11 de abr. de 2013
Concerto de piano com Vera Astrachan
Da música de Viena ao estilo Russo: O palco do Teatro Pró-Música, em Juiz de Fora, recebeu na noite de ontem (10), a pianista Vera Astrachan, que abrilhantou a Série de “Clássicos Pró-Música”, este mês. Com exímia técnica e talento de interpretação, Astrachan transitou por diferentes períodos da música e complexas peças. Executou obras de Brahms, como os Intermezzos nº1, 2, 3 e 6, opus 118; a Sonata em Mi Menor de Joseph Haydn; a Sonata nº3, em Lá menor do compositor russo Sergei Prokofiev, e a Sonata em lá Maior, opus 2, de Ludwig van Beethoven. E, no famoso bis, ao final da apresentação, Vera interpretou “A Maré Encheu”, de Heitor Villa-Lobos.
Nascida no Rio de Janeiro, Vera estudou piano com Arnaldo Estrella e graduou-se no instrumento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde obteve a medalha de ouro. Aperfeiçoou os seus estudos com grandes nomes, como Hans Graf e Bruno Seidlhofer, em Viena, Ilona Kabos, em Londres; e Joaquin Nin-Culmell, em Berkeley. Wellerson Cassimiro.
10 de abr. de 2013
Alfabetização Visual - Princípios da Semiótica
Nascemos, crescemos, reproduzimos e morrermos; já diz um velho provérbio popular se referindo ao ciclo da vida. Entretanto, antes de um terço dessa evolução, ainda na infância, passamos por diversas experiências que, auxiliam no nosso desenvolvimento. A primeira delas, vivida por uma criança ocorre através da consciência tátil. Em seguida, as descobertas ocorrem através do olfato, paladar, audição e visão. Desse modo, considerando todos estes elementos, Donis A.Dondis apresenta, em livro “Sintaxe da Linguagem Visual”, um estudo das artes relacionadas à comunicação visual. Em especial, no primeiro capítulo, faz uma análise referente à capacidade de visualização do homem denominado, por Dondis, de alfabetização visual. Todos nós vêem. Contudo, poucos enxergam. O número de questões levantadas pela única pergunta: Quantos de nós vêem?, nos dá a dimensão da complexidade do caráter e do conteúdo da inteligência visual.
Assim, creio que, esses questionamentos são extremamente relevantes em dias atuais, nos quais a sociedade é bombardeada – diariamente – por milhões de imagens e textos. Mais imagens do que texto, é claro. Fato comprovado no jornalismo impresso que, abriu espaço para anúncios imagéticos; reduzindo, desse modo, o espaço textual. E, nesta guerra por espaço nas páginas dos períodicos, os vencedores ora, são as fotografias. Ora, são os anúncios; o que exige das pessoas uma leitura mais complexa. Os aspectos que compõem a comunicação visual, tratada por Dondis, mantêm uma relação estreita com o estudo da semiótica (destaco os estudos de Pierce).
No campo da fotografia e nas artes plásticas, por exemplo, fazer análises de imagens, esculturas e fotografias (leituras semióticas) é de fundamental importância. Até mesmo para opinar quanto à beleza de um quadro ou de uma estátua faz-se necessário uma minuciosa leitura semiótica, que envolve a cultura individual de cada um.
Desse modo, ratifico que as fotografias em sua totalidade conquistaram lugar de prestígio no pódio da comunicação. Tema de muitas discussões no campo jornalístico, em especial no meio acadêmico, o visual predomina, e o verbal passou a ter a função de acréscimo. Segundo BARTHES (1999), o texto casa-se harmoniosamente com a imagem. Todavia, isto mudou radicalmente. As informações imagéticas influenciam muito mais do que as informações verbais. O que antes possuia o mesmo peso. Agora, a balança tende-se a pesar para a ciência fotográfica. Está comprovado. Portanto, o ser humano é muito mais visual. Wellerson Cassimiro.
31 de mar. de 2013
Hino Ressurgiu - Christ Arose
De Bach a Robert Lowry: Músicas sacras para a Páscoa
Depois do “Oratório de Páscoa BWV249” e as “Paixões BWV244 / BWV 245”, de Johann Sebastian Bach, o hino “Ressurgiu" (Morto e Ressurreto HNC nº274) é a música sacra mais executada no dia de Páscoa. Melodicamente, este hino representa, com exímia expressão, a morte, ressurreição e a ascensão de Jesus Cristo aos céus. Ideal para o canto coral, esta peça hinística foi escrita pelo norte-americano Robert Lowry (1874) e, é baseado nos capítulos 18 e 19 do Evangelho de João. Perfeito exemplo da união de texto e música, o hino revela um forte contraste em sua estrutura melódica, semelhante às obras barrocas. Cada estrofe - parte escura da música - que conta a morte de Jesus é executada em registro grave, resultando em um clima sombrio. O refrão, entretanto, - parte clara - é executado em allegro, resultando em um clima festivo. Essa passagem dos registros graves para os registros agudos representa a ressurreição, a mudança de estado de Cristo, da morte para a vida. E, independente do instrumento, para ressaltar a transição do clima fúnebre para uma atmosfera de alegria, pode-se executar as notas graves, do início do coro de modo bem denso. Wellerson Cassimiro
26 de mar. de 2013
Concerto de Harpa e Orquestra de Câmara
Da Revolução Francesa ao Impressionismo
Villa-Lobos, Grieg, Debussy e Guerra-Peixe foram alguns dos compositores que tiveram suas obras interpretadas no concerto de Harpa e Orquestra, realizado ontem à noite (25), no Teatro Pró-Música, em Juiz de Fora (MG). Sob a regência de Nerisa Aldrighi, a Orquestra de Câmara Pró-Música executou a “Suite Holberg”, de Edward Grieg (1843-1907), e “Pavante Pour une Enfant Défunte”, do impressionista Maurice Ravel (1875-1937). A harpista convidada, Vanja Ferreira (RJ), acompanhou a orquestra no segundo momento do concerto, interpretando obras do também impressionista Claude Debussy (1862-1918) e a “Ária em Estilo Clássico”, do compositor francês Marcel Grandjany (1891-1975), composta originalmente para harpa e órgão. Mesmo com a forte chuva que caiu antes da apresentação, o Teatro Pró-Música ficou lotado. E, aplaudida de pé, a orquestra encerrou o concerto com a peça “Mourão”, de Guerra-Peixe. Wellerson Cassimiro.
5 de mar. de 2013
05 de Março - Dia Nacional da Música Clássica
Comemora-se nesta terça-feira (05), o Dia Nacional da Música Clássica, também, data do nascimento do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos. Na verdade, não foi uma coincidência. Esta comemoração foi criada por iniciativa do Grupo VivaMúsica! que, a partir do ano de 2005, realizou uma consulta nacional aos profissionais eruditos, sugerindo três datas para a criação do Dia Nacional da Música Clássica. Dados do site VivaMúsica! revela que as três opções foram as datas de aniversários dos seguintes compositores: Antônio Carlos Gomes, Villa-Lobos e José Maurício Nunes Garcia. No entanto, a data de nascimento de Villa-Lobos, venceu com ampla maioria dos votos.
Heitor Villa-Lobos ficou mais conhecido como um revolucionário que provocou um rompimento com a música acadêmica brasileira. Ele é o principal responsável pela descoberta de uma linguagem musical peculiar. Em suas obras há a presença de elementos das canções folclóricas, populares, indígenas e sons da fauna e flora nacional. As viagens que fez pelo interior do país influenciaram suas composições. Entre elas, destacam-se: "Bachianas Brasileiras", "Cair da Tarde", "Evocação", "Quadrilha", "Xangô", "Miudinho", "Remeiro do São Francisco", "Canção de Amor", "Melodia Sentimental" e o famoso "Trenzinho Caipira". Heitor Villa-Lobos é considerado o maior representante da música modernista no Brasil e suas obras revelam o verdadeiro espírito nacionalista. Wellerson Cassimiro
3 de mar. de 2013
Johann Bernhard Bach - o primo pouco lembrado
Pouco lembrado em festivais de música barroca e tão pouco mencionado em livros de música erudita, no entanto, não menos importante e produtivo, Johann Bernhard Bach foi um exímio compositor alemão, e primo de segundo grau do virtuose organista Johann Sebastian Bach. A família Bach é conhecida por ser uma dinastia de talentosos músicos e compositores. Até mesmo, a ovelha negra da família, Wilhelm Friedemann Bach, tem o seu merecido reconhecimento, através das obras “Fantasia para cravo em C menor”, as “Danças alemãs para cravo em sol menor” e a peça “Cravo Suite em Sol menor”.
Bernhard nasceu em Erfurt, a 23 de maio de 1676, e recebeu as primeiras aulas de música de seu pai, Johann Aegidus Bach, violinista, organista e diretor da orquestra da Corte. Em 1695, aos 19 anos, o jovem assumiu o cargo de organista em Erfurt. Não obstante, em 1703, período de transição do barroco para o classicismo, Bernhard substituiu Johann Christoph Friedrich Bach como, organista em Eisenach, e também como cravista na orquestra da Corte. O início do século XVII marca a popularização do pianoforte, mais tarde conhecido como piano, e o desuso do cravo para os acompanhamentos da execução do baixo contínuo.
Quanto às suas composições, infelizmente, boa parte se perderam. Contudo, de suas peças mais célebres, sobreviveram as quatro suites orquestrais, que revelam todo o potencial de composição do primo do “Pai da Música”. Desta obra, destaco a surpreendente Suite nº2, que se apresenta menos densa e de leves contrastes, além de revelar uma espécie de afastamento da tradicional arte barroca do claro e o do escuro. Wellerson Cassimiro.
15 de fev. de 2013
29 de jan. de 2013
Opus 1 - Prelúdios de um Minimalismo Urbano
Durante toda a História da Música, nota-se os mais diversos gêneros musicais, que permeiam tanto o meio erudito quanto o popular, como as óperas, oratórios, choros, sonatas, sinfonias, modinhas, concertos, missas dentre outros. Os chamados Prelúdios, entretanto, amiúde curtos e com tema único, é o destaque desta publicação. Estes gêneros caracterizam-se por serem obras que antecedem um evento musical maior. Nos séculos XVII e XVIII, por exemplo, era comum os prelúdios acompanharem os balés e as óperas.
E, desde os tempos medievais, principalmente, no meio religioso, os prelúdios se destacam e servem como convites musicais, que anunciam às pessoas presentes dentro e fora do templo que a celebração litúrgica está prestes a começar. Esta tradição, de executar uma peça vocal ou instrumental antes das cerimônias religiosas, atravessou séculos e, ainda hoje, é um hábito corriqueiro nas igrejas e comunidades religiosas mais ortodoxas.
Criticado e, severamente, ridicularizado pelos compositores e músicos mais conservadores da década de 1960, o Minimalismo surgiu como forma de ruptura com a corrente conservadora de se fazer e executar música. À época, no cenário mundial, em especial, nos países das Américas, havia extrema diversidade cultural e de diferentes ideologias, que vieram à tona de modo súbito, pois em meio aos artistas, pensadores e estudiosos, predominava o sentimento de busca pela novidade (CERVO, 2005). Era um momento de forte ebulição cultural, político, econômico e, claro, também religioso. E as manifestações de toda espécie, rapidamente, se multiplicavam (BARSA, 1975). Como exemplo, temos o Brasil que assistia a saída do Estado Novo, da política progressista do presidente Getúlio Vargas e via surgir o Regime Militar, com o golpe de 1964. Não obstante, os países do Reino Unido anunciavam a posse de uma bomba atômica; Marilyn Monroe polemizava o universo das vitrines de moda, ao deixar à mostra, boa parte de seu corpo através de vestidos transparentes. E, mesmo com a repressora maioria conservadora, os mais corajosos lutavam por ideais esquerdistas e anarquistas, que encantavam os jovens de todo o mundo, tendo como resultado movimentos artísticos variados, como os festivais de música que lotavam auditórios e grandes campos naturais (BARSA, 1975).
E, a expansão dos temas, novos tipos de fontes fonográficos, documentários, programas de televisão e o crescimento do mercado cinematográfico, foram ainda aspectos que proporcionaram o fortalecimento do Minimalismo (ASSIS, 2009). Em seu artigo, “O Minimalismo e suas técnicas composicionais”, Dimitri Cervo afirma que o Minimalismo é o fruto de toda esta década de transformações e buscas incessantes por ideais de liberdade cultural, que atingiu os mais diversos segmentos artísticos, como na pintura, fotografia e cinema. Em especial, na música, o Minimalismo surgiu nos Estados Unidos (EUA) pelas mãos de quatro compositores Steve Reich (1936), LaMonte Young (1935), Philip Glass (1937) e Terry Riley (1935). Este novo estilo incentivou a produção musical de novos compositores e está, intimamente, ligada à música eletrônica (CERVO, 2005). Amiúde, a música Minimalista tem como característica a repetição permanente de poucos compassos, com pequenas variações através de grandes períodos de tempo e ritmos quase que hipnotizantes (CERVO, 2005).
Acredito que o maior valor do estilo Minimalista, tanto musical quanto nas demais áreas da Arte – pintura e fotografia, por exemplo - é justamente este rompimento com o conservadorismo. É lançar um olhar diferenciado sobre o mundo. É olhar um mesmo objeto sobre diferentes ângulos. Na música, proporcionou uma devida abertura para aqueles músicos e compositores que até então demonstravam seus virtuosismos em espaços alternativos como, exilados do cenário musical; renegados por uma sociedade de valores ambíguos, como sendo menos importantes do que os compositores tradicionalistas. Contudo, não demorou para que este novo estilo alcançasse os ambientes mais elitizados dos grandes centos urbanos. Desse modo, como forma de expressão libertária, segue este “Opus 1 – Prelúdios Minimalistas”, no qual resolvi atribuir ao gênero musical e tradicional prelúdio, as características primordiais do movimento Minimalista.
4 de jan. de 2013
31 de dez. de 2012
Hino Ano Novo
"Rompe a aurora, vai-se embora mais um ano e outro vem"
Chegamos a outro 31 de dezembro. Ouve-se em diversos lugares a música em alto volume, fogos de artifícios antecipados e reuniões festivas. Alguns pessoas vão rumo ao agito do litoral enquanto outras preferem o ambiente calmo das pequenas cidades, no interior dos Estados. Alguns, ainda, escolhem passar a virada do ano dentro das igrejas, em vigília e adoração. E, quanto à música, as famosas liturgias não ficam a deixar em nada. Dos inúmeros louvores, cânticos e canções, entretanto, destaco aqui apenas uma peça musical, desta vez.
Escrita pelo músico norte-americano, Henry Tucker, a obra "Ano Novo", no título original “Joy-Bells", apresenta uma estrutura melódica diversificada e alegre, remetendo a uma explosão de fogos de artifício, logo após a contagem regressiva. Literalmente, sua música anuncia a chegada do novo ano. Composto para o canto congregacional, originalmente em bemol e em allegro, em meados do século XIX, o hino é constituído por três estrofes e um refrão. E, revela um clima festivo já nos primeiros compassos, com alguns acidentes pouco dissonantes. O destaque vai para a linha melódica do refrão, no qual pausas, notas de curta e de breve duração se intercalam de forma ligeira representando, desse modo, o estourar sequenciado dos fogos.
Tucker fez parte do coro, no naipe dos baixos, da Capela de São João, em Varick Street (EUA), em 1861, e entre os anos de 1850 a 1882, escreveu cerca de 121 canções e uma cantata; a peça “José no Egito”, em 1870. Henry Tucker morreu em 1882, no Brooklyn (EUA). Wellerson Cassimiro
19 de dez. de 2012
7 de dez. de 2012
Arquiteto Oscar Niemeyer
Morre aos 105 Oscar Niemeyer.
Morreu nesta semana, um dos mais célebres nomes da arquitetura contemporânea brasileira. E, por que não dizer um dos mais renomados arquitetos do mundo!? O brasileiro Oscar Niemeyer faleceu na noite da última quarta-feira (05), aos 104 anos. De estilo ousado e autor de inúmeros projetos de sucesso, como o Complexo arquitetônico do Eixo Monumental, o Palácio da Alvorada e o Congresso Nacional, em Brasília; o Memorial da América Latina, em São Paulo, e Complexo arquitetônico da Pampulha, na capital mineira, Niemeyer completaria 105 anos no próximo dia 15 de dezembro. Ele estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo (RJ), e a sua morte foi confirmada às 21h55.
Nascido em 1907, no Rio de Janeiro, o arquiteto era filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida. O seu primeiro projeto, “Obra do Berço”, construído no Rio de Janeiro, deu-se aos 30 anos de idade. E, o mais curioso foi que Niemeyer não recebeu dinheiro algum por este projeto. Pelo contrário, ainda teve que pagar por um conserto de parte da obra, que havia sido mal feita, pois não estava presente no momento da construção. Daí em diante, o jovem arquiteto não mais parou de desenhar e, a cada novo traço no papel, surgiam obras-primas quase que vivas. A partir de 2009, Niemeyer passou a ter a companhia da cadeira de rodas. Entretanto, não perdeu a alegria de viver e fazia o que mais lhe agradava: colocar na ponta do lápis seus pensamentos mais surpreendentes e inovadores: construções de sucesso. Wellerson Cassimiro.
4 de dez. de 2012
O Universo do Coral
Dezembro - mês dos corais
Enfim, outro dezembro. As festas e confraternizações de empresas e turmas de faculdades surgem de todos os lados. A reunião para a incansável festinha do "Amigo - Oculto" é inevitável. Não obstante, as lojas de departamento investem pesado na decoração. Sinos, pinheiros, bonecos gigantes de Papai Noel e música natalina povoam o ambiente, com o intuito de atrair consumidores e clientes em potenciais. Entretanto, outra forte característica dessa época e, que já consagrou-se como uma tradição, são as cantatas de Natal protagonizadas por inúmeras formações corais. Quartetos, quintetos e grandes corais cantam em igrejas, praças, shopping e centros financeiros levando ao público uma mensagem cantada sobre o Natal. É claro que, no repertório, não podem faltar aquelas canções preferidas, como “Noite Feliz”, “Panis Angelicus”, “Oh Holy Night”, “Adeste Fidelis”, “Surgem Anjos Proclamando” e a música “Então é Natal”.
A origem do canto coral
Segundo os registros da Universidade de São Paulo (USP), o canto coral é o mais antigo entre os gêneros musicais e a sua prática está ligada aos cultos religiosos e às danças sagradas no Egito Antigo e na Mesopotânia. A bem da verdade, o termo Choros nasceu na Grécia antiga e diz respeito aos grupos de cantores e dançarinos que uniam suas vozes para formarem melodias distintas entre si. Contudo, essa terminologia ultrapassou os limites religiosos e, rapidamente, foi inserido nos eventos mais populares. De acordo com os documentos da USP, o Cristianismo, por sua vez, utilizou-se desse estilo musical com a intenção de transmitir mensagens litúrgicas e atrair mais fiéis para a igreja em expansão, depois que o imperador romano Constantino I permitiu a liberdade de culto, ainda, no ano 313. Desse modo, dentro dos templos cristãos surgiram verdadeiras escolas de canto coral. A primeira delas foi fundada pelo papa Silvestre I, no século IV.
Atualmente, existem diversas formações corais, como coros independentes, corais étnicos, coros de gêneros, corais profissionais oficiais, corais universitários, coros de igreja, corais de empresas, corais etários, e o coral Meninos Cantores. Este último está ligado a Igreja Católica Romana e, praticamente, extinto. É formado por meninos e homens. Os meninos cantam a melodia do soprano e contralto, que são vozes mais agudas, destinadas às mulheres. Já os homens executam a música destinada aos tenores e baixos, que representam a parte grave da obra.
Um coral ou coro é formado por um grupo de cantores, chamados de coralistas, termo derivado da palavra coral, ou coristas, terminologia derivada da palavra coro. Estes cantores são divididos em naipes (conjunto) segundo a tessitura de suas pregas vocais; ou seja, um conjunto de notas que um cantor consegue articular sem esforço. As vozes são divididas do mais grave para o mais agudo. As vozes masculinas são classificadas em Baixo, Barítono, Tenor, Contratenor e Sopranista. Já as vozes femininas estão divididas em Contralto, Mezzo-soprano e Soprano. No entanto, amiúde, para o canto coral utiliza-se apenas quatro naipes de vozes, formados por Baixo, Tenor, Contralto e Soprano. Porém, em algumas formações, podemos encontrar uma subdivisão no naipe do Soprano, resultando em 1º Soprano e 2º Soprano.
Disciplina e disciplina
E, enganam-se aqueles que pensam que a vida de coralista é fácil. Que é só chegar na frente do público e, simplesmente, cantar. Pelo contrário, o coral significa acima de tudo disciplina. Tanto os coristas quanto cantores de bandas, conjuntos e ministérios de louvor de igrejas precisam adotar uma rotina quase que militar. Além de um vasto estudo de teoria musical, segundo a professora de canto lírico, Cintia Scola, é recomendável que os cantores façam exercícios vocais regularmente em casa e sempre antes de cantar, seja em um ensaio, Karaokê, show ou em uma rodinha de amigos. Para a professora sair de casa com a voz aquecida faz toda a diferença. Ela ressalta, ainda, que alguns cuidados são necessários como, evitar líquidos extremamente gelados e exposição ao ar condicionado. Outra dica é consumir alimentos fibrosos, como a maçã que age limpando boca e faringe. Wellerson Cassimiro
Amém Quíntuplo - Semelhanças e Contrastes
O minimalismo no meio musical sacro
Muito usado para finalizar uma celebração religiosa noturna, os chamados “Améns” são melodias curtas destinadas ao canto congregacional e, fazem parte da cultura de diversas igrejas protestantes históricas. E, os seus estilos são os mais diversos possíveis. Estas peças variam conforme a tonalidade, acidentes e o número de “Amém” cantado em sequência. Os améns mais conhecidos são do compositor e organista Inglês John Stainer: o “Amém Quádruplo” (quatro améns executados), “Amém Tríplice” (três améns) e o “Amém Sétuplo” (execução de sete améns).
Um Amém Minimalista:
Entretanto, contrapondo ao tradicional objetivo dos “Améns” históricos, o “Amém Quíntuplo”, de minha autoria, possui o estilo minimalista e pode, também, ser executado como um prelúdio, ou seja, não só no final das celebrações religiosas, como antes dela. E, a sua principal característica é a dissonância entre os compassos, aspecto comum às músicas contemporâneas. Wellerson Cassimiro
31 de out. de 2012
2º Concurso de Piano Eduardo Tagliatti
E, chega à 2ª edição o Concurso de Piano Eduardo Tagliatti, que será realizado nos dias 10 e 11 de novembro, no Teatro da Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora. O concerto de abertura, na sexta-feira (09), às 20h, contará com a participação do pianista Silas Barbosa (RJ) e performance artística com o bailarino Marcos Vinícius (JF).
As provas de Piano e de Música de Câmara serão abertas ao público, na sede do teatro, na Rua Oscar Vidal, nº134, Centro. E, as incrições que devem ser feitas através do e-mail (concursoeduardotagliatti@yahoo.com.br) terminam amanhã, quinta-feira, 1º de novembro.
25 de set. de 2012
Cerimônia de abertura do Festcoros
Aconteceu na noite de ontem (24), a cerimônia de abertura do Festcoros que acontece todos os anos, a partir do segundo semestre. A cerimônia contou com a apresentação do Coro Municipal Juiz de Fora, Ensamble Vocal Cusco (Peru), Meninas Cantoras do Colégio Santa Catarina, Coral Angeli Coeli, Coral do Colégio dos Jesuítas, Vox Uomini, Coral Mater Verbi, Coral São Tarcísio, Coral da UFJF, Coral Santo Antônio, Coral da OAB, Coral Pró-Música, Coral Cesama, Coro Lírico da Ópera Carmen e CORAL PIBJF (1ª Igreja Batista de Juiz de Fora). A cerimônia de encerramento acontecerá neste próximo sábado (29), às 20h, no Forum Benjamin Colucci, no Parque Halfeld.
29 de ago. de 2012
25 de jul. de 2012
Pianos Bluthner - Uma quarta corda
O pianista da Yamaha Luiz Carlos Uhlik explica o funcionamento de um Bluthner
Segundo o Portal Concertino, o primeiro pianoforte, atualmente chamado somente de piano, data do ano de 1709, criado pelo fabricante de cravos Bartolomeo Cristofori. No início, esse novo instrumento de teclas não recebeu uma aceitação unânime. E os olhares de desconfiança eram muitos. Contudo, alcançou a sua popularidade depois do primeiro concerto público, em Londres, em 1768, dado por Johann Christian Bach, filho do virtuose organista e principal representante do estilo barroco, Johann Sebastian Bach. E, dessa data em diante, inúmeros pianos foram surgindo e sendo, cada vez mais, aprimorados seguindo à elevada exigência dos músicos e compositores. Hoje, as marcas são quase que infinitas e cada uma possuem as suas características peculiares, como é o caso do Piano Bluthner.
Segundo o pianista e músico exclusivo da Yamaha, Luiz Carlos Uhlik, as cordas agudas são a marca registrada dos pianos da marca Bluthner. “Ao invés de três cordas, como normalmente acontece com todos os pianos, um Bluthner tem quatro cordas”, revela. Ele explica, ainda, que o martelo toca as três cordas, como em todos os pianos. Entretanto, existe uma quarta corda, que é afinada uma oitava acima. “Ele simplesmente cria o som agudo mais cristalino que um piano pode produzir. O martelo toca as três cordas e, a quarta vibra, gerando um som totalmente inovador”, esclarece. Uhlik afirma que esta característica é a essência do Piano Bluthner. “É, sem dúvida, um dos mais impressionantes pianos do mundo”, encerra. Wellerson Cassimiro
Segundo o Portal Concertino, o primeiro pianoforte, atualmente chamado somente de piano, data do ano de 1709, criado pelo fabricante de cravos Bartolomeo Cristofori. No início, esse novo instrumento de teclas não recebeu uma aceitação unânime. E os olhares de desconfiança eram muitos. Contudo, alcançou a sua popularidade depois do primeiro concerto público, em Londres, em 1768, dado por Johann Christian Bach, filho do virtuose organista e principal representante do estilo barroco, Johann Sebastian Bach. E, dessa data em diante, inúmeros pianos foram surgindo e sendo, cada vez mais, aprimorados seguindo à elevada exigência dos músicos e compositores. Hoje, as marcas são quase que infinitas e cada uma possuem as suas características peculiares, como é o caso do Piano Bluthner.
Segundo o pianista e músico exclusivo da Yamaha, Luiz Carlos Uhlik, as cordas agudas são a marca registrada dos pianos da marca Bluthner. “Ao invés de três cordas, como normalmente acontece com todos os pianos, um Bluthner tem quatro cordas”, revela. Ele explica, ainda, que o martelo toca as três cordas, como em todos os pianos. Entretanto, existe uma quarta corda, que é afinada uma oitava acima. “Ele simplesmente cria o som agudo mais cristalino que um piano pode produzir. O martelo toca as três cordas e, a quarta vibra, gerando um som totalmente inovador”, esclarece. Uhlik afirma que esta característica é a essência do Piano Bluthner. “É, sem dúvida, um dos mais impressionantes pianos do mundo”, encerra. Wellerson Cassimiro
18 de jul. de 2012
A mídia - criadora ou criatura?
A mídia cria a cultura, ditando árduas regras de comportamentos sociais. Ou será que uma complementa a outra? A relação mídia e cultura ocorreria mais como uma interação ou regime totalitário? Na verdade; ora, a mídia prevalece sobre a cultura. Ora, ocorre um processo inverso. No entanto, baseado na teoria do agendamento, ou agenda setting, revelo pensamentos os quais indicam a mídia como pervesa criadora, e menos como uma vulnerável criatura. Somos vítimas e criaturas de nossos meios de comunicação. Somos aquilo que lemos, ouvimos e assistimos.
A mídia hoje é mais forte do que pensamos. Por todos os lados, somos cercados pelos recursos de comunicação, como televisão, internet, rádio, jornais e revistas. Observa-se que a cultura de um povo é modificada conforme as tendências midiáticas. E, os exemplos são os mais variados. Em seu livro “Televisão Subliminar, socializando através de comunicações despercebidas”, Joan Ferrés faz uma exímia crítica ao fascínio, sedução e encanto que os artistas exercem sobre as pessoas. Ferrés afirma que as pessoas assumem as identidades de seus ídolos e, como resultado negam as suas próprias identidades. Elas assumem comportamentos que surgem da TV e do cinema, exaltando esses artistas os quais, também, escravizados por suas próprias personagens. Tanto são celebridades quanto escravos da indústria cultural.
Artistas, como Silvestre Stalone e a cantora Cher se submeteram à cirurgia estética para melhor encarnar suas “personas midiáticas”. No caso de Stalone, por exemplo, as intervenções cirúrgicas ocorreram em seu rosto, para dar vida ao ideal bravo e heróico soldado norte-americano, defendo e lutando pelos interesses de sua pátria. Hollywood caracteriza-se como uma grande fábrica de estrelas, ídolos e herois. A televisão, todavia, dá continuidade a essa veneração através das novelas e seriados, como Lost, Barrados no Baile, Lances da Vida, Smallville, Glee e dentre outros.
Esses programas derramam fortes ideologias de uma cultura capitalista sobre a já exsistente, esmagando costumes. Os chamados Reality Shows, também, têm contribuído para esse processo de “desaculturação” nativa para surgir uma nova cultura. Uma cultura mista. Ao meu ver, ficar diante da televisão, assistindo a um grupo de pessoas, confinadas, discutindo, brigando e... deixa pra lá... (censurado) não acrescenta em nada ao desenvolvimento de um país que ainda amarga uma forte herança de seu período colonial. Concluo, desse modo, afirmando e ratificando os conceitos de Joan Ferrés, que uma cultura frágil e desacreditada é facilmente influenciada pela mídia dominada por grandes empresários. Ou melhor, dinastias midiáticas. Wellerson Cassimiro
A mídia hoje é mais forte do que pensamos. Por todos os lados, somos cercados pelos recursos de comunicação, como televisão, internet, rádio, jornais e revistas. Observa-se que a cultura de um povo é modificada conforme as tendências midiáticas. E, os exemplos são os mais variados. Em seu livro “Televisão Subliminar, socializando através de comunicações despercebidas”, Joan Ferrés faz uma exímia crítica ao fascínio, sedução e encanto que os artistas exercem sobre as pessoas. Ferrés afirma que as pessoas assumem as identidades de seus ídolos e, como resultado negam as suas próprias identidades. Elas assumem comportamentos que surgem da TV e do cinema, exaltando esses artistas os quais, também, escravizados por suas próprias personagens. Tanto são celebridades quanto escravos da indústria cultural.
Artistas, como Silvestre Stalone e a cantora Cher se submeteram à cirurgia estética para melhor encarnar suas “personas midiáticas”. No caso de Stalone, por exemplo, as intervenções cirúrgicas ocorreram em seu rosto, para dar vida ao ideal bravo e heróico soldado norte-americano, defendo e lutando pelos interesses de sua pátria. Hollywood caracteriza-se como uma grande fábrica de estrelas, ídolos e herois. A televisão, todavia, dá continuidade a essa veneração através das novelas e seriados, como Lost, Barrados no Baile, Lances da Vida, Smallville, Glee e dentre outros.
Esses programas derramam fortes ideologias de uma cultura capitalista sobre a já exsistente, esmagando costumes. Os chamados Reality Shows, também, têm contribuído para esse processo de “desaculturação” nativa para surgir uma nova cultura. Uma cultura mista. Ao meu ver, ficar diante da televisão, assistindo a um grupo de pessoas, confinadas, discutindo, brigando e... deixa pra lá... (censurado) não acrescenta em nada ao desenvolvimento de um país que ainda amarga uma forte herança de seu período colonial. Concluo, desse modo, afirmando e ratificando os conceitos de Joan Ferrés, que uma cultura frágil e desacreditada é facilmente influenciada pela mídia dominada por grandes empresários. Ou melhor, dinastias midiáticas. Wellerson Cassimiro
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