24 de ago. de 2009

Violência contra a Mulher

A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM

Percebo que o tema violência contra a mulher, somente agora tem recebido atenção especial pela grande mídia. No entanto, até recentemente, a discussão cabia a uma minoria. Segundo Grossi, 1995; o termo violência contra a mulher foi emanado pelo movimento feminista, fazendo referência a todos os atos de constrangimentos físicos, morais, éticos, étnicos e psicológicos como, assédio sexual no trabalho e a mutilação do corpo, ato comum na cultura de algumas tribos no interior do continente africano.

Apesar da conquista feminina por independência profissional e o seu posterior destaque na sociedade pós-moderna, observo um número crescente de atos violentos contra as mulheres, rotuladas – preconceituosamente - como sexo frágil.

Os artigos “A violência contra mulheres: demandas espontâneas e busca ativa em unidade básica de saúde” e “Violência contra mulher: interfaces com a saúde”, de Elaine A. de Oliveira, expõem um excelente relato de estratégias para uma inclusão intensa desse tema e, consequentemente, programas de discussão na rede de saúde pública. Sua citação quanto à abordagem, ainda, em nível primário, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), foi de importância significativa, citando o papel do profissional enfermeiro frente ao dilema.

A autora menciona que, se faz necessário uma implantação mais eficaz de programas de atenção à mulher nas Unidades Básicas de Saúde envolvendo a Enfermagem (p.6), para um melhor enfrentamento da violência contra o sexo feminino. Estes projetos de assistência junto aos Programas de Saúde da Família (PSF), em parceria com os órgãos políticos, podem contribuir na redução do número de agressão. Este primeiro contato é fundamental para uma eficácia nas abordagens às mulheres agredidas que permanecem reprimidas, e por vezes, ameaçadas para não denunciarem os agressores que, na maioria dos casos, são seus parceiros (namorado e marido). As mulheres agredidas permanecem ocultas, à sombra, com medo de os denunciarem. Outro fato, também relatado que, reforça esta estatística é o uso excessivo de drogas e bebidas alcoólicas por estes parceiros.

Desse modo, a intervenção da enfermagem é essencial, pois suas atividades em assistência representam uma grande porta de entrada para que essas mulheres possam expor suas dificuldades e anseios. As usuárias das UBS se identificam com estes profissionais que as acompanham diariamente. Estes se tornam mais do que amigos para elas.

Atualmente, a violência contra as mulheres não é reconhecida, de fato, como um grande problema social pelos poderes políticos. Todavia, observo uma mobilização governamental, ainda pequena, frente a esta questão, criando esperanças de bons resultados para os próximos anos. O que não pode ocorrer são estes atos violentos permanecerem maquiados, apresentando um baixo número nas estatísticas oficiais, contrapondo à VERDADEIRA realidade brasileira.
Wellerson Cassimiro

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