7 de out. de 2009

O Medo Institucionalizado • • 1ª PARTE

A MÍDIA DO MEDO

Atualmente, é possível observa que, as cidades estão cada vez mais populosas, concentrando um grande número de pessoas. A todo instante, erguem-se altos arranha-ceús, com inúmeros apartamentos, em locais onde havia casas para, no máximo, cinco pessoas. Modernos e luxuosos, ostentando vitrais e designers futurísticos, estes edifícios vão surgindo na paisagem, sem interação com ela. Logo na entrada, no alto, sobre o portão eletrônico está uma câmera de vigilância que, zela pela segurança. Será segurança?

Nos horários de pico, entorno das 18h, também chamado de a “Hora do Rush”, as ruas são invadidas por muitos veículos; as paradas dos transportes coletivos urbanos permanecem lotadas e a volta para casa, após um dia inteiro de trabalho, se transforma em um árduo flagelo. Tudo isso é consequência do inchaço dos centros urbanos, na contramão do que seria um crescimento geográfico.

Vale ressaltar que, as pessoas embarcam no mesmo ônibus, diariamente e, no entanto, não conversam entre si, nem mesmo um bom dia se é ouvido. Caso semelhante ocorre quando um grupo de pessoas está em um elevador. Não há cumprimentos ou saudações. O silêncio paira no ar. Ao mesmo tempo em que estão em grupo, as pessoas estão isoladas. Por que esse afastamento social? Talvez, o ser humano urbano tornou-se um solitário em meio à multidão.

O inchaço das cidades as transformou em um grande campo de batalha em que, todos os dias é preciso vencer os males urbanos como, os vários tipos de violência que já fazem parte de seu cotidiano. Viver na sociedade do terceiro milênio é estar na mira da violência física, moral, psicológica, ideológica e entre outras. Assim, as pessoas constroem as suas próprias celas, chamadas de casas. Elas passam a viver em cárcere privado. Equipam suas residências com câmeras de vigilância, cercas elétricas, interfones com câmeras, cães ferozes, investem em profissionais de segurança e guaritas com cancelas. E, surge a pergunta: quem são os verdadeiros prisioneiros nesta sociedade? Realmente, há liberdade? (...)
Wellerson Cassimiro

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