19 de abr. de 2011

Quando a igreja incomoda

Com a chegada da Semana Santa, muitas igrejas – católicas e protestantes – iniciam os preparativos para a celebração dessa data tão significativa para os cristãos. Missas, procissões e cultos não podem faltar na programação religiosa. No entanto, nem tudo é movido pela fé. Recentemente, um morador da cidade de Santos Dumont, na Zona da Mata mineira, acionou a justiça por causa do toque do sino de uma igreja católica e devido aos cânticos de louvor de um templo Metodista. O cidadão alega que os sons perturbam os finais de semana das residências vizinhas. Culturalmente, símbolos da igreja, o badalar dos sinos chamam os fiéis para as celebrações da Semana Santa, que desta vez, foram silenciados pela intimação judicial. Quanto à Igreja Metodista, que também recebeu a intimação, os ensaios do Ministério de Música, aos sábados, estão suspensos.

Caso semelhante, ocorreu na cidade de Brasília. Em matéria publicada no portal O Globo, em 31 de maio de 2010, a Igreja São Pedro de Alcântara, situada à Quadra 7, foi proibida de tocar os sinos depois que um morador reclamou do ruído. Entretanto, segundo o site do jornal Extra, em matéria publicada no último dia 03, o Tribunal de Justiça decidiu que a Paróquia São Pedro de Alcântara, pode badalar seus sinos à vontade. Os desembargadores reconheceram os ajustes da paróquia para não ultrapassar os 50 decibéis considerados normais pela Organização Mundial de Saúde.

A Lei do Silêncio

Segundo a Lei do Silêncio alterada e aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em 03 de novembro de 2009, o limite máximo de ruídos permitidos no período diurno é 40, 45, 50, 55, 60, 65 ou 70Db, conforme a área. Para o período noturno os ruídos devem atingir o máximo de 55Db, conforme a área. Quanto ao horário estabelecido para o período noturno, o silêncio deve ser promovido entre às 22h e 7h. Tanto os sons produzidos pelos sinos da Igreja Católica, quanto os ensaios da banda da Igreja Metodista eram emitidos antes das 22h. O que impressiona é que se a origem do som fosse de uma roda de pagode, de um baile funk ou das bizarras festinhas de rua, com certeza esse cidadão de Santos Dumont não ficaria tão incomodado. Wellerson Cassimiro.

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