27 de mai. de 2011

A peça intimista de Chopin

Apesar de não caracterizar como uma obra sacra, o Prelúdio Op.28 nº7, do compositor romântico Frédéric Chopin, é facilmente adaptada para introduzir os momentos litúrgicos. Sua estrutura melódica intimista proporciona alguns instantes de reflexão em silêncio. Creio que, o diferencial da peça são algumas notas acidentais, tecnicamente, posicionadas ao longo dos compassos. Aliás, Chopin é conhecido por possuir uma técnica refinada e por sua exímia elaboração harmônica que, atualmente, vêm sendo comparada com as de outros gênios da música.

Fryderyk Franciszek Chopin ou Szopen (nome em polaco, em francês Frédéric François Chopin nasceu na aldeia de Zelazowa Wola, Ducado de Varsóvia. Era filho de mãe polonesa e pai francês-expatriado. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história. Wellerson Cassimiro

Juiz de Fora - Praça Antônio Carlos

24 de mai. de 2011

Aristide Cavaillé-Coll


Órgão Cavaillé-Coll instalado no coro da Catedral Metropolitana de Belém, sede da Arquidiocese, no bairro da Cidade Velha.

Inovador. Essa é a palavra que melhor define o francês construtor de órgãos, Aristide Cavaillé-Coll, que introduziu vários melhoramentos na técnica de construir, deixando de ser um mero construtor de órgãos. Nascido na cidade de Montpellier, aos 04 de janeiro de 1811, Cavaillé-Coll tornou-se o maior organeiro do século XIX, que o comparo ao virtuose organista barroco Johann Sebastian Bach. Pertencente a uma família de músicos, Bach também foi um exímio construtor de órgãos. No entanto, se consagrou como um dos maiores compositores do período barroco e considerado o pai da música, apesar de registros de grandes compositores antes dele.

Aristide Cavaillé-Coll foi o responsável por desenvolver um modelo para a produção em série, e foi também um cientista, no sentido literal do seu significado. Publicou inúmeros artigos científicos sobre seus experimentos e pesquisas, aplicados ao universo musical. Criou, ainda, o chamado “órgão sinfônico”, que teve o seu auge no primeiro terço do século XX. Este tipo de instrumento põe em evidência a índole orquestral de que se munem os grandes órgãos. O compositor, pianista e organista francês, Camille Saint-Saëns, compôs uma popular sinfonia para órgão, que é um bom exemplo de como o som de um grande órgão pode ser combinado com o de uma orquestra sinfônica. Assim, no início do século XX, esses órgãos propagaram-se em regiões seculares dos Estados Unidos e Inglaterra, construidos para substituirem orquestras sinfônicas.

Em meados da década de 1970, foi fundada a Associação Cavaillé-Coll, com o intuito de preservar a herança organística do francês. A associação mantém uma lista detalhada de todos os órgãos existentes no mundo construido por Aristide Cavaillé-Coll. E, segundo esses registros, no Brasil existem doze órgãos Cavaillé-Coll, sendo cinco no Rio de Janeiro, quatro no Estado de São Paulo, nas cidade de Lorena, Campinas, Itú e Jundiaí; um órgão na Bahia, um em Belém do Pará, e um em Minas Gerais, no município de Monte Carmelo.

Segundo o Instituto de Arte Organística, o órgão Cavaillé-Coll da cidade de Lorena possui I Manual: Montre 8’, Prestant 4’, Flute Harmonique 8’, Bourdon 8’ II Manual: Trumpet 8’, Viole di Gambe 8’, Flute 4’, Vox Celesti 8’ Na década de 60 após sofrer uma reforma teve sua disposição alterada para: I Manual: Monstre 8’, Prestant 4’, Flute Harmonique 8’, Bourdon 8’ II Manhal: Bourdoun 8’, Viole di Gambe 8’, Flute 4’, Vox Celesti 8’. Pedal: Bourdon 16’. Wellerson Cassimiro

Juiz de Fora - Pantaleone Arcuri



Prédio da antiga sede da Construtora Pantaleone Arcuri. Rua Espírito Santo. Centro

22 de mai. de 2011

Jesus, Alegria dos Homens - J.S. Bach

Entre os prelúdios e os casamentos

Composta pelo virtuose organista do período barroco, Johann Sebastian Bach, a “Cantata BWV 147” (Herz und Mund und Tat und Leben) é - popularmente - conhecida pela sua parte coral “Jesus Alegria dos Homens” (Jesus bleibet meine Freude). A peça foi escrita na cidade de Leipzig, Alemanha, em 1716. E, embora seja a 32ª cantata composta por Bach, das que sobreviveram, foi-lhe dado o nº BWV 147 no catálogo completo de suas obras. Durante o tempo que ficou em Leipzig, o virtuose organista escreveu um total de 200 cantatas, para atender à demanda das igrejas da cidade.

Sob o andamento lento (larghetto), as notas devem ser executadas sempre ligadas (legato). E, obviamente, o pedal sincopado não pode faltar. Ao longo da obra, surgem quiálteras (alteração da subdivisão de um tempo) e algumas notas acidentais, que dão à peça um clímax sacro, ao meu ver. Atualmente, os arranjos de “Jesus Alegria dos Homens” são largamente usados em casamentos e como prelúdios nos serviços litúrgicos. Particularmente, gosto de utilizar esses arranjos como prelúdio dos cultos vespertinos. Wellerson Cassimiro

16 de mai. de 2011

Te Deum Laudamus

Texto atribuído ao bispo de Remesiana, século IV, o hino “Glorificação à Trindade” (Te Deum Laudamus) é dividido em três partes: louvor, declaração e oração. Sua música foi composta pelo inglês William Jackson (1730-1803). Além de possuir uma métrica irregular e estrutura melódica bastante diversificada, o hino é complexo tanto para quem canta, quanto para quem toca, o que torna o canto congregacional um tanto que delicado. A melodia passeia por graves e agudos em pequenos intervalos. Acidentes e modulações são constantes. É estruturado para as quatro vozes (baixo, tenor, contralto e soprano). Contudo, em alguns compassos surgem uma quinta nota para o canto do contratenor. O cuidado maior é referentes às fermatas, que podem implicar no andamento correto da obra.

Ainda na infância, William Jackson revelou forte predileção pela área musical. Recebeu as primeiras aulas do organista da Catedral de Exeter, Reino Unido, com quem permaneceu cerca de dois anos. Em 1748, William foi para Londres, onde estudou com o organista da King's Capela, John Travers. Ao retornar para Exeter, ele se estabeleceu como professor e compositor.

Em 1755, o músico inglês publicou seu primeiro trabalho como compositor, cerca de 12 canções, que não tiveram êxito. Já sua terceira obra, um conjunto de cânticos para três vozes, precedido de uma invocação, com um acompanhamento, o colocou entre os primeiros compositores de seu tempo. William compôs uma série conjuntos de doze canções, alguns escassos e outros esquecidos. Em 1777, foi nomeado mestre do coro da catedral. E, entre suas obras estão uma Ode a Fantasia, hinos para o serviço litúrgico, canzonetas para duas vozes e sonatas para o cravo. O hino “Glorificação à Trindade” faz parte do hinário “Novo Cântico” (HNC - Nº20), da Igreja Presbiteriana do Brasil. Wellerson Cassimiro

7 de mai. de 2011

Giovanni Battista Pergolesi

Outro grande nome do Barroco

Uma das melhores obras corais sacras. São com estas palavras que descrevo a peça “Dixit Dominus”, do compositor barroco Giovanni Battista Pergolesi, gravado entre 2009 e 2010, pelo maestro italiano Claudio Abbado, junto com a Orquestra Mozart e o Coro Della Radiotelevisione Svizzera. Este CD chama a atençao pela qualidade vocal e instrumental, além de revelar todo o talento do compositor, violinista e organista italiano Pergolesi, que compôs inúmeras obras vocais e óperas bufas.

E, influenciado pelos compositores, também do período Barroco, Johann Sebastian Bach e Georg Friedrich Handel, o organista ainda escreveu música sacra e deixou uma das mais importantes versões do “Stabat Mater” (1736), outra famosa obra vocal. Vários compositores escreveram arranjos no texto da sequência ordinária desta obra. Entretanto, a versão de Pergolesi é a mais usada de todas.

O maestro Claudio Abbado vem se dedicando às obras sacras, há algum tempo, o que tem despertado o interesse de algumas orquestras e músicos eruditos. Recentemente, o blog “PQP Bach” realizou a postagem da obra “Stabat Mater”, interpretada pela soprano russa Anna Netrebko. Segundo dados do blog, já são mais de 350 downloads em uma semana. Vale a pena conferir ambas as obras.

Pergolesi publicou um catálago de suas óperas e a maior parte de seu trabalho estreou em Nápoles, com exceção da peça “L'Olimpiade”, que teve sua estreia em Roma. Os trabalhos restantes foram os mais publicados no século XVIII, e muitos foram usados por outros compositores, que fizeram arranjos sobre temas dele. Até Johann Sebastian Bach usou a base do seu Salmo , Tilge, Höchster, meine Sünden, BWV 1083. Outros gêneros de composições de Pergolesi incluem sonatas e concertos para violinos. Wellerson Cassimiro.

6 de mai. de 2011

Segundo dia de palestras da XIV Conferência Brasileira de Folkcomunicação

Um animado bate-papo sobre comunicação popular

Desenvolvimento sustentável, redes sociais e cordel como veículo de comunicação foram alguns dos temas abordados na mesa de debates do segundo dia da 14ª Conferência Brasileira de Folkcomunicação, em uma realização conjunta entre a Faculdade de Comunicação Social e Pós-graduação da Universidade Federeal de Juiz de Fora (UFJF) e Faculdade Estácio de Sá; uma promoção da Rede de Estudos e Pesquisa em Folkcomunicação (Rede Folkcom) e da Cátedra Unesco de Comunicação. A palestra aconteceu na noite de ontem (05), no auditório da academia Higeia, na Faculdade Estácio de Sá.

Sob o tema “A relevância dos estudos de folkcomunicação para o Século XXI: perspectivas contemporâneas para os estudos de folkcomunicação”, a discussão transcorreu em um clima irreverente, porém, acadêmico. A mesa foi composta pelo professor e jornalista Osvaldo Trigueiro, da Universidade Federal da Paraíba e vice-presidente da Rede Folkcom; o doutor em Teoria e História da Educação pela Universidad de Salamanca (Espanha), em 2004, o professor Marcelo Sabbatini, da Universidade Federal de Pernambuco; a professora do Programa de Mestrado em Extensão Rural para o Desenvolvimento Local da Universidade Federal Rural de Pernambuco e presidente da Rede Folkcom, Betânia Maciel; e a professora e coordenadora do curso de Comunicação Social (Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Radialismo) da Universidade de Mogi das Cruzes, São Paulo, a jornalista Cristina Schmidt. Como mediadora, estava a coordenadora do Curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora, a jornalista Jakeline Souza.

O evento encerra no próximo sábado (07), às 10h30, após a Assembleia da Rede Folkcom para a eleição da diretoria, para a gestão 2011-2013, e a mostra de fotografia, que vai ficar exposta no hall do auditório da Faculdade Estácio de Sá.

Juiz de Fora - Praça do bairro de Santa Tereza

5 de mai. de 2011

O Rádio no Brasil

Um breve raio-x da atividade radiofônica

Recurso tecnológico das telecomunicações, o rádio é largamente utilizado para propiciar uma comunicação rápida por intermédio da transcepção de informações previamente codificadas em sinal eletromagnético que se propaga através do espaço. Em tempos atuais, no auge da era digital, a tendência do rádio é a segmentação. Com a enorme quantidade de canais abertos, às vezes para as mesmas localidades, o rádio se especializa: radiojornalismo, esporte, música.

O público, diante das inúmeras opções, executa com facilidade a dialização, que é o movimento contínuo de troca de frequência no rádio. O público escolhe ouvir aquilo que é de seu interesse. Desse modo, o rádio acompanha a tendência dos demais meios de comunicação e busca atender às necessidades de sua audiência procurando corresponder às suas expectativas. Mas, ao mesmo tempo, atende uma necessidade primária, a da subsistência: segmentar para sobreviver. Companheiro de qualquer cidadão, o rádio é o veículo com um maior dinamismo e rapidez.

Segundo o radialista Antônio Figueiredo, o rádio é o único veículo que dá agora a notícia que será publicada no impresso no dia seguinte e que será veiculada na televisão no final do dia. A instantaneidade é a principal ferramenta do rádio. Até a década de 1960, o rádio foi o meio de comunicação de maior prestígio, já que nesta época, era ele o principal meio de informação da população.

Atualmente, o rádio caminha para um novo tempo. As rádios comunitárias já são uma realidade e alargaram o sentido de democratização do veículo, à medida que atendem uma parcela da população que se sentia excluída tanto da possibilidade de obter uma concessão para canal, quanto de ouvir as notícias que realmente lhe interessavam. Por outro lado, as emissoras expandem-se e investem na segmentação para atender às novas necessidades dos ouvintes.

Em termos de tecnologia, o rádio digital é a maior novidade. É um verdadeiro salto de qualidade na transmissão da captação do som, a exemplo do que acontece também com a imagem. Mas, ao contrário do que muitas pessoas pensam, essa nova face do rádio não vem para aumentar o faturamento ou a audiência. Mas, enquanto tendência tecnológica, não há como recuar ou ficar para trás. O rádio tem futuro e vai longe. No entanto, depende de um olhar mais sério dos empresários do setor, de um zelo maior de seus produtores. Wellerson Cassimiro

4 de mai. de 2011

A Aquarela de Ary Barroso do Brasil

XIV CONFERENCIA BRASILEIRA DE FOLKCOMUNICAÇÃO

“Brasil! Meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro, vou cantar-te nos meus versos.” Produzido pelo jornalista Angelo Savastano, o video "A Aquarela de Ary Barroso do Brasil" foi selecionado para a mostra de audiovisual da XIV Conferência Brasileira de Folkcomunicação, que começa hoje (04) e se estende até o dia 07 de maio. A mostra está programada para sexta-feira (06), às 10h, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O evento é uma realização conjunta entre a Faculdade de Comunicação Social e Pós-graduação da UFJF e Faculdade Estácio de Sá; uma promoção da Rede de Estudos e Pesquisa em Folkcomunicação (Rede Folkcom) e da Cátedra Unesco de Comunicação.

Através de raras fotografias, o video conta a história de um dos maiores compositores brasileiros. Nascido na cidade de Ubá, em 07 de novembro de 1903, Ary Evangelista Barroso foi compositor, radialista e locutor esportivo. Compôs a música Aquarela do Brasil, em 1939, considera uma da mais populares canções brasileiras de todos os tempos. A abertura da programação será hoje à noite, às 19h, no auditório da academia Higeia, na Faculdade Estácio de Sá, com a presença do renomado jornalista José Marques de Melo. Wellerson Cassimiro

3 de mai. de 2011

As abstrações pós-modernistas descritas por Bauman

A profanação do Jornalismo

Caminhamos a passos largos para uma sociedade cada vez mais teatral e valores éticos banalizados. As redes sociais, epidemias nos países ocidentais, fomentam a autoespetacularização e os holofotes de um narcisismo, que cada um carrega consigo. Com o advento da internet e o seu elevado número de acessos surgiram tecnologias que há dez anos eram algo tão abstrato. Entretanto, a mesma mão que balança o berço e faz ninar uma criança é autora de tapas e severas correções.

A internet acelerou o fenômeno alertado pelo sociólogo Zygmunt Bauman. Viemos em uma sociedade extremamente líquida e sem formato estático. Ética e valores morais mudam rapidamente e se confundem. A garota do vestido curto que assistia às aulas em uma faculdade, hoje exibe seu corpo em revistas, coroada como celebridade pela mídia e, em especial, pelo Jornalismo que, infelizmente, se entregou aos prazeres profanos do sensacionalismo fútil e niilista: resultado da pós-modernidade, o auge da indústria do espetáculo. Uma triste realidade para desepero e frustação daqueles que defenderam, com sangue, as suas máquinas de escrever diante da ditadura e seus monstros censores. O Jornalismo, que insisto em escrever com letra maiúscula, uniu-se com os chamados reality shows, que ao contrário do que pensam, só alienam ainda mais nossa sociedade.

Acredito que devido a instabilidade social faz com que os reality shows se propaguem pois, as pessoas querem ser vistas. A velha tática de amarrar uma melância no pescoço já não curte efeito algum. Para aparecer é preciso, literalmente, tirar a roupa diante das câmeras de televisão. Recentemente, li em um artigo que, uma jovem norte-americana instalou diversas câmeras de tevê dentro de sua casa e os internautas podem acompanhar sua rotina. Ela abriu mão de sua privacidade para aparecer na mídia.

Estamos diante das perdas de valores e autoespetacularização que, obviamente, em geram audiências. Ser visto é o lema da atualidade. Afinal, já diz a máxima que “quem não é visto, não é lembrado”, correto? Contudo, até que ponto ser visto é um benefício para o indivíduo? O que se observar é uma escravidão digital que surgiu com as redes sociais e toda essa convergência de mídias. O indivíduo cria blog, facebook, orkut, twitter, posta videos no Youtube e fotos no fotolog. Ele necessita ser visto. Desse modo, a sociedade fica refém do meio virtual, que veloz não oferece meios para uma reflexão de seus atos.

O que me preocupa é que o tradicional e, talvez, conservador Jornalismo se envereda por tais caminhos. Não levanto a bandeira de um retorno às redações cheias, com os barulhos das Olivettis. Todavia, precisamos definir melhor os limites da líquidez dos reality shows e as fronteiras Jornalísticos.

O abstrato de Bauman mexeu com o eixo da terra e hoje o que se vê é um Jornalismo de entreterimento. Os jornalistas, no passado, somente informavam os fatos. Atualmente, alguns, dramatizam as informações. Bancadas de telejoranis transformaram em estúdios de novelas ou palco de um luxuoso teatro. Posso estar sendo radical demais diante do novo cenário digital e especulativo da fama. No entanto, ao encerrar um telejoranl podemos dizer a célebre frase protagonista da cerimônia hollywoodiana: “ e o prêmio de melhor ator-jornalista vai para...”
Wellerson Cassimiro.

Juiz de Fora - Museu do Crédito Real


Museu do Banco de Crédito Real, centro.