27 de mar. de 2011

Pianista Nelson Freire em Juiz de Fora

ÚLTIMO CONCERTO NO BRASIL

Dentre as milhares de palavras da nossa Língua Portuguesa para atribuir valores a alguém ou a alguma coisa, vou escolher apenas uma. Virtuosidade. Acredito que seja esta a melhor palavra para “representar” o renomado pianista brasileiro, Nelson Freire, que realizou um belíssimo concerto no Teatro Pró-Música, na noite de ontem (26), em Juiz de Fora.

O auditório ficou lotado. E também, não era para menos. Ainda pela manhã, os convites se esgotaram em 11 minutos, no momento em que foram abertas as portas da recepção da sala de concertos. Fotografias e filmagens não foram permitidas. No programa estavam a Sonata em Fá Maior (K.332) do austríaco Wolgang Amadeus Mozart; a Fantasia, Op. 17, de Robert Schumann; Visões Fugitivas, Op.22, do compositor russo Sergei Prokofiev; La Maja y el Ruiseñor, de Enrique Granados, e as peças de Franz Liszt, Murmúrios da Floresta, Rapsódia Húngara nº3, Valse Oubliée nº1 e a expressiva melodia Balada nº2 em Si menor.

O concerto foi impecável, claro. Natural de Boa Esperança (MG) Nelson Freire deu vida às músicas. Ou melhor, deu vida ao piano. Um Steinway & Sons que cantava a cada arpejo. Graves e agudos preencheram todo o ambiente. E, o que mais me chamou a atenção, e creio que não só a minha, foi a execução da Fantasia Opus 17, de Schumann. Movimentos bem definidos e expressões minuciosamente executadas. Ora, a tempestade. Ora, a bonança. Cada uma à sua medida.

Ao final do programa, como já era esperado, aplaudido de pé, os pedidos de bis não cessavam. E simpático, Nelson Freire retornou ao piano três vezes. Em um desses regressos ao instrumento, interpretou a consagrada obra “Jesus Bleibet meine Freude (BWV 147)” do compositor barroco Johann Sebastian Bach. Depois da apresentação, no hall do teatro, o pianista ainda dedicou alguns minutos aos convidados, ansiosos por autográfos. Esse foi seu último concerto em solo brasileiro. Nelson Freire retorna à Europa para outra temporada. Wellerson Cassimiro

Juiz de Fora - Bairro Santa Luzia


Passeio na Avenida Ibitiguaia. Bairro Santa Luzia. Região Sul.

24 de mar. de 2011

A primeira fase do rádio em Juiz de Fora

A atividade radiofônica em Juiz de Fora se divide em duas fases. Antes e depois da Rádio Industrial. Organizada em 1929, a rádio PRB-3, também conhecida como Rádio Sociedade, mantinha uma transmissão simples, baseada no idealismo e no amor pelo rádio. Segundo o jornalista Mário Helênio, em depoimento no documentário “Os Anos Dourados do Rádio em Juiz de Fora”, produzido pelos jornalistas Sérgio Gattás Bara e Isabel Pequeno, e lançado em 24 maio de 2005, a PRB-3 foi a primeira rádio fundada em Minas Gerais e a segunda, em âmbito nacional. Em sua programação, havia músicas durante todo o dia, abertura de espaço para os eventos culturais e anúncios da cidade. Neste período, surgiram grandes profissionais do rádio, e os recursos e ferramentas, ainda rudimentares, necessitavam de uma maior habilidade daqueles que manuseavam e transmitiam os programas.

O principal fundador da Rádio Sociedade, Pedro Gonçalves de Oliveira, era um apaixonado pelo que fazia. Contudo, em 1949, a rádio foi comprada pelos Diários Associados, dando um outro formato à emissora. Já no início da década de 1950, surge a Rádio Industrial, dirigida pelo empresário Alceu Nunes da Fonseca, que já possuía outras emissoras nas cidades de Barra Mansa (RJ), Ilhéus (BA) e Barbacena (MG). A nova rádio se instalou em Juiz de Fora sob uma linguagem mais dinâmica e moderna, resultando em uma mudança radical no então pacífico cenário radiofônico. A cidade presenciou uma espécie de agitação cultural proporcionada pelas ondas magnéticas da nova emissora que, deu visibilidade à cidade, até então, cercada pelos morros e serras de Minas.

A festa de inauguração da rádio, que aconteceu uma semana antes do carnaval, foi composta por uma vasta programação. Bailes, torneios de futebol e shows de cantores nacionais. A Rádio Industrial cobriu grande parte das festas realizadas nos diversos clubes de Juiz de Fora, durante a festa mais popular do país. E tudo o que era novidade, chegava através de seus microfones. Como resultado, ocorreu um relativo aumento do nível cultural da cidade e, de forma abrupta. O espaço na rádio que, era ocupado em seu maior tempo pela música, cedeu lugar às atividades de prestação de serviços.

A recém chegada emissora se preocupou logo em cobrir os eventos esportivos através de grandes matérias e reportagens. Ela, também, dedicava boa parte de sua programação para a transmissão dos jogos de futebol. Na Copa Mundial de 1950, a Rádio Industrial possuía uma cabine de transmissão dentro do Estádio do Maracanã, devida a importância que a emissora dava a esta modalidade. Foi um período de oportunidades. A Rádio Industrial se tornou uma grande porta de entrada para os novos radialistas das cidades do interior, que ingressavam no mercado de trabalho.

Juiz de Fora - Bairro Monte Castelo


Bairro Monte Castelo.

23 de mar. de 2011

O virtual a serviço da política

Convergência de Mídias

(Leonardo Pelicarto, Wellerson Cassimiro, coordenadora Jakeline, jornalista Anibal Pinto e Angelo Savastano)


Interatividade, imediatismo e redes sociais foram os assuntos que fomentaram o breve seminário sobre “Convergência de Mídias e a Política Brasileira”, realizado na noite de ontem (22), na Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora, produzido pelos graduandos do sétimo período do Curso de Jornalismo, Angelo Savastano, Leonardo Pelicarto e Wellerson Cassimiro. O palestrante convidado foi o editor chefe do Jornal da TVE, o jornalista Anibal Pinto.

A atividade foi desenvolvida para a disciplina de Políticas da Comunicação, ministrada pela coordenadora do curso, Jakeline Sousa. Dentre os temas discutidos, estavam em foco o primeiro debate das eleições 2010, transmitido exclusivamente na internet; a campanha eleitoral de Barack Obama, em 2008, e a credibilidade das informações postadas no meio virtual.

20 de mar. de 2011

Órgãos Históricos - volume III

Brasil e Portugal

Tiento XV, de Juan Bautista Cabanilles; Tocata VI, de Antón Mestres, e a Sonata em F Maior, de Dos Santos Elias; são algumas das belas obras barrocas que estão no CD “Órgãos Históricos”, volume 3, gravado pela organista Elisa Freixo, nos órgãos da cidade de Mariana (MG) e na cidade de Faro, em Portugal. Gravado nas madrugadas dos meses de maio e outubro de 1998, este CD é fruto da vontade de estabelecer uma comparação sonora entre os dois órgãos que vêm sendo considerados irmãos na nossa história recente.

Entretanto, cada instrumento apresenta um repertório de peças escolhidas graças as suas características e também à experiência de vida que cada órgão possui. Em Mariana, o repertório selecionado é composto por obras da tradicional Escola Alemã, sobretudo do Norte como, as músicas de Scheidemann, Buxtehude, Böhn e J.S. Bach. Já em Faro, o repertório é constituído por peças ibéricas de Durón, Cabanilles, Mestres, Soler e Dos Santos Elias. Reconhecidos na década de 70 como instrumentos construídos sob forte influência da escola organária do Norte da Alemanha, se tornaram objetos de interesse da comunidade local e internacional. Considerados por muitos estudiosos e pesquisadores como órgãos construídos por Arp Schnitger.

Schnitger foi um dos maiores construtores de órgãos celebrados de sua época. Sua produção, além de ser de altíssima qualidade, também foi extremamente profícua. Chegou a trabalhar em cerca de 170 instrumentos entre construções, reformas e ampliações. Exportou instrumentos para vários países da Europa, entre eles Holanda Inglaterra, Espanha, Portugal e Rússia. De todas estas obras nos restaram ainda 30, inteiras ou parcialmente conservadas, e em Mariana encontra-se a única delas a estar fora da Europa.

Apesar de ser uma peça breve, o que me chama a atenção nesta gravação é a obra “Prelúdio” do compositor dinamarquês Dietrich Buxtehude, que apresenta uma estrutura livre, típica desse gênero com função introdutória. A obra aparece antecipando a Fuga em Sol Maior, do compositor. Em todas as obras Elisa Freixo demonstra precissão e virtuosismo. Em destaque, contudo, na passagem da obra Prelúdio para a Fuga, Elisa realiza uma excelente mudança de registro, proporcionando às peças um clima único e literalmente sacro. Wellerson Cassimiro

19 de mar. de 2011

17 de mar. de 2011

Americantiga Ensemble

A fantástica sucessão de “aleluias”

Organizado em 1995, o grupo Americantiga - com diferentes formações e enfoques interpretativos - se especializou em música brasileira, hispano-americana, portuguesa e italiana dos séculos dezoito e princípios do dezenove. O conjunto tem procurado utilizar a execução historicamente das composições desses séculos, com o uso de instrumentos da época. Recentemente, tem realizado concertos nos Estados Unidos, Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia.

Gravado no Palácio Pereda, sede da Embaixada do Brasil, em Buenos Aires, em 18 de setembro de 2008, o DVD “Americantiga Ensemble - Obras operísticas e sacras” chama a atenção pela qualidade da orquestração e pela exímia interpretação das peças. Destaco a música “Lauda Sion” (sequência para a quinta-feira do corpo de Deus), composta pelo padre brasileiro José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), que viveu a transição entre o Brasil Colônia e o Brasil Império. E é considerado um dos maiores compositores do continente americano de seu tempo.

Nesta obra, vozes dialogam harmoniosamente com os instrumentos, em uma surpreendente sequência de perguntas e respostas. Mas, o que realmente chama a atenção é a sucessão de “aleluias”, após uma breve pausa, executada sob um ritmo forte e crescente, e o que parece ser um allegro, no final da composição. A gravação contou com a presença dos cantores solistas, as sopranos Rosemeire Moreira e Silvina Sadoly, o contratenor Pablo Travaglino, o tenor Pablo Pollitzer e o baixo Sergio Carvelari, além de outros músicos argentinos. O Americantiga foi formado, e é conduzido, por Ricardo Bernardes que desenvolve um trabalho de pesquisa, resgate e divulgação do passado musical brasileiro, ibérico e itálico. Acredito que,com esse trabalho é possível perceber que os compositores sacros brasileiros não deixam a desejar em nada para os compositores religiosos europreus. Wellerson Cassimiro

16 de mar. de 2011

Video: Juiz de Fora - Olhar Urbano



LINK http://www.youtube.com/watch?v=jPCXralnMC8

13 de mar. de 2011

Pianista Joe Albany nas telonas

O lendário pianista de jazz Joe Albany é tema do filme Low Down

Segundo informações do site da Variety, o ator norte-americano, Mark Ruffalo, 43 anos, vai interpretar o pianista de jazz Joe Albany, no longa-metragem “Low Down” que, vai documentar tanto a ascenção e a popularidade do músico, quanto seu vício em heroína e a sua luta para vencê-la. O famoso pianista tocou ao lado do saxofonista e compositor Charlie Parker e do instrumentista Miles Davis.

Mark Ruffalo, além de protagonizar o longa, também será o produtor executivo. O roteiro foi adaptado pela própia filha do pianista, Amy Albany, com a ajuda de Toper Lilien, e é baseado no livro de memórias de mesmo nome. Entretanto, as gravações de “Low Down” começam, somente, no segundo semestre de 2011.

11 de mar. de 2011

Promisses - O uso do contracanto

Análises da melodia do hino Firme nas Promessas


Marcha muita cantada pelas igrejas protestantes brasileiras e publicada pela primeira vez em 1886, na coleção de músicas “Songs of Prefect Love” (Hinos do Perfeito Amor), o hino "Firme nas Promessas" (Promisses) baseia-se no livro de II Pedro 1:4. Seu texto afirma que o Senhor Jesus tem concedido ao seu povo as suas preciosas e ricas promessas, para que por eles vos torneis participantes da natureza divina.

Composta para as quatro vozes – baixo, tenor, contralto e soprano - a melodia de “Firme nas Promessas” apresenta um ritmo forte e bem marcado. E o coro revela uma particularidade. Somente sopranos sustentam a música principal. Baixos, tenores e contraltos executam o contracanto, que é uma linha melódica que acompanha a melodia base; porém, de forma independente. Se bem executado, o contracanto sugere um efeito de ecos durante a inpretação deste hino como, uma ratificação da mensagem textual.Quanto à forma, o hino pode ser cantado em diferentes ritmos. O que faz, realmente, a diferença é a escolha do andamento correto.

O compositor Russel Kelso Carter, nasceu em Baltimore, Maryland, EUA, em 1849, e foi um homem de muitas habilidades. Se consagrou como autor e músico sacro. Participou da edição de dois hinários, ao lado de John R. Sweney e A.B. Simpson. Se envolveu em diversos interesses e carreiras. Estudou em uma academia militar, onde tee destaque como atleta. Por alguns anos, foi professor de ciências na mesma instituição. Foi ordenado pastor metodista e participou do movimento Holiness (igrejas com ênfase especial em santificação). Wellerson Cassimiro.

9 de mar. de 2011

Juiz de Fora - Francisco Bernardino







Bairro Francisco Bernardino e bairro Industrial.

8 de mar. de 2011

Carnaval se rende ao universo erudito

A popularização do clássico

Violinos, batutas, óperas, compositores clássicos e balés. Não! Não estou descrevendo uma orquestra ou, muito menos, anunciando um concerto. Por mais incrível que possa parecer, o carnaval 2011 se rendeu aos encantos da música erudita.

Na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, um grupo de violinistas, sobre um palanque, executaram a obra "Serenade Eine Kleine Nachtmusik (K.525)", de Wolgang Amadeus Mozart, ao ritmo forte marcado por um bloco carnavalesco. Violinos, pandeiros, surdos e tamborins - uníssonos - davam o tom. Em especial, na terra da garoa, a Unidos do Peruche levou para o sambódromo, do Anhembi, o Teatro Municipal de São Paulo. A escola fez uma homenagem ao teatro, construído sob a inspiração da Ópera de Paris. Nas alas, estavam representadas as óperas de Mozart, as sinfonias de Beethoven e os balés de Tchaikovsky. O carro abre-alas demosntrava o luxo e o glamour que as salas de concertos ostentam. E, não parou por aí.

Outra escola de samba paulistana, também, abordou o mundo dos compositores eruditos. A Vai-vai contou a vida e a obra do maestro João Carlos Martins que, desceu de sua alegoria, foi para a pista e, na frente da bateria da escola, emocionado, simulou reger os ritmistas. Ex-pianista e, agora maestro, João Carlos Martins é considerado um grande especialista e intérprete da música barroca do virtuose organista alemão Johann Sebastian Bach. Contudo, viu-se privado de seu contato com o piano, quando teve um nervo rompido e perdeu o movimento da mão direita em um acidente, em um jogo de futebol, na cidade de Nova Iorque. Passou por várias cirurgias, sem muito êxito. Atualmente, João Carlos Martins só rege orquestras e desenvolve um projeto para resgatar crianças de comunidades carentes, através da música. Wellerson Cassimiro

Juiz de Fora - Bairro Manoel Honório


Avenida Barão do Rio Branco esquina com a Rua Américo Lobo, bairro Manoel Honório.

Mitsuko Uchida toca Schubert

A obra completa para piano

Simplesmente expressiva. Estas palavras representam o exímio talento da pianista Mitsuko Uchida que, recentemente, gravou oito CD's, da obra completa para piano do compositor vienense Franz Schubert. E, sem exageros ouso dizer que, Uchida, realmente, humilha nestas gravações. Os críticos mais radiciais, alegam que Mitsuko é a que melhor interpreta as peças do compositor romântico que, entre os anos de 1808 e 1813, foi soprano no coro de Antonio Salieri. Algumas das obras mais complexas de Schubert parecem brincadeiras sob as mãos ágeis da pianista.

No primeiro CD, encontram-se as Sonatas Nº7 (em Mi Maior); Nº1 (em Dó Maior - Moderato) e a Sonata Nº4 (em Dó Maior – Moderato). Já no segundo disco, Mitsuko revela seu potencial em tocar ritmos e modulações distintos em uma mesma peça, ao interpretar as “Danças Alemãs D820” e "D790”, uma das características de Schubert. As Sonatas D850 (em Ré Maior) e D.784 (em A Menor) aparecem no terceiro CD.

A obra Scherzo (Allegro vivace) - Trio (Un poco più lento) está no quarto CD da coleção. O quinto CD apresenta a Sonata Nº15 (em Dó Maior), D840, “Reliquie”. Os movimentos Adágio, Menuetto e Allegro da sonata Nº19 (em Dó Menor), D958 estão no sexto CD. Já no sétimo disco, Mitsuko parece conversar com o piano. Ou melhor, o piano é quem bate um papo com ela. A pianista demonstra intimidade com a obra Klavierstücke, D946. E no oitavo disco, Uchida toca os Improvisos Op.90, D899 e Op.142, D935. Wellerson Cassimiro

4 de mar. de 2011

As primeiras notas - Prelúdios

Gênero musical usado para introduzir obras maiores, os prelúdios se tornaram populares no período barroco. O virtuose organista alemão, Johann Sebastian Bach, usou estas composições para antecipar suas peças fugas e tocatas. A principal característica dos prelúdios é o seu formato instrumental. Atualmente, algumas igrejas protestantes adotaram este gênero musical, como meio para preparar as pessoas para o culto. É uma forma de indicar que a celebraçãoo vespertina vai começar.

Uma das peças mais usadas como prelúdio e que, proporciona um exímio clima sacro, é a obra “Largo (Ombra mai fu)”, do compositor alemão Georg Friedrich Händel. Ressalto, também, outra obra. A Sonata para Órgão nº48 (em sol maior), do compositor português, cravista e organista, José Antônio Carlos Seixas que, foi músico oficial da corte de Dom João V, sendo o mais proeminente compositor português de música para teclas na primeira metade do século XVIII.

Outro compositor adepto dessas obras introdutórias foi o pianista polaco, Frédéric Chopin, que também escreveu vários prelúdios. No entanto, suas obras prelúdios são apenas composições para piano, possuem formatos livres, sem a função de antecipar uma obra maior. Wellerson Cassimiro

Juiz de Fora - Bairro Cerâmica


Bairro Cerâmica e Industrial, Zona Norte.