26 de set. de 2011

Das quiálteras de Bach aos legatos de Ice MC

Década de 1990 e os famosos bailes de matinês estão lotados. A moda entre os adolescentes é fazer os “passinhos” eternizados pela House Music. De repente, uma pausa, um grito e um leve solo de piano. Em seguida, um potente som de órgão de tubos espalha pelo ar denso pela fumaça de efeitos e, dita o ritmo da batida. Ahn... como? Órgão?

É sim. Historicamente, associado aos serviços da igreja, a arte organística sempre ocupou lugar de destaque nas músicas sacras. Nos concertos, do período barroco, o órgão e cravo desempenhavam a função do baixo contínuo. Atualmente, suas versões mais modernas como, os órgãos positivos, eletrônicos e sampliados continuam como os preferidos no acompanhamento do momento litúrgico das igrejas mais tradicionais.

Saindo da igreja

Entretanto, no auge do Eurodance, três séculos após o fim do estilo barroco, o órgão saiu da igreja e invadiu as pistas de dança. Ou pelo menos o seu som. Foi o que fez o cantor britânico Ian Campbell (Ice MC), ao inserir notas em legato com som de órgão ao longo de toda a canção pop “É um dia chuvoso” (It's a Rainy Day). A melodia deste arranjo ainda vinha acompanhada de cinco acordes finais, crescentes, anunciando o vocal masculino.

Gravada e lançada no ano de 1994, “É um dia chuvoso” fez grande sucesso nas baladas jovens nos anos 90, alcançando o Top 10 na França e na Holanda, e foi o hit Top 15 na Áustria, Suíça e Alemanha. Nos vocais, o britânico contou com a participação da cantora Alexia. Também conhecido como Eurohouse ou Eurotechno, este gênero musical foi uma das ramificações da música eletrônica, que se originou no final dos anos 80 e se consolidou no início dos anos 90, especialmente, na Europa. A sua forte característica é a utilização de vocais melódicos, combinado com tecnologia de sintetizadores. Wellerson Cassimiro

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