26 de out. de 2011

Do popular ao erudito

A origem popular das valsas e a sua consagração no universo erudito

Muito popular a partir do século XVIII, a Valsa é um gênero musical de origem alemã, escrito sob o compasso ternário, o qual apresenta uma repetição de estrutura melódica de oito em oito compassos. E, apesar de seu começo humilde e simplório, a valsa conquistou facilmente a elite europeia, e invadiu os salões mais nobres de concertos. Em alguns países do velho continente, este gênero uniu-se aos símbolos políticos nacionais e, hoje, representa uma nação como, por exemplo, a Áustria.

Composta pelo vienense Johann Strauss I, e muito executada nas comemorações de aniversário de 15 anos, a valsa “Danúbio Azul” é uma peça escrita para orquestra e teve sua estreia no dia 15 de fevereira de 1867. E sob o seu movimento “Allegro”, de imediato a música de Strauss criou uma identificação mais intensa com os austríacos, do que o próprio hino nacional do país. Originalmente, a peça foi batizada de “An der schönen blauen Donau” (No Belo Danúbio Azul). No Brasil, entretanto, esta dança de pares ficou, simplesmente, conhecida como “Danúbio Azul”.

Contudo, a lista de composições deste gênero não é pequena. Entre as mais famosas valsas estão a “Valsa das Flores”, do compositor russo Piotr Ilich Tchaikovsky; a “Valsa do Imperador”, também de Johann Strauss I e a “Valsa da Despedida” (My heart's In The Highland), do músico e poeta britânico Robert Burns. Também conhecido sob o nome de Rabbie Burns, o músico britâncio nasceu a 25 de janeiro de 1759, dois anos depois do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart. Burns escreveu poemas, que além da espontaneidade, uniam o romantismo e a comédia. Cerca de 559 poemas e canções configuram a obra de Robert Burns e, a sua “Valsa da Despedida” revela simplicidade e leveza melódica, a qual recebeu uma versão em português feita por Alberto Ribeiro e Braguinha.

Apesar da sua popularidade consolidada no auge do classicismo, somente a partir do início do período romântico, que a valsa adquiriu o seu grande impulso. Não obstante, no século XX, ela passou a integrar parte de obras completas, como em suites e óperas, ou como peças independentes. Vários compositores enveredaram-se no universo deste gênero. Destacam-se os pianistas Franz Schubert e Fréderic Chopin; o pop star da música erudita, Franz Liszt; o compositor alemão Johannes Brahms; os impressionistas Claude Debussy e Maurice Ravel; o compositor russo, Dmitri Shostakovich, e um dos compositores mais significantes da Era Romântica da música, o duque Carl Maria von Weber.
Wellerson Cassimiro

Nenhum comentário: