Nem Beethoven, Mozart, Chopin ou Ravel. O compositor que destaco, desta vez, é um dos maiores nomes da música erudita brasileira. Talento e virtuosidade não lhe faltaram. Nasido na cidade de Rio de Janeiro, a 22 de setembro de 1767, filho de uma escrava, o Pe. José Maurício Nunes Garcia elevou a condição musical brasileira ao mesmo posto ocupado pelas melodias europeias. Foi compositor de música sacra que viveu a transição entre o Brasil Colônia e o Brasil Império. Uma de suas melhores composições é o “Officium 1816”, em ré menor, composta para os funerais da rainha D. Maria I, que foi um momento histórico de extrema importância, pois resultou na proclamação de D. João VI no ano seguinte, em 1817.
Esse Réquiem teve sua primeira edição, numa versão para canto e órgão, realizada em 1898 em Leipzig, na Alemanha, pelo compositor Alberto Nepomuceno, pianista, organista e regente, considerado o "pai" do nacionalismo na música erudita brasileira. Sem sombra de dúvidas, a obra em seu todo é inquestionável. No entanto, destaco as melodias “Introitus” e “Agnus Dei”, que ao contrário das demais obras fúnebres, em especial europeias, são menos densas.
O período mais produtivo de Nunes Garcia foi entre os anos de 1808 e 1811, durante o qual ele compõe cerca de setenta obras. Não obstante, três anos após a primeira execução de seu Officium, Nunes Garcia dirige a estreia, em solo brasileiro, do famoso Réquiem K.626, do austríaco Wolgang Amadeus Mozart. E, os comentários fervorosos sobre a exímia interpretação e regência do padre chegaram à terra natal de Mozart. Em 1826, Nunes Garcia compôs sua última obra, a Missa de Santa Cecília. O virtuose sacerdote morreu em 18 de abril de 1830. Wellerson Cassimiro.
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