2 de fev. de 2010

Diana Damrau e A Flauta Mágica

Desde a sua estreia, em 30 de setembro de 1791, a ópera “A Flauta Mágica”, de Wolfgang Amadeus Mozart, tem sido interpretada por inúmeros cantores líricos e orquestras. Presente em três árias dessa obra maçônica, a personagem Rainha da Noite é de forte personalidade, de ar soberano, impiedoso e manipulador.

Em sua primeira ária, a rainha conversa com o príncipe Tamino, tentando persuadi-lo de suas ideias: o resgate da princesa Pamina e, consequente, assassinato de Sarastro, sacerdote dos templos de Ísis e Osíris (deuses egípcios). As fortes e crescentes notas anunciam a chegada da Rainha, acompanhadas pelos sons de trovões. As três damas de companhias da Rainha logo se calam. Em sua segunda ária, a Rainha mantém suas armas de persuasão. Ela induz princesa Pamina a matar Sarastro, com um punhal. Mais uma vez, a personagem revela seu poder manipulador, sucumbindo o amor maternal. A jovem e inocente Pamina fica perturbada em executar esse homicídio.

Ao longo dos tempos, são diversas as cantoras que interpretaram a “Rainha da Noite” como, Érika Miklosa, Gruberova, Natalie Dessay e Diana Damrau. Contudo, nem todas elas apresentaram exímio talento em suas atuações. Gruberova, por exemplo, força sua interpretação durante a segunda ária e, quase sai do tom das notas agudas. Sua atuação não convence o publico de que Pamina deve matar Sarastro. Érika Miklosa, em uma encenação ao ar livre no Festival de ópera de St. Margarethen, em 1999, também não deve sucesso. Sua atuação falha logo no primeiro ato, cabendo ao tenor Michel Kurz (Tamino) sustentar o encanto do libreto. Considerando técnica vocal e interpretação a cantora Diana Damrau apresentou um melhor trabalho dentre as cantoras citadas. Em concerto comemorativo do nascimento do compositor austríaco, no Royal Opera House, em 27 janeiro de 2003, sua atuação dispensa comentários. Damrau, verdadeiramente, incorpora sua personagem e vive a história do libreto, demonstrando não só seu poder vocal. Mas, também, talento para a interpretação. Suas expressões faciais não deixam dúvidas. Wellerson Cassimiro

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