22 de out. de 2009

Fortuna, Imperatriz do Mundo • • 1ª PARTE

Considerada uma das obras-mestres do século XX, a Cantata Carmina Burana, em seu primeiro movimento, faz uma alusão ao árduo sistema sócio-econômico mundial: o capitalismo que, esconde a sua dupla face. Ora como um algo sacro e, ora como um monstro usurpador. Ele dá e tira. Emerge na forma de uma roda volúvel que, está em eterno movimento.

Escrita por monges e eruditos errantes, a Cantata é uma coleção de 200 poemas encontrados em um pergaminho, no ano de 1803, na biblioteca de um antigo mosteiro, na Baviera Superior, sendo simbolizada por um elemento da antiguidade: a roda da Fortuna. Os poemas relatam as bênçãos e as maldições provindas da Fortuna; a imperatriz do mundo. Em seus primeiros versos, os monges escrevem: “Ó Fortuna és como a Lua mutável, sempre aumentas e diminuis; a detestável vida, ora escurece e ora clareia por brincadeira a mente; miséria, poder, ela os funde como gelo”. Ainda que em tempos remotos, estes eruditos pareciam revelar a futura estrutura econômica das sociedades do terceiro milênio.

Nestes atuais grupos sociais, o dinheiro é líquido e instável. Ora se ganha. Ora se perde. Por vezes, parece abstrato e invisível. Ao mesmo tempo, que equilibra, se torna irregular. Aqueles que, hoje, exaltam sua felicidade sobre seus capitais, amanhã podem chorar ao ver sua virtude econômica esmorecer, atingida por uma forte mudança no mercado financeiro. O capitalismo se mostra como um grande carrasco, escravizando até mesmo os mais fortes(...).
Wellerson Cassimiro

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