29 de nov. de 2008

O rádio, a publicidade e sua existência

Desde a sua criação, oriundo do telegráfo, emergente da Primeira Guerra Mundial, o rádio exerceu grande influência sobre a sociedade. Tendo como base, para a sua oralidade, a escrita, as informações radiofônicas ultrapassaram as fronteiras geográficas, oferecendo publicidade, entretenimento e, proporcionando a imagem de onipresença de instituições públicas, privadas, cantores e figuras políticas.
O presidente Getúlio Vargas utilizou, largamente, os recursos oferecidos pelo rádio, como as radionovelas e o programa radiofônico nacional "A Voz do Brasil”. Foi o rádio o meio de comunicação que mais manteve a presença de Vargas na mídia, dando ao presidente a imagem de onipresença nas casas dos brasileiros. Em paralelo com os dias atuais, a radiodifusão é o setor em que a presença do Estado ganha visibilidade.

  • A Época de Ouro:

                            Ainda, é possível relembrar, na década 40, a importância desse meio de comunicação na vida dos brasileiros. Muitas famílias assentavam-se ao redor do rádio, exposto na sala como um troféu, para ouvi-lo. As pessoas colocavam suas melhores roupas para nem saírem de casa. O rádio era a sua principal fonte de informação. Este revelou muitos artistas que fomentaram o seu desenvolvimento, como Emilinha Borba, Abelardo Barbosa, Chico Anísio, dentre outros. Tal período foi marcado como a Época de Ouro do rádio. A radionovela era a “menina-dos-olhos”. Os programas de auditórios permaneciam lotados. Em meados da década de 60, o rádio alcançou lugares longínquos que a televisão não chegou. O rádio fez com que a sociedade ficasse unida, apesar de sua implantação ser marcada pelo domínio da elite brasileira. O mais simples dos humanos não tinha acesso a essa tecnologia.
Transcorreram-se muitos anos e mudanças surgiram. Atualmente, o rádio é caracterizado pelo seu dinamismo e, frente ao Jornalismo, a velocidade é o fator principal desse meio. Logo, em emissoras radiofônicas que possuem departamentos jornalísticos, com cobertura factual, o processo de produção de notícias é veloz, fazendo com que seus profissionais tenham agilidade. Desse modo, o jornalista que pretende ingressar nesta área precisa observar alguns aspectos importantes como, a oralidade, capacidade de improvisação, popularidade (carisma junto ao público) e o imediatismo.

  • Publicidade radiofônica:

                           Outro fato, anexo ao processo radiofônico, observado recentemente, é a publicidade que inicia uma jornada para se fortalecer nas ondas do rádio. A televisão, ainda, absorve grande parte do bolo publicitário. Entretanto, nota-se cada vez mais, importantes empresas unindo-se às emissoras de rádio. Diariamente, surgem jingles e recursos sonoros criativos e diferenciados em busca da atenção do ouvinte. O rádio é um dos mais fortes meios de comunicação de massa, capaz de exercer grande influência.

  • Sua existência:

                            Indagações sobre a sua existência foram feitas quando surgiu a televisão. Contudo, o rádio fortaleceu ainda mais e, hoje, percebemos sua importância unida a outros meios midiáticos como o surgimento das webrádios. O processo de radiodifusão uniu-se à internet que caminha para uma ascensão.
A todo instante, as pessoas permanecem conectadas ao rádio, ouvindo suas músicas e programas preferidos, campeonatos de futebol e noticiários, através de MP3, MP4, Ipod’s, celulares - nas ruas, dentro dos ônibus, repartições públicas etc - dentro de seus automóveis e em casa - pelos aparelhos microsystem ou navegando na internet, conectadas às webrádios - enquanto praticam atividades seculares.
                          Assim, na pós-modernidade, o rádio vai conquistando mais espaço aliado aos recursos digitais, anunciantes e à sua popularidade histórica.


 

14 de nov. de 2008

Violência como produto



Observa-se que a violência é algo muito presente em dias atuais, sendo a juventude vítima e cúmplice das crueldades desse ato. Cada vez mais, jovens estão ingressando, em grupos ou isolados, em brigas, assaltos, tráfico de entorpecentes, além de posse ilegal de armas. Ser violento é ter poder. Quase que um status social.
As grandes metrópoles brasileiras assistem a um crescente número de atos cruéis, sem motivos claros, praticados por jovens. Tudo é sinônimo para furtar e assassinar. É preciso ressaltar que a violência não é exclusividade dos jovens das periferias. Engana-se quem assume a teoria de que os maiores causadores de violência são adolescentes, moradores das chamadas favelas. Muitos jovens de classe média e alta, primogênitos de médicos e magistrados, também praticam tais atos insanos, como o caso dos jovens da cidade de Brasília, que atearam fogo em um índio, enquanto esse dormia em um banco. Por outro lado, a mídia bate palmas para tantos atos de violência. Ocorre uma espetacularização da criminalidade nacional, como no recente seqüestro de Eloá e Nayara. Houve exacerbada apresentação do fato transformando-o em uma atração circense.
Na atualidade, a violência ganha as manchetes dos principais impressos, além de cobertura em tempo real dos fatos, através da Tv e da Internet. A busca pela audiência associada ao desejo de ver das pessoas, faz com que alguns profissionais dos meios de comunicação adotem o sensacionalismo como modelo de trabalho. Outros ainda, assumem o papel de juristas, julgando e condenando previamente. A violência tornou-se um produto. É vendida ao público. E, a massa compra tal gênero. Observa-se uma inversão de valores, tornando a vida humana abstrata e confusa.

O Palco Iluminado e a falta de Ética

                                Observa-se atualmente, um jornalismo realizado de sem profissionalismo, sendo conduzido pelo lucro exacerbado das empresas jornalísticas. O sensacionalismo é a palavra de ordem. A notícia, agora, é um Show. Um grande palco iluminado é montando sobre a produção da notícia. Surge o jornalismo espetáculo.
                                Os meios de comunicação de massa tornaram-se, cada vez mais, em monopólios, empresas imperialistas, onde a verdadeira massa não tem voz, manipulada, por vezes, omitida de informações cruciais.
A busca pela objetividade é rara. Quase que extinta. A imparcialidade emerge como a fênix que representa os anseios dos patrocinadores e ideologias empresariais. A teoria organizacional predomina em várias redações. Esse fato, pode ser exemplificado através da discriminação oculta que ocorreu aos países do Oriente Médio, após os atentados ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. Houve uma demoniação do Afeganistão, Iraque e outros, feita pela mídia ocidental. A imprensa norte-americana fomentou a guerra de conflito, indo tais pensamentos ao encontro dos ideais políticos do Governo Bush. Os norte-americanos apoiaram as atitudes de Bush, manipulados pela imprensa. A massa foi controlada por grupos de empresários que atuam no Jornalismo. Observou-se, ainda, durante semanas, um turbilhão de imagens das torres gêmeas em chamas, jorradas na televisão mundial. O World Trade center foi transformado em um Reality Show: muito sensacionalismo e nenhuma Ética.
                           Nota-se, também, que nos jornais impressos os textos estáão permanecendo em segundo plano, contendo superficialidade de fatos. Vivemos a era da imagem. Evita-se o texto e, um turbilhão de imagens invade o cotidiano social. A sociedade anseia por imagens e, consequentemente, um esvaziamento de conteúdo, uma alienação. E a notícia virou um produto à venda, na vitrine.