13 de ago. de 2009

Leopold Mozart e Peter Helfgott

(imagem: Peter e David Helfgott)

O longa metragem “Shine” (Brilhante), dirigido por Scott Hicks e roteiro de Jan Sardi, revela a história de uma criança-prodígio, David Helfgott, que possuía um excepcional talento musical. Nascido em Melbourne, na Austrália, a 19 de Maio de 1947, numa família hebraica, David era capaz de reproduzir no piano as melodias que rapidamente memorizava, após ouví-las em um toca-discos. Ao participar de um concurso de música, teve a habilidade de tocar uma peça de Chopin com o piano em movimento.

Ainda, muito jovem, David foi ingressou nos estudos musicais por seu pai, Peter Helfgott, homem rígido e de cultura rudimentar que mantinha sua família sob seu forte domínio. Peter era um homem frustrado, pois quando criança adquirira um violino através de muito suor que, posteriormente, veio a se quebrar. Seu pai negara o seu acesso aos estudos de música. Desse modo, Peter Helfgott transportou para o seu filho, David, o seu sonho de ser músico. Ele inscrevia David em vários festivais e concursos de música em busca de troféus, e consequentemente, ser reconhecido pela sociedade. O patriarca da família Helfgott não admitia falhas.

Não obstante, a história também, já nos apresentou uma história semelhante; uma criança-prodígio, nascido em Salzburgo, em 27 de janeiro de 1756, com um pai opressor, sedento por fama e glória: Wolgang Amadeus Mozart e seu pai Leopold Mozart.

Em seu livro “Mozart - O Grande Mago”, volume 1, Christian Jacq revela o lado opressor de Leopold Mozart que, submetia o pequeno Wolgang às longas jornadas de estudos ao piano. Ao jovem pianista, permitia somente breves distrações para não comprometer as novas composições (p.89). Wolgang, por vezes, queixava-se do pai que, não o concedia um momento de descanso (p.155). Leopold enfrentava cansativas viagens entre as cidades européias para exibir seu filho como, um mico adestrado, e conseguir prestígio nas cortes. Ele possuía o sonho de que Wolgang fosse indicado a um cargo fixo de músico, na cidade de Viena. Contudo, culturalmente, os vienenses eram extremamente rigorosos quanto aos seus músicos e estilos. Agradá-los não era uma tarefa tão fácil.

Ao final do ano de 1766, Wolgang, com apenas 10 anos de idade, se viu sobrecarregado de trabalho. O príncipe-arcebispo de Salzburgo quis conferir os reais talentos do jovem, encomendando-lhe uma peça. O resultado foi a obra “Licenza” para tenor, K.36, (p.82).

Ambos os pais, Leopold Mozart e Peter Helfgott, possuíam características semelhantes. Obras complexas eram impostas aos jovens Mozart e Helfgott. A diversão não fazia parte de suas vidas. Para Leopold e Peter a opressão era o melhor método de ensino musical. Buscavam, incessantemente, pela extrema perfeição das notas, além de cobiçarem por prestígio e altos cargos no posto de músico.
Wellerson Cassimiro

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