Hoje completam-se 220 anos da estreia da ópera “A Flauta Mágica” (K.620), escrita em dois atos pelo compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, e que já ganhou inúmeras montagens, das mais tradicionais às mais futurísticas. Até hoje, a sua música de abertura, com os três fortes acordes no primeiro compasso, é considerada por muitos musicólogos como a melhor abertura de óperas. No entanto, outras árias também chamam atenção como, a ária do dueto do caçador de pássaros Papageno e sua amada Papagena.
A primeira apresentação da ópera aconteceu na cidade de Viena, em 30 de setembro de 1791, no Theater Auf der Wieden. Infelizmente, precocemente, Mozart morreu três meses depois da estreia de sua obra. Acredito que a primeira ideia (como um rascunho) de “A Flauta Mágica” surgiu em 30 de agosto de 1773, quando o jovem pianista, aos 17 anos, foi apresentado ao amigo do poeta Von Gebler, que lhe mostra o libreto de um drama sob o nome de “Thamos, Rei do Egito”. As semelhanças entre ambas as obras são curiosas. Na história de Von Gebler, o Grão-Mestre dos iniciados se chama Sethos e venera o sol, expressão mais visível do poder criador. A sacerdotisa do astro do dia, sua filha, havia sido raptada. Apaixonado por ela, o príncipe Thamos deveria arrancá-la dos demônios das trevas, decididos a destruir os iniciados. Quando ocorresse o casamento do príncipe com a sacerdotisa, a Luz triunfaria. Observa-se as semelhanças entre Sethos, Sacerdotisa e Príncipe Thamos com os personagens de A Flauta Mágica: Sarastro, Pamina e Príncipe Tamino, respectivamente.
As Rainhas da Noite de Wolfgang

Com o libreto alemão de Emanuel Schikaneder, “A Flauta Mágica” é a ópera maçônica de Mozart. A obra está repleta de simbologia, a começar pela música da abertura. Schikaneder era companheiro de loja maçônica de Mozart. À época, por influência da Revolução Francesa, a maçonaria adquiria simpatizantes ao mesmo tempo que era perseguida. Em um breve resumo, a ópera mostra a filosofia do Iluminismo. Os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa transparecem em vários momentos na obra, por exemplo, quando o caráter de Tamino é questionado por ser um príncipe, e que por tal motivo talvez não conseguisse suportar as duras provas exigidas para entrar no templo de Sarastro. Em sua defesa, Sarastro responde: "mais que um príncipe, é uma pessoa".
O jovem prodígio

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