Superação. Esta é a palavra-chave do filme “127 horas”, dirigido por Danny Boyle, o mesmo diretor de “Quem Quer Ser Um Milionário”. O longa-metragem narra a surpreende história real do alpinista norte-americano Aron Ralston Lee, que sofreu uma queda em um desfiladeiro no deserto de Utah, nos Estados Unidos.
Durante cinco dias, Ralston ficou com o braço direito preso, pressionado sob uma grande pedra, no Bluejohn Canyon. Isolado, ele começa a fazer uma retrospectiva da sua vida, relembrando amigos, família e duas caminhantes que conheceu nessa viagem, antes do acidente. Para sobreviver, o montanhista amputou seu braço com uma faca que levava na mochila, reuniu o que restava de suas forças e correu em busca de ajuda. Para sair da fenda, escalou um paredão com 200 metros e caminhou mais de 12 km antes de avistar o primeiro grupo de montanhistas, depois de 127 horas. O incidente com Aron está documentado na autobiografia “Between a Rock and a Hard Place”, lançado em 2004. Entretanto, apesar da bela história de superação física, emocional e a luta pela vida, o filme está despertando discussões.
Em entrevista ao jornal "Daily Telegraph", o chefe do setor de urgência e emergência do hospital St. Vincent, em Sidney, Austrália, Gordian Fulde afirmou que a cena em que Aron Ralston, interpretado pelo ator estadunidense James Franco, mutila seu braço não é indicado para algumas pessoas devido ao realismo. Segundo Fulde as imagens podem provocar queda de pressão, perda de oxigênio e sangue no cérebro, e posterior colapso em todo o sistema nervoso. Durante a semana de estreia do longa, o hospital australiano atendeu três pessoas que sofreram desmaios, vômitos e até um ataque epilético dentro do cinema.
Contudo, mesmo com esses casos pontuais e uma pequena falha técnica no filme, na cena logo após o queda de Aron no desfiladeiro, envolvendo um relógio de pulso, vale a pena conferir a superação do alpinista. Wellerson Cassimiro.
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