31 de dez. de 2012

Hino Ano Novo

"Rompe a aurora, vai-se embora mais um ano e outro vem"
Chegamos a outro 31 de dezembro. Ouve-se em diversos lugares a música em alto volume, fogos de artifícios antecipados e reuniões festivas. Alguns pessoas vão rumo ao agito do litoral enquanto outras preferem o ambiente calmo das pequenas cidades, no interior dos Estados. Alguns, ainda, escolhem passar a virada do ano dentro das igrejas, em vigília e adoração. E, quanto à música, as famosas liturgias não ficam a deixar em nada. Dos inúmeros louvores, cânticos e canções, entretanto, destaco aqui apenas uma peça musical, desta vez. Escrita pelo músico norte-americano, Henry Tucker, a obra "Ano Novo", no título original “Joy-Bells", apresenta uma estrutura melódica diversificada e alegre, remetendo a uma explosão de fogos de artifício, logo após a contagem regressiva. Literalmente, sua música anuncia a chegada do novo ano. Composto para o canto congregacional, originalmente em bemol e em allegro, em meados do século XIX, o hino é constituído por três estrofes e um refrão. E, revela um clima festivo já nos primeiros compassos, com alguns acidentes pouco dissonantes. O destaque vai para a linha melódica do refrão, no qual pausas, notas de curta e de breve duração se intercalam de forma ligeira representando, desse modo, o estourar sequenciado dos fogos. Tucker fez parte do coro, no naipe dos baixos, da Capela de São João, em Varick Street (EUA), em 1861, e entre os anos de 1850 a 1882, escreveu cerca de 121 canções e uma cantata; a peça “José no Egito”, em 1870. Henry Tucker morreu em 1882, no Brooklyn (EUA). Wellerson Cassimiro

7 de dez. de 2012

Arquiteto Oscar Niemeyer

Morre aos 105 Oscar Niemeyer.
Morreu nesta semana, um dos mais célebres nomes da arquitetura contemporânea brasileira. E, por que não dizer um dos mais renomados arquitetos do mundo!? O brasileiro Oscar Niemeyer faleceu na noite da última quarta-feira (05), aos 104 anos. De estilo ousado e autor de inúmeros projetos de sucesso, como o Complexo arquitetônico do Eixo Monumental, o Palácio da Alvorada e o Congresso Nacional, em Brasília; o Memorial da América Latina, em São Paulo, e Complexo arquitetônico da Pampulha, na capital mineira, Niemeyer completaria 105 anos no próximo dia 15 de dezembro. Ele estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo (RJ), e a sua morte foi confirmada às 21h55. Nascido em 1907, no Rio de Janeiro, o arquiteto era filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida. O seu primeiro projeto, “Obra do Berço”, construído no Rio de Janeiro, deu-se aos 30 anos de idade. E, o mais curioso foi que Niemeyer não recebeu dinheiro algum por este projeto. Pelo contrário, ainda teve que pagar por um conserto de parte da obra, que havia sido mal feita, pois não estava presente no momento da construção. Daí em diante, o jovem arquiteto não mais parou de desenhar e, a cada novo traço no papel, surgiam obras-primas quase que vivas. A partir de 2009, Niemeyer passou a ter a companhia da cadeira de rodas. Entretanto, não perdeu a alegria de viver e fazia o que mais lhe agradava: colocar na ponta do lápis seus pensamentos mais surpreendentes e inovadores: construções de sucesso. Wellerson Cassimiro.

Minimalismo Urbano - Por Wellerson Cassimiro

4 de dez. de 2012

O Universo do Coral

Dezembro - mês dos corais
Enfim, outro dezembro. As festas e confraternizações de empresas e turmas de faculdades surgem de todos os lados. A reunião para a incansável festinha do "Amigo - Oculto" é inevitável. Não obstante, as lojas de departamento investem pesado na decoração. Sinos, pinheiros, bonecos gigantes de Papai Noel e música natalina povoam o ambiente, com o intuito de atrair consumidores e clientes em potenciais. Entretanto, outra forte característica dessa época e, que já consagrou-se como uma tradição, são as cantatas de Natal protagonizadas por inúmeras formações corais. Quartetos, quintetos e grandes corais cantam em igrejas, praças, shopping e centros financeiros levando ao público uma mensagem cantada sobre o Natal. É claro que, no repertório, não podem faltar aquelas canções preferidas, como “Noite Feliz”, “Panis Angelicus”, “Oh Holy Night”, “Adeste Fidelis”, “Surgem Anjos Proclamando” e a música “Então é Natal”. A origem do canto coral Segundo os registros da Universidade de São Paulo (USP), o canto coral é o mais antigo entre os gêneros musicais e a sua prática está ligada aos cultos religiosos e às danças sagradas no Egito Antigo e na Mesopotânia. A bem da verdade, o termo Choros nasceu na Grécia antiga e diz respeito aos grupos de cantores e dançarinos que uniam suas vozes para formarem melodias distintas entre si. Contudo, essa terminologia ultrapassou os limites religiosos e, rapidamente, foi inserido nos eventos mais populares. De acordo com os documentos da USP, o Cristianismo, por sua vez, utilizou-se desse estilo musical com a intenção de transmitir mensagens litúrgicas e atrair mais fiéis para a igreja em expansão, depois que o imperador romano Constantino I permitiu a liberdade de culto, ainda, no ano 313. Desse modo, dentro dos templos cristãos surgiram verdadeiras escolas de canto coral. A primeira delas foi fundada pelo papa Silvestre I, no século IV. Atualmente, existem diversas formações corais, como coros independentes, corais étnicos, coros de gêneros, corais profissionais oficiais, corais universitários, coros de igreja, corais de empresas, corais etários, e o coral Meninos Cantores. Este último está ligado a Igreja Católica Romana e, praticamente, extinto. É formado por meninos e homens. Os meninos cantam a melodia do soprano e contralto, que são vozes mais agudas, destinadas às mulheres. Já os homens executam a música destinada aos tenores e baixos, que representam a parte grave da obra. Um coral ou coro é formado por um grupo de cantores, chamados de coralistas, termo derivado da palavra coral, ou coristas, terminologia derivada da palavra coro. Estes cantores são divididos em naipes (conjunto) segundo a tessitura de suas pregas vocais; ou seja, um conjunto de notas que um cantor consegue articular sem esforço. As vozes são divididas do mais grave para o mais agudo. As vozes masculinas são classificadas em Baixo, Barítono, Tenor, Contratenor e Sopranista. Já as vozes femininas estão divididas em Contralto, Mezzo-soprano e Soprano. No entanto, amiúde, para o canto coral utiliza-se apenas quatro naipes de vozes, formados por Baixo, Tenor, Contralto e Soprano. Porém, em algumas formações, podemos encontrar uma subdivisão no naipe do Soprano, resultando em 1º Soprano e 2º Soprano. Disciplina e disciplina E, enganam-se aqueles que pensam que a vida de coralista é fácil. Que é só chegar na frente do público e, simplesmente, cantar. Pelo contrário, o coral significa acima de tudo disciplina. Tanto os coristas quanto cantores de bandas, conjuntos e ministérios de louvor de igrejas precisam adotar uma rotina quase que militar. Além de um vasto estudo de teoria musical, segundo a professora de canto lírico, Cintia Scola, é recomendável que os cantores façam exercícios vocais regularmente em casa e sempre antes de cantar, seja em um ensaio, Karaokê, show ou em uma rodinha de amigos. Para a professora sair de casa com a voz aquecida faz toda a diferença. Ela ressalta, ainda, que alguns cuidados são necessários como, evitar líquidos extremamente gelados e exposição ao ar condicionado. Outra dica é consumir alimentos fibrosos, como a maçã que age limpando boca e faringe. Wellerson Cassimiro

Amém Quíntuplo - Semelhanças e Contrastes

O minimalismo no meio musical sacro
Muito usado para finalizar uma celebração religiosa noturna, os chamados “Améns” são melodias curtas destinadas ao canto congregacional e, fazem parte da cultura de diversas igrejas protestantes históricas. E, os seus estilos são os mais diversos possíveis. Estas peças variam conforme a tonalidade, acidentes e o número de “Amém” cantado em sequência. Os améns mais conhecidos são do compositor e organista Inglês John Stainer: o “Amém Quádruplo” (quatro améns executados), “Amém Tríplice” (três améns) e o “Amém Sétuplo” (execução de sete améns). Um Amém Minimalista: Entretanto, contrapondo ao tradicional objetivo dos “Améns” históricos, o “Amém Quíntuplo”, de minha autoria, possui o estilo minimalista e pode, também, ser executado como um prelúdio, ou seja, não só no final das celebrações religiosas, como antes dela. E, a sua principal característica é a dissonância entre os compassos, aspecto comum às músicas contemporâneas. Wellerson Cassimiro

31 de out. de 2012

2º Concurso de Piano Eduardo Tagliatti

E, chega à 2ª edição o Concurso de Piano Eduardo Tagliatti, que será realizado nos dias 10 e 11 de novembro, no Teatro da Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora. O concerto de abertura, na sexta-feira (09), às 20h, contará com a participação do pianista Silas Barbosa (RJ) e performance artística com o bailarino Marcos Vinícius (JF). As provas de Piano e de Música de Câmara serão abertas ao público, na sede do teatro, na Rua Oscar Vidal, nº134, Centro. E, as incrições que devem ser feitas através do e-mail (concursoeduardotagliatti@yahoo.com.br) terminam amanhã, quinta-feira, 1º de novembro.

25 de set. de 2012

Cerimônia de abertura do Festcoros

Aconteceu na noite de ontem (24), a cerimônia de abertura do Festcoros que acontece todos os anos, a partir do segundo semestre. A cerimônia contou com a apresentação do Coro Municipal Juiz de Fora, Ensamble Vocal Cusco (Peru), Meninas Cantoras do Colégio Santa Catarina, Coral Angeli Coeli, Coral do Colégio dos Jesuítas, Vox Uomini, Coral Mater Verbi, Coral São Tarcísio, Coral da UFJF, Coral Santo Antônio, Coral da OAB, Coral Pró-Música, Coral Cesama, Coro Lírico da Ópera Carmen e CORAL PIBJF (1ª Igreja Batista de Juiz de Fora). A cerimônia de encerramento acontecerá neste próximo sábado (29), às 20h, no Forum Benjamin Colucci, no Parque Halfeld.

25 de jul. de 2012

Pianos Bluthner - Uma quarta corda

O pianista da Yamaha Luiz Carlos Uhlik explica o funcionamento de um Bluthner

Segundo o Portal Concertino, o primeiro pianoforte, atualmente chamado somente de piano, data do ano de 1709, criado pelo fabricante de cravos Bartolomeo Cristofori. No início, esse novo instrumento de teclas não recebeu uma aceitação unânime. E os olhares de desconfiança eram muitos. Contudo, alcançou a sua popularidade depois do primeiro concerto público, em Londres, em 1768, dado por Johann Christian Bach, filho do virtuose organista e principal representante do estilo barroco, Johann Sebastian Bach. E, dessa data em diante, inúmeros pianos foram surgindo e sendo, cada vez mais, aprimorados seguindo à elevada exigência dos músicos e compositores. Hoje, as marcas são quase que infinitas e cada uma possuem as suas características peculiares, como é o caso do Piano Bluthner.

Segundo o pianista e músico exclusivo da Yamaha, Luiz Carlos Uhlik, as cordas agudas são a marca registrada dos pianos da marca Bluthner. “Ao invés de três cordas, como normalmente acontece com todos os pianos, um Bluthner tem quatro cordas”, revela. Ele explica, ainda, que o martelo toca as três cordas, como em todos os pianos. Entretanto, existe uma quarta corda, que é afinada uma oitava acima. “Ele simplesmente cria o som agudo mais cristalino que um piano pode produzir. O martelo toca as três cordas e, a quarta vibra, gerando um som totalmente inovador”, esclarece. Uhlik afirma que esta característica é a essência do Piano Bluthner. “É, sem dúvida, um dos mais impressionantes pianos do mundo”, encerra. Wellerson Cassimiro

18 de jul. de 2012

A mídia - criadora ou criatura?

A mídia cria a cultura, ditando árduas regras de comportamentos sociais. Ou será que uma complementa a outra? A relação mídia e cultura ocorreria mais como uma interação ou regime totalitário? Na verdade; ora, a mídia prevalece sobre a cultura. Ora, ocorre um processo inverso. No entanto, baseado na teoria do agendamento, ou agenda setting, revelo pensamentos os quais indicam a mídia como pervesa criadora, e menos como uma vulnerável criatura. Somos vítimas e criaturas de nossos meios de comunicação. Somos aquilo que lemos, ouvimos e assistimos.

A mídia hoje é mais forte do que pensamos. Por todos os lados, somos cercados pelos recursos de comunicação, como televisão, internet, rádio, jornais e revistas. Observa-se que a cultura de um povo é modificada conforme as tendências midiáticas. E, os exemplos são os mais variados. Em seu livro “Televisão Subliminar, socializando através de comunicações despercebidas”, Joan Ferrés faz uma exímia crítica ao fascínio, sedução e encanto que os artistas exercem sobre as pessoas. Ferrés afirma que as pessoas assumem as identidades de seus ídolos e, como resultado negam as suas próprias identidades. Elas assumem comportamentos que surgem da TV e do cinema, exaltando esses artistas os quais, também, escravizados por suas próprias personagens. Tanto são celebridades quanto escravos da indústria cultural.

Artistas, como Silvestre Stalone e a cantora Cher se submeteram à cirurgia estética para melhor encarnar suas “personas midiáticas”. No caso de Stalone, por exemplo, as intervenções cirúrgicas ocorreram em seu rosto, para dar vida ao ideal bravo e heróico soldado norte-americano, defendo e lutando pelos interesses de sua pátria. Hollywood caracteriza-se como uma grande fábrica de estrelas, ídolos e herois. A televisão, todavia, dá continuidade a essa veneração através das novelas e seriados, como Lost, Barrados no Baile, Lances da Vida, Smallville, Glee e dentre outros.

Esses programas derramam fortes ideologias de uma cultura capitalista sobre a já exsistente, esmagando costumes. Os chamados Reality Shows, também, têm contribuído para esse processo de “desaculturação” nativa para surgir uma nova cultura. Uma cultura mista. Ao meu ver, ficar diante da televisão, assistindo a um grupo de pessoas, confinadas, discutindo, brigando e... deixa pra lá... (censurado) não acrescenta em nada ao desenvolvimento de um país que ainda amarga uma forte herança de seu período colonial. Concluo, desse modo, afirmando e ratificando os conceitos de Joan Ferrés, que uma cultura frágil e desacreditada é facilmente influenciada pela mídia dominada por grandes empresários. Ou melhor, dinastias midiáticas. Wellerson Cassimiro

Mergulhão - Avenida Barão do Rio Branco (janeiro 2012)

7 de jul. de 2012

Uma nova Carmen, de Bizet, em Juiz de Fora

Na noite de ontem, sexta-feira (06), o palco do Cine-Theatro Central, em Juiz de Fora, transformou-se na famosa Praça de Sevilha; uma Espanha de 1830, do compositor francês Georges Bizet. E, a doce, meiga e sagaz cigana, Carmen, interpretada pela jovem Carla Rosa, não seduziu apenas os soldados do quartel dos dragões de Alcalá, como também encantou o público que compareceu, em peso, ao espetáculo. A casa estava cheia. Claro que a ansiedade, tanto na plateia quanto nos bastidores, foi normal. Afinal, esta foi a primeira montagem da ópera Carmen, composta entre os anos de 1873 e 1874, formada integralmente por solistas, músicos e coristas locais. Música, figurino e interpretação; tudo estava de alto nível. Ao final de cada ária, surgiam aplausos intermináveis, como que sustentados por fermatas.

Sob a direção da regente e preparadora vocal, Patrícia Guimarães, a montagem não ficou a deixar, em nada, para os espetáculos das grandes companhias operísticas. Os dois momentos mais esperados foram as árias mais famosas dessa ópera: as peças “Habanera” (L'amour est un oiseau rebelle) e “Toreador” (Votre toast, je peux vous le rendre). Além dos inúmeros talentos, ímpares, sobre o palco do teatro, o diferencial dessa apresentação foi a narração da história feita por uma atriz, Cínthia Brugiolo, que contou com detalhes a vida da cigana de Bizet. Os solistas e o coro foram acompanhados pelas pianistas Maria Teresa Assis e Bethânia Guedes. Wellerson Cassimiro.

Ler: uma atividade divina

Conhecimento gera sabedoria. E, isso é fato. Nunca é demais e nem ocupa espaço. Mesmo com o crescente número de acessos à internet, mais tempo na frente do computador e mesmo diante de tanta tecnologia digital, como Ipad, Iphone, Tablet e outros recursos, a prática da leitura ainda é de fundamental importância. E, posso ir mais além. Na verdade, ler livros é de vital importância. O saber é o principal patrimônio do ser humano. Entretanto, poucos têm buscado essa riqueza.

Como é relatado no livro e, posterior, filme “O Nome da Rosa”, um romance do escritor italiano Umberto Eco, observa-se que na antiguidade, o conhecimento era vasto. Contudo, era controlado por uma minoria soberba, que tendia a ostentar uma vã doutrina intelectual. Por volta dos séculos IX e X, além de grande parte da população europeia ser analfabeta, nem todas as pessoas tinham acesso aos livros, os quais alguns desses eram considerados sendo hereges. E, não há forma melhor de manter um domínio sobre um grupo de pessoas: retirando delas a sua principal fonte do saber.

Se por um lado, o conhecimento gera sabedoria, por outro a sua falta gera ignorância. E, como resultado, surgem pessoas facilmente manipuladas e alienadas diante de importantes e atuais fatos sociais. Não são capazes de emitir suas próprias opiniões. Pelo contrário, seguem somente a vã doutrina de ideais superflúos da maioria. Acredito que, nada suprime uma boa leitura. Assistir televisão, navegar pelo universo infinito da internet e mergulhar no mundo mágico do cinema 3D, tudo isso é válido e faz parte de nossa rotina de seres habitantes de uma sociedade digitalizada. No entanto, o acesso aos livros nunca deve parar. O único remédio eficaz no combater à doença da alienação é, justamente, a Educação. Pense nisso. Wellerson Cassimiro

4 de jul. de 2012

Carmen de Bizet, em Juiz de Fora

Composta em quatro atos, a ópera “Carmen”, do compositor francês Georges Bizet, tem atravessado gerações com força e atraído cada vez mais um grande público aos teatros. Ao lado das obras “A Flauta Mágica”, do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, e “Nabucco”, do romântico italiano Giuseppe Verdi, “Carmen” é uma das óperas mais montadas. E, nesta próxima sexta-feira(06), às 20h, no Cine-Theatro Central, os moradores de Juiz de Fora poderão revivenciar os talentos de dança e canto de uma cigana que usa dessas artes para encantar os homens.

Denominado de “Cenas Líricas”, o projeto desenvolvido e coordenado pela regente e preparadora vocal, Patrícia Guimarães, tem como objetivo apresentar as óperas de forma mais reduzida, as árias e duetos são independentes, sem a obrigatoriedade de uma montagem completa. “Encontrei o termo em uso para a seleção das peças mais conhecidas de uma ópera: pocket-ópera”, explica. Professora de Canto Lírico há 10 anos, Patríca percebeu que havia muito potencial em seus alunos, os quais ficavam sem espaço para participar de produções operísticas, por ser um hábito somente dos grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. “Sendo Juiz de Fora uma cidade cultural e com um curso de canto lírico gratuito, em um conservatório estadual, comecei a desenvolver esse projeto. Fizemos a seleção, convidamos os cantores da comunidade, alunos e ex-alunos. E, assim, vimos desenhar a possibilidade de se fazer uma montagem de ópera na cidade”, revela.

Segundo a regente, essa ópera de Bizet foi escolhida por ter muitas melodias já conhecidas, como por exemplo a famosa Habanera. “A escolha foi pensando em atrair um público até então desconhecido. Sabíamos, por certo, que Carmen agradaria”, disse. Patrícia ainda revelou que os ensaios já acontecem há um ano e meio, e a apresentação integral no formato "pocket" ocorreu último Dia das Mães, no jardim do Museu Mariano Procópio. “Foi muito gratificante ver 850 pessoas nos ouvindo atentamente e, pasme, a maioria estava em pé!”, afirma.

E, SOB AS BATUTAS, UM RÁPIDO BATE-PAPO

Jornalismo Etc: Os cantores solistas, integrantes do coro e músicos são todos de Juiz de Fora?

Patrícia: Esse foi um dos alicerces do Projeto "Carmen" - usar solistas e cantores líricos locais. São todos de Juiz de Fora, ou seja, tem uma forte ligação com a cidade, nascidos aqui e oriundos da Zona da Mata. Eu mesma sou de Leopoldina, mas moro em Juiz de Fora há exatos 10 anos.

Jornalismo Etc: As obras operísticas são bem aceitas na cidade?

Patrícia: Depois do público no Museu, uma hora e quinze de espetáculo, percebemos que ninguém desistiu de ouvir Carmen. Todos permaneceram até o final, interagiram com a história, aplaudiram, choraram. São relatos que encontramos pessoalmente depois da apresentação. Uma boa surpresa!!!

Jornalismo Etc: Vocês pretendem dar continuidade a este projeto com montagens de outras óperas?

Patrícia: Com certeza! O sucesso de Carmen vem nos impor desafios de não pararmos. O grupo quer mais e as pessoas já perguntam pela próxima produção. Mas, vamos devagar e com capricho. Ópera se faz com dedicação e isso leva tempo. Estamos garimpando um terrreno novo para nós - público, patrocínio. Esperamos revelar pedras preciosas nas vozes de cantores da comunidade.Agradecemos o carinho com essa primeira aposta em CARMEN.

Jornalismo Etc: Além da apresentação no Museu Mariano Procópio e no Cine-theatro Central, haverá outras apresentações de Carmen?

Patrícia: Esperamos continuar, sim. Vai depender de convites, pois a verba que o projeto obteve através da Lei Murilo Mendes só nos possibilitou a apresentação no Central. Não tivemos custo com a apresentação no Museu. Isso foi um presente dos céus!!!

Os ingressos para essa apresentação de "Carmen" podem ser retirados e trocados por 1 Kg de alimento não perecível, no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas ou na Igreja Metodista Central.

Juiz de Fora - Granbery / Centro

28 de jun. de 2012

Livro Legado de Lutas

“Após os festejos que faz o povo sorrir, vem a realidade da fome, que nos deixa a chorar”; estes são os primeiros versos do poema “A Dura Realidade”.
Em um formato mais do que inovador, o livro “Legado de Lutas”, de Saul de Assis Araújo Filho, traz à tona excelentes reflexões quanto ao cenário político brasileiro. E, escrito na forma de textos corridos e poemas, o livro revela importantes análises de fatos e temas que preocupam e rondam as mentes dos seres vivos que habitam as grandes selvas de pedras. Em certos momentos, Saul de Assis assume uma postura mais agressiva e, parece partir para um ataque aos hábitos “primitivos” dessa atual sociedade que tende a sugar todas as riquezas do nosso país. Ele toca em assuntos polêmicos, como os tradicionais contrastes das cidades, a privatização de empresas ligadas ao Estado e faz comparações bem humoradas referente às imposições grotescas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Entretanto, em outros trechos, Saul de Assis parece revelar os seus sentimentos mais secretos. Surge uma exaltação ao saudosismo, contempla a natureza, e mostra uma paixão pela boa leitura, por sua nação e, claro, um amor incondicional por sua família. Natural de Patos de Minas, Saul de Assis Araújo Filho residiu em mais outras três cidades mineiras: Cambuquira, Três Corações e, Juiz de Fora, na qual reside atualmente. Boa leitura! Wellerson Cassimiro.

29 de mai. de 2012

Série Musicista JF

Além do pão de queijo - Idealizado pela exímia pianista e produtora musical juiz-forana, Daniele Espíndola, a série de concertos do Projeto "Musicista JF" irá contemplar e revelar músicos eruditos de talento intangível, que residem em Juiz de Fora e na região da Zona da Mata Mineira. O primeiro concerto dessa série acontecerá no dia 18 de setembro, sábado, às 20h, no auditório da Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora (MG). E, além de contar com a presença de inúmeros musicistas mineiros, o evento terá a apresentação dos pianistas Adriano Tavares e Daniele Espíndola, e do cantor lírico Alexandre Pereira, o qual recentemente, atuou em uma das árias da ópera Carmen, do francês Georges Bizet, no Parque Mariano Procópio, também em Juiz de Fora. A entrada para o "Projeto Musicista JF" será gratuita.

15 de mai. de 2012

Te Deum Laudamus do inglês William Jackson

Texto atribuído ao bispo de Remesiana, século IV, o hino “Glorificação à Trindade” - Te Deum Laudamus - é dividido em três partes: Louvor, Declaração e Oração. Sua melodia foi composta pelo inglês William Jackson (1730-1803). E, além de possuir uma métrica irregular e uma estrutura bastante diversificada, o hino é complexo tanto para quem canta, quanto para quem toca, o que torna o canto congregacional um tanto que delicado. O fraseado musical passeia por graves e agudos em pequenos intervalos. Os acidentes e as modulações são uma constante. O hino é estruturado para as quatro vozes (baixo, tenor, contralto e soprano). Observa-se que o cuidado maior deve ser referente às fermatas, que podem implicar no andamento e ritmo correto da obra. Ainda na infância, William Jackson revelou forte predileção pela área musical. Recebeu as primeiras aulas do organista da Catedral de Exeter, Reino Unido, com quem permaneceu cerca de dois anos. Em 1748, William foi para Londres, onde estudou com o organista da King's Capela, John Travers. Ao retornar para Exeter, ele se estabeleceu como professor e compositor. Em 1755, o músico inglês publicou seu primeiro trabalho como compositor, cerca de 12 canções, que não tiveram êxito. Já sua terceira obra, um conjunto de cânticos para três vozes, precedido de uma invocação, com um acompanhamento, o colocou entre os primeiros compositores de seu tempo. William compôs uma série conjuntos de doze canções, alguns escassos e outros esquecidos. Em 1777, foi nomeado mestre do coro da catedral. E, entre suas obras estão uma Ode a Fantasia, hinos para o serviço litúrgico, canzonetas para duas vozes e sonatas para o cravo. Wellerson Cassimiro

13 de abr. de 2012

Videos - Sombras Noturnas

Video 1) http://www.youtube.com/watch?v=JyRlT7pkU0g&feature=youtu.be Video 2) http://www.youtube.com/watch?v=VlABgXU4R5Y

Juiz de Fora - Anoitecer

23 de mar. de 2012

Morto e Ressurreto - Christ Arose

Um contraste que simboliza a Páscoa

Há poucos dias da Páscoa, data oficial do calendário cristão, o hino “Morto e Ressurreto” é a que melhor retrata – melodicamente - a morte, ressurreição e a ascensão de Jesus Cristo aos céus. Ideal para o canto coral, o hino “Christ Arose” foi escrito pelo norte-americano Robert Lowry (1874) e, é baseado nos capítulos 18 e 19 do Evangelho de João.

Perfeito exemplo da união de texto e música, o hino revela um forte contraste em sua estrutura melódica, semelhante às obras barrocas. Cada estrofe - parte escura da música - que conta a morte de Jesus é executada em registro grave, resultando em um clima sombrio. O refrão, entretanto, - parte clara - é executado em allegro, resultando em um clima festivo. Essa passagem dos registros graves para os registros agudos representa a ressurreição, a mudança de estado de Cristo, da morte para a vida.

Para ressaltar a transição do clima fúnebre para uma atmosfera de alegria, pode-se executar as notas graves, do início do coro, para a pedaleira, quando interpretada ao órgão. A execução do compasso começa na pedaleira e termina nos manuais superiores do instrumento. Ao piano, contudo, a recomendação é executar as notas de ambas as mãos abaixo da nota Dó Central, separando as mãos ao final do compasso. Wellerson Cassimiro

8 de mar. de 2012

Um Toque Feminino no Mundo da Música

Dia Internacional da Mulher

Em 1910, em uma conferência na Dinamarca, o dia 08 de março foi convencionado como o Dia Internacional da Mulher depois do lamentável incêndio, no ano de 1857, no qual cerca de 130 operárias de uma fábrica de tecidos, na cidade de Nova Iorque, morreram carbonizadas. As tecelãs realizavam uma greve e ocuparam a indústria. Elas reivindicavam melhores condições de trabalho, redução na carga diária de trabalho, equiparação de salários com os homens e tratamento digno no ambiente de trabalho. Entretanto, a manifestação foi brutalmente reprimida. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica que foi propositalmente incendiada.

Porém, atualmente, as mulheres tem conquistado o seu espaço e recebem o seu devido valor. Além de dedicarem tempo aos filhos e ao marido, a mulher tem ocupado lugar de destaque nos mais diversos segmentos sociais e assumem cargos que, há 15 anos, eram exclusivos de domínio masculino. E, no universo musical o toque feminino se estende por toda a história da música. Registra-se talentosas cantoras, regentes, intérpretes, compositoras e musicistas.

Na música popular brasileira (MPB), desde a Era do Rádio, surgem famosos nomes, como Emilinha Borba, Ellen de Lima, Violeta Cavalcante, Dalva de Oliveira, Ademilde Fonseca e Carmélia Alves. Já nos dias atuais, temos cantoras igualmente talentosas. Entre elas, Ana Carolina, Marisa Monte, Vanessa da Mata e Simone. A música erudita, por sua vez, também documenta a virtuosidade feminina. Surgem os nomes de Clara Schumann, Nadia Boulanger, Chiquinha Gonzaga, Esther Scliar, Eudóxia de Barros, Maria Teresa Madeira, dentre outras. Obviamente, que a atuação da mulher no campo musical é vasta. Seria quase impossível descrever todas mulheres que deixaram sua marca nessa arte. Entre elas, pode-se citar algumas, como a exímia pianista Louise Farrenc.

Virtuosidade nos saraus

Compositora e pianista do período romântico, Louise nasceu em 31 de maio de 1804, e desfrutou de uma reputação considerável durante a sua vida, como compositora, intérprete e professora de música. Ela iniciou seus estudos de piano ainda na infância, com os mestres Ignaz Moscheles e Johann Nepomuk Hummel, período no qual deve seu dom de compositora revelado. Na década de 1840, a fama da pianista era tal que, foi nomeada para o cargo permanente de professora de piano no Conservatório de Paris, cargo que ocupou durante 30 anos. Apesar de Farrenc permanecer entre os mais prestigiados professores de música da Europa, ela recebia um salário menor do que seus colegas homens. Suas composições revelam estruturas melódicas e técnicas bem peculiares, as quais lembram algumas peças de Robert Schumann, além de possuirem uma leveza, parecida com as músicas executadas nos salões de festas e saraus, do início do século XIX. Entre elas a “Valsa Brilhante Op.48 - Allegro Vivo”, “Air Russe Varie Op.17” e a peça “Etude Nº19 Presto em Si Menor”.

Um toque feminino nos hinários

Já no universo da hinódia surge o nome de Sarah Poulton Kalley, esposa do missionário Robert Reid Kalley. Mais conhecida nos segmentos do protestantismo brasileiro, Sarah P. Kalley lançou as bases para a fundação das Igrejas Evangélicas Fluminense e Pernambucana, junto com o seu marido. Ela auxiliou na organização e compilação do mais antigo hinário protestante, o “Salmos e Hinos”, editado no Brasil, e trabalhou na divulgação da cultura hinística. Traduziu, adaptou e compôs diversos hinos, os quais ainda são executados em muitas igrejas evangélicas. Sarah deixou-nos um importante legado musical. Entre as obras que traduziu, adaptou e metrificou, temos os hinos “Morada Feliz” (Sweet by-and-by), “O Servo do Senhor” (Emmanuel), “Convite de Jesus” (Stephanos), “Amor Fraternal” (Rutherford) e “União Fraterna” (Serenity).
Wellerson Cassimiro

5 de mar. de 2012

Dia Nacional da Música Clássica

Comemora-se hoje, 05 de março, o Dia Nacional da Música Clássica, data do nascimento do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos. Esta comemoração foi criada por iniciativa do Grupo VivaMúsica! (http://www.vivamusica.com.br) que, a partir do ano de 2005, realizou uma consulta nacional aos profissionais eruditos sugerindo três datas para a celebração. Segundo informações do site VivaMúsica! as três opções foram as datas de aniversários dos compositores Antônio Carlos Gomes, Villa-Lobos e José Maurício Nunes Garcia. Entretanto, a data de nascimento de Villa-Lobos, venceu com ampla maioria de votos.

Heitor Villa-Lobos ficou mais conhecido como um revolucionário que provocou um rompimento com a música acadêmica brasileira. Ele é o principal responsável pela descoberta de uma linguagem musical peculiar. Em suas obras há a presença de elementos das canções folclóricas, populares, indígenas e sons da fauna e flora nacional. As viagens que fez pelo interior do país influenciaram suas composições. Entre elas, destacam-se: "Bachianas Brasileiras", "Cair da Tarde", "Evocação", "Quadrilha", "Xangô", "Miudinho", "Remeiro do São Francisco", "Canção de Amor", "Melodia Sentimental", "O Canto do Uirapuru" e o famoso "Trenzinho Caipira". Heitor Villa-Lobos é considerado o maior representante da música modernista no Brasil e suas obras revelam o verdadeiro espírito nacionalista. Wellerson Cassimiro

17 de fev. de 2012

Trindade da Regência

Trabalho de Sylvio Lago revela o trio da condução de orquestras

Completo e analítico são as principais palavras para definir o trabalho de Sylvio Lago, “Arte da Regência”, um dos melhores livros que já li sobre a direção de corais e, em especial, orquestras. E com certeza, a leitura dessa obra é viciante. Ou melhor, instigante.

Além de seus próprios estudos, Lago traz à tona análises de famosos críticos de música e historiadores do universo da regência, como Harold Schonberg e Nikolaus Harnoncourt; além de expor trechos de cartas escritas pelos mais diversos compositores dos períodos da música e relatos de cantores solistas. O relato da cantora Wilhelmina Schröder-Devrien, por exemplo, faz uma revelação surpreendente sobre a condução orquestral de Beethoven diante de sua peça Fidelio. Sylvio Lago, revela, ainda, a existência da “Trindade da Regência” formada por Mendelssohn, Wagner e Berlioz, compositores-regentes que lançaram as bases da escola romântica de direção orquestral. Ainda, foi através desse trio que o conceito, a técnica e a essência da arte da regência atingiram o marco inaugural de um processo evolutivo do “Kapellmeister” (LAGO).

Dar asas a imaginação ou ser fiel à obra/compositor?

Entretanto, o ponto alto do livro é quando Lago escreve sobre a liberdade interpretativa dos diretores de orquestra versus a tentativa de recriar as ideias do compositor. Acredito ser este o maior desafio do “Chef d' orchestre” (LAGO) pós-moderno; seguir fielmente à partitura, obedecendo todas as indicações do compositor ou dar asas a imaginação e criar sobre a obra alheia um novo clima interpretativo, alterando andamentos, tempos e - para os mais ousados – modificar até mesmo a altura das notas.

Em “Arte da Regência”, Lago conta que Felix Mendelssohn-Bartholdy, compositor do período romântico, não hesitou em promover alterações na partitura, durante sua regência, no ano de 1829, na Sing Akademia de Berlim. As modificações foram sobre uma das maiores obras marco do período barroco: a “Paixão Segundo São Mateus”, do virtuose organista Johann Sebastian Bach. O criador da mais famosa e popular Marcha Nupcial cortou, recompôs e combinou efeitos, segundo Schonberg. Não obstante, outro fato importante desenvolvido no trabalho de Lago está ligado às técnicas de ensaios no plano orquestral e à regência de óperas, se revelando mais complexa do que as peças sinfônicas, por reunir elementos dos mais diversos gêneros da música. Wellerson Cassimiro

13 de fev. de 2012

O bolo de aniversário... para um músico

A Profanação do - BOM - Jornalismo

Por Wellerson Cassimiro

Caminhamos a passos largos para uma sociedade cada vez mais teatral e valores éticos banalizados. As redes sociais, epidemias nos países ocidentais, fomentam a autoespetacularização e os holofotes de um narcisismo, que cada um carrega consigo. Com o advento da internet e o seu elevado número de acessos surgiram tecnologias que há dez anos eram algo tão abstrato. Entretanto, a mesma mão que balança o berço e faz ninar uma criança é autora de tapas e severas correções.

A internet acelerou o fenômeno alertado pelo sociólogo Zygmunt Bauman. Viemos em uma sociedade extremamente líquida e sem formato estático. Ética e valores morais mudam rapidamente e se confundem. A garota do vestido curto que assistia às aulas em uma faculdade, hoje exibe seu corpo em revistas, coroada como celebridade pela mídia e, em especial, pelo Jornalismo que, infelizmente, se entregou aos prazeres profanos do sensacionalismo fútil e niilista: resultado da pós-modernidade, o auge da indústria do espetáculo. Uma triste realidade para desepero e frustação daqueles que defenderam, com sangue, as suas máquinas de escrever diante da ditadura e seus monstros censores. O Jornalismo, que insisto em escrever com letra maiúscula, uniu-se com os chamados reality shows, que ao contrário do que pensam, só alienam ainda mais nossa sociedade.

Acredito que devido a instabilidade social faz com que os reality shows se propaguem pois, as pessoas querem ser vistas. A velha tática de amarrar uma melância no pescoço já não curte efeito algum. Para aparecer é preciso, literalmente, tirar a roupa diante das câmeras de televisão. Recentemente, li em um artigo que, uma jovem norte-americana instalou diversas câmeras de tevê dentro de sua casa e os internautas podem acompanhar sua rotina. Ela abriu mão de sua privacidade para aparecer na mídia.
Estamos diante das perdas de valores e autoespetacularização que, obviamente, em geram audiências. Ser visto é o lema da atualidade. Afinal, já diz a máxima que “quem não é visto, não é lembrado”, correto? Contudo, até que ponto ser visto é um benefício para o indivíduo? O que se observar é uma escravidão digital que surgiu com as redes sociais e toda essa convergência de mídias. O indivíduo cria blog, facebook, orkut, twitter, posta videos no Youtube e fotos no fotolog. Ele necessita ser visto. Desse modo, a sociedade fica refém do meio virtual, que veloz não oferece meios para uma reflexão de seus atos.

O que me preocupa é que o tradicional e, talvez, conservador Jornalismo se envereda por tais caminhos. Não levanto a bandeira de um retorno às redações cheias, com os barulhos das Olivettis. Todavia, precisamos definir melhor os limites da líquidez dos reality shows e as fronteiras jornalísticas.

O abstrato de Bauman mexeu com o eixo da terra e hoje o que se vê é um Jornalismo de entreterimento. Os jornalistas, no passado, somente informavam os fatos. Atualmente, alguns, dramatizam as informações. Bancadas de telejoranis transformaram em estúdios de novelas ou palco de um luxuoso teatro. Posso estar sendo radical demais diante do novo cenário digital e especulativo da fama. No entanto, ao encerrar um telejoranl podemos dizer a célebre frase protagonista da cerimônia hollywoodiana: “ e o prêmio de melhor ator-jornalista vai para...”

2 de fev. de 2012

Canto uníssono e acidentes

Uma das mais surpreendentes melodias que compõem os diversos hinários das igrejas protestantes brasileiras é o hino “Rallying Song” (Igreja, Alerta!), composta por John Robson Sweney. Não sabe-se a data exata desta obra. No entanto, foi escrita entre os anos de 1840 e 1897, tendo como principal característica compassos com o canto em uníssono e os acidentes, em um total de 11 notas.

Sua estrutura

Composta para o canto congregacional, a estrutura melódica deste hino está sob a forma de uma marcha andante, ou contrário do que muitos pensam que seu andamento seja muito rápido. Em geral, o que mais acontece na execução de “Igreja, Alerta!” é que muitas pessoas esquecem de respirar nas passagens destinadas para isto, quando não atropelam as pausas e as notas de longa duração. Desse modo, ao esmagar estes compassos o canto fica debilitado, pois o cantor fica sem fôlego para chegar ao final do hino, mesmo com a execução do interlúdio antes de iniciar a última estrofe. Quanto ao contracanto - frase melódica acessória, que serve de acompanhamento a outra principal -, no refrão, na linha do baixo, é opcional no canto congregacional, sendo mais interpretada no canto coral.

O jovem prodígio

Assim, como o compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, o hinista John Robson Sweney desenvolveu seu talento musical ainda muito jovem. Aos 10 anos de idade já ensinava música nas escolas públicas próximas a sua casa e tocava no momento litúrgico da escola bíblica dominical. Apesar de seus precoces talentos musicais, Robson não levava música a sério. Somente aos 19 anos, começou a estudar música com seriedade. Estudou piano e violino, e chegou ao posto de regente de coros. Na guerra civil americana que aconteceu entre os anos de 1861 e 1865, Sweney assumiu o comando da banda do Terceiro Regimento de Delaware. Depois da guerra, tornou-se professor de música na Academia Militar da Pensilvânia, em West Chester. Em 1876, recebeu o título de Bacharel em Música e, em 1886, o título de Doutor em Música.
Wellerson Casssimiro

27 de jan. de 2012

3 de jan. de 2012

Um allegretto para Sombras Noturnas

Foi na manhã de forte chuva, de uma segunda-feira, que escrevi a minha primeira peça para piano, no formato instrumental. Intitulada de “Sombras Noturnas”, apesar da inspiração ter surgido com as águas torrenciais que caíam, procurei representar em cada compasso a densidade da noite. Ou ainda, trazer à tona alguns elementos que compõem o cenário noturno das grandes metrópoles. Adotei um andamento que não fosse moroso que, talvez, lembrasse de algum fato triste. Mas, também, nada tão veloz, como as fugas de Bach. Assim, o “allegretto” foi o mais viável.

Abusando das graves notas da Clave de Fá, o fraseado musical transita por entre as intensidades de mezzo-forte e forte. Já o pedal sincopado, uma tradição na maioria das obras para piano, é indispensável em toda a execução de “Sombras Noturnas”. E, a principal característica desta música é a mudança constante de oitavas. A introdução é executada uma oitava abaixo do Dó Central. Já o desenvolvimento do tema é executado na oitava do Dó Central quando, repentinamente, altera e sobe mais outra oitava, promovendo o clímax da melodia – fuga do tema -, e retorna a oitava anterior para encerrar a melodia em um pianíssimo prolongado. Esta música pode ser conferida no video fotográfico batizado com o mesmo nome de “Sombras Noturnas”. Wellerson Cassimiro. Segue o link - http://www.youtube.com/watch?v=St6MyR004Ak

2 de jan. de 2012

23º Oficina de Música Cinves em Juiz de Fora

De 02 a 12 de janeiro



JFMinas - (http://www.jfminas.com.br): Criado em 85, o Cinves como é conhecido o Curso Internacional de Música Scala, sempre objetivaram o desenvolvimento da Zona da Mata, Vertentes e de Minas Gerais. Durante a oficina, são criados corais e orquestras, dando ênfase a Música Brasileira em estreia mundial a Música do período colonial brasileiro, sendo pioneiro nesta prática em Juiz de Fora. Além dos cursos e oficinas de instrumentos de cordas, práticas de orquestra e coral, piano durante os períodos da manhã e tarde, ocorrem apresentações diárias durante todas as noites abertas ao público com entrada franca.

Programação:
03/01(Terça): Concerto de abertura- Recital de piano com Lícia Lucas e lançamento do livro "A Genealogia do Piano". Obras de Scarlatti, Brahms, Schumann, Lizst, Chopin, Villa Lobos e M. de Falla. Local: Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora. 20H30

04/01(Quarta): Recital de violoncelo e piano com Lucas Barros, violoncelo e Helcio Vaz. Obras de Villa Lobos, Guerra Vicente, Tchaikovsky. Saint Saens e Max Bruch. Local: Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora. 20H30

05/01(Quinta): Recital de Violino e Piano com Ole Bohn, violino e Geir Braaten, piano. Obras de Schubert e Brahms. Local: Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora. 20H30

07/01(Sábado): Noite dos professores da 23ª Oficina de Música Cinves 2012 - Öle Bohn e Felipe Prazeres, violino; Jairo Chaves, viola; Marcus Ribeiro, violoncelo; Geir Braaten, piano. Obras de Dvorak e Haydn. Local: Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora. 20H30

09/01(Segunda): Recital do Trio di Prima com Batista Jr., clarineta; Marcus Ribeiro, violoncelo; Priscila Bomfim, piano.Obras de Beethoven, Rachmaninov, Voigt, Nino Rota e Villani-Côrtes. Local: Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora. 20H30

10/01(Terça): 1° Recital de Alunos da 23ª Oficina de Música Cinves com acompanhamento da professora Priscila Bomfim, piano. Local: Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora. 20h30

11/01(Quarta): 2° Reictal de Alunos da 23ª Oficina de Música Cinves com acompanhamento da professora Priscila Bomfim, piano. Local: Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora. 20h30

12/01(Quinta): Concerto de Encerramento com a Orquestra da 23ª Oficina de Música Cinves, sob a regência da maestro Ernani Aguiar. Local: Igreja de Nossa Senhora do Rosário, às 20h30.

Informações:
Scala Escola de Música - Rua Batista de Oliveira, 508 6° Andar - Centro - Juiz de Fora - MG Telefone (32)3217-9120 - www.scalajf.com.br