As expressões de intensidade que fazem toda a diferença
“Astros, anjos, céus entoam hino eterno a Ti, Senhor”. É o que propõe Henry Van Dyke (1907) na primeira estrofe do hino Coroação (Hymn to Joy), baseado no livro de Salmos 32:11. Nesta versão, constituída por três estrofes, sem refrão, adaptada por Isaac Nicolau Salum (1940), a peça revela a supremacia de Deus e as maravilhas de suas criações. E a música que acompanha esse texto faz parte do arranjo do quarto movimento – Andante - da Nona Sinfonia do compositor alemão Ludwig Van Beethoven.
Uma das principais características desta peça coral (se não for a principal) são as expressões de intensidade mezzo-forte e forte que são sustentados durante toda a interpretação. Os arranjos vocais são executados pelo tenor e soprano. Entretanto, na adaptação de Olivier Toussant, estes mesmos arranjos ficam a cargo somente do contralto e do soprano. Vale ressaltar, sem exagero, que o pedal sincopado é imprescindível.
Um Mito
Trechos desta fantástica peça são popularmente conhecidos. Creio que por dois motivos. Primeiro, pela história quase mítica que ronda a obra. Alguns relatos mencionam que, Beethoven compôs e regeu a Nona Sinfonia totalmente surdo. Ele não notou os aplausos ao final da peça, pois atrasado ainda regia a orquestra que já finalizara a música. Foi preciso então, uma contralto - Caroline Unger - ter ido a ele e o virado em direção ao público, para notar os aplausos.
Segundo, pela sua repetida execução em diversos festivais de música e a sua inserção em produções hollywoodianas. Como exemplo, no longa-metragem “Mudança de Hábito 2 - De Volta ao Convento” ( Sister Act 2: Back in the Habit), com Whoopi Gooldberg, no qual esse arranjo é cantado duas vezes em um concurso de corais. Esta foi a última sinfonia composta pelo alemão, compositor do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX). Beethoven morreu três anos depois da estreia da Nona Sinfonia, aos 57 anos. Wellerson Cassimiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário