6 de abr. de 2010

Melodia de Forte Contraste • Robert Lowry



A outra obra musical que analiso é de autoria de Robert Lowry (1874), “Christ Arose”, na tradução de Ricardo Pitrowisky, “Morto e Ressurreto”. De todas as músicas dos diversos hinários como, “Salmos e Hinos” e “Aleluias”, considero esta o melhor exemplo de uma perfeita união entre a estrutura melódica e o texto. Amiúde, o hino revela um forte contraste entre as três estrofes e o coro que, contam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Cada estrofe que cita a morte é executada em registro grave, em andamento largo. Pode soar estranho, mas, o clima sugerido por Lowry é de um funeral – quase um réquiem. As mínimas surgem como as primeiras e últimas notas de cada verso das estrofes, que indicam dois tempos de duração no compasso quaternário.


No entanto, o coro, que apresenta a ressurreição, é executado em um ritmo crescente, resultando em um clima festivo. As notas colcheias pontuadas e semicolcheias se estendem por todos os compassos deste trecho. A voz do contralto se une à voz do soprano. Semelhantemente, acontece com o baixo que, inicia o coro na mesma altura que o tenor. Cada voz segue sua altura na metade do segundo compasso. E, não há notas de silêncio para as vozes do soprano e contralto. Já para as vozes masculinas, elas aparecem nos últimos compassos do refrão.

Quanto à execução das notas para introduzir o canto, é preciso ter cautela. Caso o músico comece pelos últimos compassos do coro, é imprescindível o movimento de rallentando – explícito - para que o canto não inicie no mesmo ritmo deste. Esta obra é ideal para a formação coral e piano; ou, órgão e coral. Nesta última formação, os pedais bem trabalhados e, ágeis, potencializam a transformação do clima sombrio para um clima de alegria. Esta peça está incluída no hinário “Novo Cântico”, da Igreja Presbiteriana do Brasil, número 274. Wellerson Cassimiro

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