Composta em quatro atos, a ópera “Carmen”, do compositor francês Georges Bizet, tem atravessado gerações com força e atraído cada vez mais um grande público aos teatros. Ao lado das obras “A Flauta Mágica”, do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, e “Nabucco”, do romântico italiano Giuseppe Verdi, “Carmen” é uma das óperas mais montadas. E, nesta próxima sexta-feira(06), às 20h, no Cine-Theatro Central, os moradores de Juiz de Fora poderão revivenciar os talentos de dança e canto de uma cigana que usa dessas artes para encantar os homens.
Denominado de “Cenas Líricas”, o projeto desenvolvido e coordenado pela regente e preparadora vocal, Patrícia Guimarães, tem como objetivo apresentar as óperas de forma mais reduzida, as árias e duetos são independentes, sem a obrigatoriedade de uma montagem completa. “Encontrei o termo em uso para a seleção das peças mais conhecidas de uma ópera: pocket-ópera”, explica. Professora de Canto Lírico há 10 anos, Patríca percebeu que havia muito potencial em seus alunos, os quais ficavam sem espaço para participar de produções operísticas, por ser um hábito somente dos grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. “Sendo Juiz de Fora uma cidade cultural e com um curso de canto lírico gratuito, em um conservatório estadual, comecei a desenvolver esse projeto. Fizemos a seleção, convidamos os cantores da comunidade, alunos e ex-alunos. E, assim, vimos desenhar a possibilidade de se fazer uma montagem de ópera na cidade”, revela.
Segundo a regente, essa ópera de Bizet foi escolhida por ter muitas melodias já conhecidas, como por exemplo a famosa Habanera. “A escolha foi pensando em atrair um público até então desconhecido. Sabíamos, por certo, que Carmen agradaria”, disse. Patrícia ainda revelou que os ensaios já acontecem há um ano e meio, e a apresentação integral no formato "pocket" ocorreu último Dia das Mães, no jardim do Museu Mariano Procópio. “Foi muito gratificante ver 850 pessoas nos ouvindo atentamente e, pasme, a maioria estava em pé!”, afirma.
E, SOB AS BATUTAS, UM RÁPIDO BATE-PAPO
Jornalismo Etc: Os cantores solistas, integrantes do coro e músicos são todos de Juiz de Fora?
Patrícia: Esse foi um dos alicerces do Projeto "Carmen" - usar solistas e cantores líricos locais. São todos de Juiz de Fora, ou seja, tem uma forte ligação com a cidade, nascidos aqui e oriundos da Zona da Mata. Eu mesma sou de Leopoldina, mas moro em Juiz de Fora há exatos 10 anos.
Jornalismo Etc: As obras operísticas são bem aceitas na cidade?
Patrícia: Depois do público no Museu, uma hora e quinze de espetáculo, percebemos que ninguém desistiu de ouvir Carmen. Todos permaneceram até o final, interagiram com a história, aplaudiram, choraram. São relatos que encontramos pessoalmente depois da apresentação. Uma boa surpresa!!!
Jornalismo Etc: Vocês pretendem dar continuidade a este projeto com montagens de outras óperas?
Patrícia: Com certeza! O sucesso de Carmen vem nos impor desafios de não pararmos. O grupo quer mais e as pessoas já perguntam pela próxima produção. Mas, vamos devagar e com capricho. Ópera se faz com dedicação e isso leva tempo. Estamos garimpando um terrreno novo para nós - público, patrocínio. Esperamos revelar pedras preciosas nas vozes de cantores da comunidade.Agradecemos o carinho com essa primeira aposta em CARMEN.
Jornalismo Etc: Além da apresentação no Museu Mariano Procópio e no Cine-theatro Central, haverá outras apresentações de Carmen?
Patrícia: Esperamos continuar, sim. Vai depender de convites, pois a verba que o projeto obteve através da Lei Murilo Mendes só nos possibilitou a apresentação no Central. Não tivemos custo com a apresentação no Museu. Isso foi um presente dos céus!!!
Os ingressos para essa apresentação de "Carmen" podem ser retirados e trocados por 1 Kg de alimento não perecível, no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas ou na Igreja Metodista Central.
2 comentários:
Excelente matéria! Fico feliz em saber que eventos como esses são divulgados de uma forma séria e competente. Abraços!
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