a morte do presidente John F. Kennedy, em Dallas, Estados Unidos da América.

7 de dez. de 2011

Capitalismo Burana

A Imperatriz do Mundo sob as notas de Carl Orff

O capitalismo possui e esconde a sua dupla face. Escritos por monges e eruditos errantes, a Cantata Carmina Burana é uma coleção de 200 poemas encontrados em um pergaminho, no ano de 1803, na biblioteca de um antigo mosteiro, na Baviera Superior. Estes textos já revelavam o cruel sistema sócio-econômico mundial adotado pelos países ocidentais, simbolizado por um elemento da antiguidade: a Roda da Fortuna.

Considerada uma das obras-mestres do século XX, Carmina Burana descreve o capitalismo ora como algo sacro e, ora como monstro usurpador. Ele dá e tira. Emerge na forma de uma roda volúvel que, está em eterno movimento. Relata as bênçãos e as maldições provindas da Fortuna; a imperatriz do mundo. Em seus primeiros versos, os monges escrevem: “Ó Fortuna és como a Lua mutável, sempre aumentas e diminuis; a detestável vida, ora escurece e ora clareia por brincadeira a mente; miséria, poder, ela os funde como gelo”. Ainda que em tempos remotos, estes eruditos pareciam revelar a futura estrutura econômica das sociedades do terceiro milênio.

Nestes atuais grupos sociais, o dinheiro é líquido e instável. Ora se ganha. Ora se perde. Por vezes, parece abstrato e invisível. Ao mesmo tempo, que equilibra, se torna irregular. Aqueles que, hoje, exaltam sua felicidade sobre seus capitais, amanhã podem chorar ao ver sua virtude econômica esmorecer, atingida por uma forte mudança no mercado financeiro. O capitalismo se mostra como um grande carrasco, escravizando até mesmo os mais fortes.

Nos momentos de bem-aventuranças, a prosperidade reina absoluta. Sorte e virtudes estão sobre a sociedade que, se senta no trono da Fortuna. E, muitos investimentos são feitos, negócios empresariais são fechados e contratos são assinados. O consumo exacerbado é inevitável. Compram-se grandes casas, os carros populares dão lugar aos luxuosos automóveis e, se testemunha uma corrida veloz aos templos do consumo - os shoppings centers.

Adquire-se um pouco de tudo. Até mesmo, algo que será de irrelevância utilidade. Os produtos importados multiplicam-se nas prateleiras exterminando os produtos nacionais e, as viagens ao exterior tornam-se rotineiras. Contudo, a roda da Fortuna está em movimento. E gira, impiedosamente. Despreparada, a sociedade desce desolada, chorando as chagas deixadas pela Fortuna.

Os empréstimos e as dívidas se alastram no meio do empresariado. A fantasia dos longos prazos e crediários ilude os mais fracos. Em casos extremos, as pesadas portas das empresas são fechadas. Outrora, o trabalho é açoitado, restando ao homem um último sopro de vida do seu seguro desemprego. O consumo excessivo sai de cena e a palavra de ordem é economizar, preocupando-se em comprar somente o básico. Os números registrados pelas modernas máquinas do caixa parecem saltar aos olhos do mais simples ser humano. E, assim, a cruel roda do capitalismo, da Fortuna, da Imperatriz do mundo; continua girando, sem interromper o seu movimento, o seu ciclo vicioso e extasiante, proporcionando sorte e azar. Wellerson Cassimiro

6 de dez. de 2011

O Canto Coral

Enfim, outro dezembro. As festas e confraternizações de empresas e turmas de faculdades surgem de todos os lados. A reunião para a incansável festinha do "Amigo - Oculto" é inevitável. Não obstante, as lojas de departamento investem pesado na decoração. Sinos, pinheiros, bonecos gigantes de Papai Noel e música natalina povoam o ambiente, com o intuito de atrair consumidores e clientes em potenciais. Entretanto, outra forte característica dessa época e, que já consagrou-se como uma tradição, são as cantatas de Natal protagonizadas por inúmeras formações corais. Quartetos, quintetos e grandes corais cantam em igrejas, praças, shopping e centros financeiros levando ao público uma mensagem cantada sobre o Natal. É claro que, no repertório, não podem faltar aquelas canções preferidas, como “Noite Feliz”, “Panis Angelicus”, “Oh Holy Night”, “Adeste Fidelis”, “Surgem Anjos Proclamando” e a música “Então é Natal”.

A origem do canto coral

Segundo os registros da Universidade de São Paulo (USP), o canto coral é o mais antigo entre os gêneros musicais e a sua prática está ligada aos cultos religiosos e às danças sagradas no Egito Antigo e na Mesopotânia. A bem da verdade, o termo Choros nasceu na Grécia antiga e diz respeito aos grupos de cantores e dançarinos que uniam suas vozes para formarem melodias distintas entre si. Contudo, essa terminologia ultrapassou os limites religiosos e, rapidamente, foi inserido nos eventos mais populares. De acordo com os documentos da USP, o Cristianismo, por sua vez, utilizou-se desse estilo musical com a intenção de transmitir mensagens litúrgicas e atrair mais fiéis para a igreja em expansão, depois que o imperador romano Constantino I permitiu a liberdade de culto, ainda, no ano 313. Desse modo, dentro dos templos cristãos surgiram verdadeiras escolas de canto coral. A primeira delas foi fundada pelo papa Silvestre I, no século IV.

Atualmente, existem diversas formações corais, como coros independentes, corais étnicos, coros de gêneros, corais profissionais oficiais, corais universitários, coros de igreja, corais de empresas, corais etários, e o coral Meninos Cantores. Este último está ligado a Igreja Católica Romana e, praticamente, extinto. É formado por meninos e homens. Os meninos cantam a melodia do soprano e contralto, que são vozes mais agudas, destinadas às mulheres. Já os homens executam a música destinada aos tenores e baixos, que representam a parte grave da obra.

Um coral ou coro é formado por um grupo de cantores, chamados de coralistas, termo derivado da palavra coral, ou coristas, terminologia derivada da palavra coro. Estes cantores são divididos em naipes (conjunto) segundo a tessitura de suas pregas vocais; ou seja, um conjunto de notas que um cantor consegue articular sem esforço. As vozes são divididas do mais grave para o mais agudo. As vozes masculinas são classificadas em Baixo, Barítono, Tenor, Contratenor e Sopranista. Já as vozes femininas estão divididas em Contralto, Mezzo-soprano e Soprano. No entanto, amiúde, para o canto coral utiliza-se apenas quatro naipes de vozes, formados por Baixo, Tenor, Contralto e Soprano. Porém, em algumas formações, podemos encontrar uma subdivisão no naipe do Soprano, resultando em 1º Soprano e 2º Soprano.

Disciplina e disciplina

E, enganam-se aqueles que pensam que a vida de coralista é fácil. Que é só chegar na frente do público e, simplesmente, cantar. Pelo contrário, o coral significa acima de tudo disciplina. Tanto os coristas quanto cantores de bandas, conjuntos e ministérios de louvor de igrejas precisam adotar uma rotina quase que militar. Além de um vasto estudo de teoria musical, segundo a professora de canto lírico, Cintia Scola, é recomendável que os cantores façam exercícios vocais regularmente em casa e sempre antes de cantar, seja em um ensaio, Karaokê, show ou em uma rodinha de amigos. Para a professora sair de casa com a voz aquecida faz toda a diferença. Ela ressalta, ainda, que alguns cuidados são necessários como, evitar líquidos extremamente gelados e exposição ao ar condicionado. Outra dica é consumir alimentos fibrosos, como a maçã que age limpando boca e faringe. Wellerson Cassimiro

Juiz de Fora - Rio Paraibuna