Matrix, Avatar, Titanic e 300. Todos, longas-metragens hollywoodianos, ganharam destaque nas bilheterias dos cinemas e chamaram a atenção por causa de sua produção. Reproduzir um grande naufrágio épico com inúmeras mortes, criar um mundo totalmente psicodélico, imaginário, ou simular grandes batalhas quase que medievais seriam bem mais difícil se não fosse pela presença dos modernos softwares de alterações digitais. A manipulação imagética chegou às telas do cinema no final da década de 90 e ganhou forças no início do atual século. Até mesmo alguns diretores de novelas já aderiram aos recursos de manipulação digital.
Feliz, ou infelizmente, esta técnica chegou ao jornalismo. Empresas jornalísticas, instituições até sérias, em nada sensacionalistas, se apoderaram desse recurso. A manipulação digital, no entanto, se consagra como uma via de mão dupla. Criado para suprimir possíveis falhas como, baixa iluminação ou olhos vermelhos, estes softwares, por vezes, são empregados de forma equivocada e até tendenciosa, criando e alterando cenários e elementos de composição. O resultado é incômodo e, algumas vezes, processos judiciais. Para o jornalismo diário a principal perda é a credibilidade e a veracidade das informações imagéticas, algo precioso para esta ciência social.
Acredito que a “manipulação” mais perfeita ocorre no momento exato da captura dos fatos. A experiência do fotojornalista fez com que ele registre cenas inusitadas e curiosas, dignas de prêmios. Alterar as imagens arquivadas em computadores é fácil. O Photoshop, por exemplo, criado em 1987 por Thomas Knoll, a cada ano torna-se mais fácil o seu manuseio. Em segundos retira-se uma pessoa, objeto da imagem ou até amputa-se membros do corpo. O difícil é produzir fotografias bem estruturadas no ato captura contendo uma informação explícita e uma opinião implícita, sem lançar mão dos recursos de softwares. Wellerson Cassimiro.
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