31 de out. de 2011

Marselhesa da Reforma de Lutero

Mais do que o Dia do Halloween, elemento cultural dos países anglo-saxônicos, ou Dia do Saci Pererê, personagem do folcore brasileiro, hoje comemora-se o Dia da Reforma Protestante, culminada no exato ano de 1517, no dia 31 de outubro. Fomentada pelo padre alemão e professor de teologia, Martinho Lutero, o movimento religioso abriu caminho para os questionamentos quanto à postura da igreja católica. Assim, poeta e músico, Lutero sempre esteve sensível à atividade musical da nova Igreja que surgiu. No início do século XVI, as músicas para o serviço litúrgico eram polifônicas: possuíam mais de uma melodia, cantadas e executadas ao mesmo tempo, resultando em uma vasta complexidade. Além desse fato, o acesso ao universo musical era restrito aos altos membros da igreja e da monarquia. Poucas pessoas cantavam e, muito menos, executavam algum instrumento. Martinho, portanto, achou que as pessoas deveriam cantar algo mais simples, de fácil acesso e melodias menos complexas instituindo, desse modo, o estilo canto coral. Também conhecido como canto congregacional, este estilo é constituído de uma melodia, harmonizada para quatro vozes (baixo, tenor, contralto e soprano).

Lutero compôs diversos hinos. Dentre eles, a famosa música “Castelo Forte é o nosso Deus” (Ein' feste Burg ist unser Gott), e considerado pelo poeta romântico Heinrich Heine, como a “Marselhesa da Reforma”. Alguns estudiosos afirmam que seria incabível uma celebração em comemoração à Reforma Protestante sem ao menos entoar esta melodia. Ao longo da história da música, alguns compositores eruditos deram um tratamento especial a esta melodia luterana. Destacam-se o virtuose organista barroco alemão, Johann Sebastian Bach, com a cantata BWV 80 (Ein' feste Burg ist unser Gott), e o pianista alemão, do período romântico, Felix Mendelsshon-Bartholdy, com a Sinfonia da Reforma. Wellerson Cassimiro

29 de out. de 2011

O poeta foi visto por um rio, por uma árvore, por uma estrada...



"O poeta foi visto por um rio,
por uma árvore,
por uma estrada..."

Mário Quintana

26 de out. de 2011

Do popular ao erudito

A origem popular das valsas e a sua consagração no universo erudito

Muito popular a partir do século XVIII, a Valsa é um gênero musical de origem alemã, escrito sob o compasso ternário, o qual apresenta uma repetição de estrutura melódica de oito em oito compassos. E, apesar de seu começo humilde e simplório, a valsa conquistou facilmente a elite europeia, e invadiu os salões mais nobres de concertos. Em alguns países do velho continente, este gênero uniu-se aos símbolos políticos nacionais e, hoje, representa uma nação como, por exemplo, a Áustria.

Composta pelo vienense Johann Strauss I, e muito executada nas comemorações de aniversário de 15 anos, a valsa “Danúbio Azul” é uma peça escrita para orquestra e teve sua estreia no dia 15 de fevereira de 1867. E sob o seu movimento “Allegro”, de imediato a música de Strauss criou uma identificação mais intensa com os austríacos, do que o próprio hino nacional do país. Originalmente, a peça foi batizada de “An der schönen blauen Donau” (No Belo Danúbio Azul). No Brasil, entretanto, esta dança de pares ficou, simplesmente, conhecida como “Danúbio Azul”.

Contudo, a lista de composições deste gênero não é pequena. Entre as mais famosas valsas estão a “Valsa das Flores”, do compositor russo Piotr Ilich Tchaikovsky; a “Valsa do Imperador”, também de Johann Strauss I e a “Valsa da Despedida” (My heart's In The Highland), do músico e poeta britânico Robert Burns. Também conhecido sob o nome de Rabbie Burns, o músico britâncio nasceu a 25 de janeiro de 1759, dois anos depois do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart. Burns escreveu poemas, que além da espontaneidade, uniam o romantismo e a comédia. Cerca de 559 poemas e canções configuram a obra de Robert Burns e, a sua “Valsa da Despedida” revela simplicidade e leveza melódica, a qual recebeu uma versão em português feita por Alberto Ribeiro e Braguinha.

Apesar da sua popularidade consolidada no auge do classicismo, somente a partir do início do período romântico, que a valsa adquiriu o seu grande impulso. Não obstante, no século XX, ela passou a integrar parte de obras completas, como em suites e óperas, ou como peças independentes. Vários compositores enveredaram-se no universo deste gênero. Destacam-se os pianistas Franz Schubert e Fréderic Chopin; o pop star da música erudita, Franz Liszt; o compositor alemão Johannes Brahms; os impressionistas Claude Debussy e Maurice Ravel; o compositor russo, Dmitri Shostakovich, e um dos compositores mais significantes da Era Romântica da música, o duque Carl Maria von Weber.
Wellerson Cassimiro

24 de out. de 2011

Incêndio de grandes proporções consome lojas no centro de Juiz de Fora

Jornal Estado de Minas: Três pessoas foram intoxicadas pela fumaça e tiveram de ser atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)



Um incêndio de grandes proporções consome lojas desde o fim da tarde no Centro de Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata Mineira. De acordo com o Corpo de Bombeiros, três pessoas foram atendidas com intoxicação por causa da fumaça. As primeiras informações eram de que o fogo havia atingido três lojas, mas foi confirmado que chamas já chegaram a pelo menos cinco estabelecimentos, fazendo com que o teto de um deles desabasse. No momento, os bombeiros lutam para evitar que a chama se espalhe por um prédio de oito andares, vizinho às lojas.

Segundo os Bombeiros, o incêndio começou em uma loja que vende material para festas infantis, localizada na Rua Floriano Peixoto. As chamas começaram por volta das 17h e se espalharam para uma loja de instrumentos musicais e outra de material de construção. A rua foi interditada entre as avenidas Rio Branco e Getúlio Vargas. A fumaça provocada pelo incêndio pode ser vista de vários pontos da cidade, que teve o fornecimento de energia elétrica interrompido para o trabalho dos Bombeiros.

20 de out. de 2011

Juiz de Fora


Avenida Barão do Rio Branco e Avenida Francisco Bernardino - Mergulhão

14 de out. de 2011

A música tema do romance de Romeu e Julieta

O romance trágico dos jovens Romeu e Julieta já inspirou cerca de 24 óperas e montagens. Uma das versões mais antigas, entitulada “Romeo und Julie”, data de 1776. Escrita pelo britânico William Shakespeare, a trama conta uma conflituosa história de amor, envolvendo um casal de jovens apaixonados. Porém, eles são proibidos de viverem este amor, devido à rivalidade de suas famílias: os Capuletos e os Montecchios.

As músicas que simbolizam este amor são inúmeras. Entretanto, acredito que a versão, popularmente, conhecida é a melodia do italiano Giovanni Rota Rinaldi (Nino Rota). Mais conhecido por suas composições para o cinema, Nino Rota nasceu em Milão, a 3 de Dezembro de 1911. Sua canção, tema do romance do jovem casal, começa em suaves arpejos, sob um andamento lento. A intenção da peça é transmitir uma certa tristeza e para isto, os dons menores que se estendem por toda a melodia dão conta do recado.

A obra segue um padrão comum de composição muito usada, especialmente, no classicismo (meados do Séc. XVIII). A melodia começa com a apresentação do tema e, desenvolve-se este tema. Depois, há uma fuga do tema, o que resulta no clímax da música e, antes de encerrar, retorna ao tema. A fuga do tema, no caso desta canção, ocorre em um estado festivo simbolizando, desse modo, o amor que Romeu e Julieta sentem um pelo outro. Contudo, ao retornar para o tema, o espírito surgerido é de angústia, pois o casal não experimenta, por completo, este amor. Wellerson Cassimiro

8 de out. de 2011

Rei Lear: loucura, poder e vingança

Salão nobre do palácio do rei Lear. Entram Kent, Gloucester e Edmundo. “Pensei que o rei preferisse o Duque de Albânia ao Duque de Cornualha”, diz Kent. Imediatamente, responde Gloucester. “Também sempre pensamos assim, nós todos; mas agora, na partilha do reino, é impossível saber qual dos dois ele mais estima. A divisão esta tão perfeita que aquele que escolher primeiro não terá maneira de escolher melhor”. Este é o diálogo inicial da tragédia teatral "Rei Lear", de William Shakespeare, considerada uma de suas obras-primas. Escrita no início do século XVII, a peça foi encenada pela primeira vez perante a corte inglesa no dia 26 de dezembro de 1606. Shakespeare é conhecido por seu caráter atemporal. Ele escreveu poemas para todas as épocas, pois, suas obras refletem a natureza humana. Na drama de “Rei Lear”, por exemplo, estão em destaque o poder, a vingança e traição, caraterísticas do ser humano bem presentes nos dias atuais, tanto na vida amorosa quanto no meio profissional. Wellerson Cassimiro

3 de out. de 2011

O oratório de Haydn e o hino Exaltação

O oratório “A Criação” é para muitos a mais expressiva obra de Franz Joseph Haydn. Especula-se que ele foi inspirado a escrever esta peça sacra durante suas visitas à Inglaterra entre os anos de 1791 e 1795, quando ele ouviu os oratórios de Handel executados com grande primor. O trabalho de Haydn abrange todos os gêneros musicais de seu tempo. Entretanto, escrito em 1797, “A Criação” teve um merecido destaque na vida do compositor. É a peça com a qual Haydn debruçou-se por mais tempo, algo incomum na história de um dos mais importantes nomes do período clássico. A Criação retrata a formação do mundo, tal como descrito no livro de Gênesis.

A Criação. Um Hino.

Nascido na cidade de Rohrau, Áustria, em 31 de março de 1732, Haydn escreveu inúmeras obras sacras. Destacam-se Missas, Ofertórios, “Te Deum”, “As Sete Palavras de Cristo”, obras corais menores, Motetos, Litanias, árias religiosas e oratórios, como “O Retorno de Tobias”, “As Estações” e “A Criação”, que deu origem ao hino Exaltação, incluído no Hinário Novo Cântico (Nº36). Constituído de duas estrofes e um refrão, o hino Exaltação (no original Creation) revela uma sinceridade religosa das mais emocionantes. Sua estrutura melódica ao mesmo tempo em que apresenta uma dramaticidade instrumental, típica dos poemas sinfônicos dos compositores do romantismo, mostra suavidade em algumas passagens, sem acidentes ou modulações. Contudo, para o canto congregacional sua música merece uma devida atenção.

Franz Joseph Haydn inicou sua carreira musical aos oito anos de idade como cantor e executante de diversos instrumentos. Em seus primeiros estudos foi, fortemente, influenciado pela obra de Carl Philipp Emanuel Bach, segundo filho do virtuose organista barroco Johann Sebastian Bach e, considerado o fundador e precursor do estilo clássico. Haydn faleceu em casa no ano de 1809, aos 77 anos, durante um violento bombardeio, às vésperas da tomada da cidade de Viena pelo exército de Napoleão Bonaparte. Wellerson Cassimiro